Arquivo mensal: outubro 2025

Lula reafirma diplomacia ativa e busca suspender tarifaço dos EUA em encontro com Trump

26-10-2025 Domingo

Em Kuala Lumpur, presidente brasileiro adota tom conciliador, defende soberania nacional e propõe diálogo direto com Washington para resolver impasses comerciais e políticos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou neste domingo (26) o papel do Brasil como ator diplomático propositivo ao se reunir por 50 minutos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, durante a 47ª Cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). O encontro, inédito entre os dois líderes, marcou uma inflexão no clima de hostilidade entre Brasília e Washington após meses de atritos comerciais e sanções políticas.

Com uma postura conciliadora, Lula buscou reposicionar o Brasil como interlocutor confiável, afirmando que “não há razão para desavenças com os Estados Unidos”. O presidente cobrou a suspensão imediata das tarifas de 50% impostas sobre produtos brasileiros e das sanções aplicadas a autoridades nacionais sob a chamada Lei Magnitsky.

“Foi uma reunião franca e construtiva sobre a agenda comercial e econômica bilateral. As equipes dos dois países vão iniciar imediatamente as negociações para resolver as tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”, afirmou Lula, destacando que a via diplomática deve prevalecer sobre o confronto.

Proatividade e pragmatismo na defesa dos interesses nacionais

A estratégia adotada pelo governo brasileiro reflete uma tradição da política externa lulista: combinar firmeza na defesa da soberania com pragmatismo econômico. Desde seu retorno ao Planalto, Lula tem buscado reconstruir pontes com parceiros estratégicos sem abrir mão da autonomia nacional.

Ao abordar diretamente a questão tarifária, o presidente deixou claro que o Brasil não aceitará medidas punitivas unilaterais, mas tampouco deseja um rompimento. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o diálogo abriu caminho para um “período de negociação bilateral imediata”, autorizado pelo próprio Trump ainda na noite de domingo.

A decisão representa um avanço importante em meio à escalada de tensões iniciada após articulações do ex-deputado Eduardo Bolsonaro junto à Casa Branca, que resultaram nas tarifas e nas sanções contra autoridades brasileiras.

Lula retoma protagonismo diplomático regional

Além das questões comerciais, Lula também propôs atuar como mediador no diálogo entre Washington e Caracas, reafirmando o compromisso histórico do Brasil com a solução pacífica de controvérsias na América do Sul. O gesto reforça o esforço do governo brasileiro para restabelecer a credibilidade do país como potência diplomática regional, capaz de dialogar com todos os lados em um cenário geopolítico cada vez mais polarizado.

“O Brasil quer ser parte das soluções, não dos conflitos”, disse o presidente, ao criticar a escalada militar norte-americana no Caribe e defender o respeito à soberania da Venezuela.

Um novo capítulo na relação Brasil-EUA

A reunião em Kuala Lumpur sinaliza um realinhamento entre Brasília e Washington após um período de desconfiança mútua. Ao insistir no diálogo direto, Lula recupera o papel que o Brasil exerceu em outros momentos de sua política externa: o de mediador e articulador de consensos, com ênfase na diplomacia presidencial e no multilateralismo.

Mesmo diante de um interlocutor imprevisível como Donald Trump, o líder brasileiro conseguiu transformar um encontro cercado de tensões em uma oportunidade para reposicionar o país na cena internacional.

Com tom sereno, foco em resultados concretos e discurso de cooperação, Lula reafirma sua marca diplomática: a de um Brasil altivo, disposto a negociar, mas sempre guiado pela defesa dos próprios interesses e pela busca de equilíbrio nas relações globais.

Vermelho

Alema homenageia Paulo Braid e Plinio Túzzolo com Medalha Manuel Beckman e Título de Cidadão Maranhense

25-10-2025 Sábado

As honrarias foram propostas pelo deputado Glalbert Cutrim, que destacou a importância das duas personalidades principalmente para a área da Saúde

A Assembleia Legislativa do Maranhão realizou, na manhã desta sexta-feira (24), no Plenário Nagib Haickel, sessão solene para entrega da Medalha Manuel Beckman ao empresário Paulo Braid Ribeiro e do Título de Cidadão Maranhense ao administrador hospitalar Plínio Valério Túzzolo, diretor-geral do Hospital do Servidor Estadual (Hospital São Luís – HSLZ). As homenagens foram propostas pelo deputado estadual Glalbert Cutrim, que destacou a importância das duas personalidades para o desenvolvimento do Maranhão, especialmente na área da saúde.

“Estou muito feliz de poder homenagear dois grandes homens que prestam excelente serviço ao povo do Maranhão. Medalha para o Dr. Paulo Braid, que é uma pessoa que luta, que veio de baixo, ajuda as pessoas e, hoje, tem como lema sempre fazer o bem e cuidar da saúde da população do Maranhão. E o Dr. Plínio, que veio de São Paulo, há 25 anos, está aqui conosco, sempre trabalhou na área da saúde como gestor de diversos hospitais públicos . Fico muito feliz de poder homenageá-los com a maior honraria da Casa e o Título de Cidadão Maranhense”, afirmou Glalbert Cutrim.

Plínio Valério Túzzolo recebe o Título de Cidadão Maranhense em reconhecimento à sua contribuição de mais de 35 anos à gestão hospitalar no Maranhão

Reconhecimento

A Medalha Manuel Beckman, concedida a Paulo Braid Ribeiro, é a mais alta honraria concedida pelo Parlamento Estadual e que reconhece personalidades que contribuem de forma relevante para o progresso do estado.

Com uma trajetória marcada pelo empreendedorismo e pela solidariedade, Paulo Braid iniciou a carreira como vendedor autônomo de livros e seguros e tornou-se empresário de destaque em diversos segmentos, especialmente na área da saúde.

“É uma honra muito grande. Isso nos dignifica bastante, enriquece, inclusive. Para mim, essa medalha ficará sempre em meu coração. A gratidão e o reconhecimento ao nosso esforço e à nossa luta, promovendo saúde de qualidade como nosso objetivo”, disse Paulo Braid.

Paulo Braid Ribeiro recebe a Medalha Manuel Beckman das mãos do deputado Glalbert Cutrim, propositor da honraria

Compromisso e Dedicação

Já o Título de Cidadão Maranhense concedido a Plínio Valério Túzzolo reconhece sua contribuição de mais de 35 anos à gestão hospitalar. Natural de São Paulo, Túzzolo é formado em Administração Hospitalar pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Hospitalares (IPH) e em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

Em 2000, mudou-se para São Luís para dirigir o Hospital Dr. Carlos Macieira, à época sob administração da Pró-Saúde. Desde então, consolidou uma trajetória de compromisso e dedicação à saúde pública do Maranhão, atualmente como diretor-geral do Hospital do Servidor Estadual / Hospital São Luís (HSLZ).

Cerimônia contou com a presença de autoridades, familiares, amigos e representantes do setor da Saúde, que destacaram a trajetória de ambos os homenageados

“É o maior prêmio que eu poderia almejar. O reconhecimento através do Poder Legislativo e a outorga da cidadania maranhense, que me honra e me orgulha sobremaneira. Estou no Maranhão há 25 anos, sempre atuando na área de Saúde. A gente procurou desenvolver um trabalho que viesse ao encontro das necessidades de quem precisa de saúde. Quero externar aqui meu agradecimento a toda a comunidade maranhense, especialmente às empresas que me geraram a oportunidade de estar aqui. Eu vim para ficar dois anos e já estou há 25. Isso é, para mim, motivo de muito orgulho”, disse Plinio Tuzzolo.

A cerimônia contou ainda com a presença de autoridades, familiares, amigos e representantes do setor da saúde, que destacaram a trajetória de ambos os homenageados e o impacto de suas atuações no fortalecimento do sistema hospitalar e na melhoria da qualidade de vida da população maranhense.

Governo do Maranhão debate com entes federais exploração de bacias maranhenses que fazem parte da Margem Equatorial

25-10-2025 Sábado

No Rio de Janeiro, o Governo do Maranhão participou de duas importantes reuniões nesta sexta-feira (24) para tratar da exploração de petróleo em duas bacias do estado: Pará-Maranhão e Barreirinhas, que integram a Margem Equatorial Brasileira (MEB). O primeiro encontro ocorreu pela manhã, na sede da Petrobras, enquanto a segunda reunião foi realizada à tarde, na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O encontro na sede da Petrobras contou com a presença da presidente da estatal, Magda Chambriard, que recepcionou o presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), Allan Kardec, representante do governador Carlos Brandão.

“Tivemos uma reunião com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e ela vai estudar a oportunidade de investir na Bacia de Barreirinhas e na Bacia Pará-Maranhão. Isso significa investimento em petróleo e gás, como está acontecendo no Amapá, pauta em que o governador Carlos Brandão ajudou muito no Fórum e no Consórcio da Amazônia. Então, temos essa grande novidade, com esse diálogo direto com a Petrobras”, informou o presidente da Gasmar, Allan Kardec.

Entre outros assuntos, foi debatido o licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para exploração das duas bacias. As bacias Pará-Maranhão e Barreirinhas são duas das cinco bacias sedimentares que compõem a MEB, peça estratégica do futuro energético brasileiro.

No período da tarde, o presidente da Gasmar, Allan Kardec, se reuniu com o diretor-geral da ANP, Artur Watt. O assunto principal foi a possibilidade de exploração de petróleo nas bacias maranhenses.

“Vamos colocar novos blocos em licitação. Isso quer dizer leilão de petróleo no mar do Maranhão, nas duas bacias que existem, a de Barreirinhas e a do Pará-Maranhão. Nenhuma das duas é em terra, são no mar desse grande território. Conversamos com o diretor-geral da ANP, Artur Watt, que ficou extremamente empolgado. Ele disse que nos informará sobre os estudos que a ANP está fazendo”, relatou Allan Kardec.

Localizadas no território maranhense, as bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas são vistas como estratégicas para impulsionar o desenvolvimento econômico do estado, especialmente por sua capacidade de gerar empregos, aumentar a arrecadação e reduzir desigualdades sociais em regiões com baixo Produto Interno Bruto (PIB) per capita.

Na quarta-feira (22), o Porto do Itaqui recebeu o navio Ramform Titan, da empresa norueguesa TGS, para realizar pesquisas geológicas nas bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas.

Atualmente, a TGS conduz dois projetos significativos de aquisição de dados sísmicos 3D na Margem Equatorial, nas bacias de Barreirinhas e Pará-Maranhão, visando expandir o conhecimento geológico da região e colher informações para futuras atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos.

Os dados já coletados pelo navio confirmam a existência de grandes estruturas com potencial para acumular hidrocarbonetos, similares, em tamanho, às encontradas na Guiana. Estimativas indicam um potencial de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo na região. A exploração e produção de petróleo na Margem Equatorial é uma oportunidade para a geração de novos empregos, renda e melhoria nas condições de vida da população.

MEB

A Margem Equatorial Brasileira é uma extensa faixa litorânea que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, composta por cinco bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

A região se estende da foz do rio Oiapoque, no extremo norte do Amapá, até o litoral norte do Rio Grande do Norte, abrangendo uma das áreas marítimas mais promissoras do país.

Com reservas potenciais estimadas em até 16 bilhões de barris de petróleo e possibilidade de produção de 1,1 milhão de barris por dia, a região é considerada o “novo Pré-Sal da Amazônia” pela Petrobras e pelo Governo Federal.

No início desta semana, o Ibama autorizou a Petrobras a iniciar a perfuração de um poço de prospecção na região. O local fica a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas e a 175 quilômetros da costa do Amapá.

Na Malásia, Lula recebe título de doutor “honoris causa”, cobra criação do Estado Palestino e critica inércia internacional

25-10-2025 Sábado

Ao receber o título da Universidade Nacional da Malásia, presidente brasileiro defende o multilateralismo e critica as assimetrias do sistema financeiro global

Durante cerimônia em Putrajaya, neste sábado (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a continuidade da guerra em Gaza e a falta de ação da comunidade internacional para garantir a criação de um Estado palestino. Em discurso emocionado, ao receber o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global pela Universidade Nacional da Malásia, Lula afirmou que “as comunidades universitárias em todo o mundo têm elevado suas vozes contra a brutalidade do genocídio em Gaza e contra a inércia moral que impede até hoje que o Estado Palestino seja criado”.

Segundo o presidente, “quase sempre são os jovens que nos recordam que a paz é o valor mais precioso da humanidade”. Ele destacou o papel das universidades e da juventude na defesa da ciência, da igualdade e da solidariedade entre os povos.

Defesa do multilateralismo e crítica ao colonialismo

O discurso de Lula também reforçou a defesa de um mundo multipolar e de uma nova governança global. “Nações que não se dobraram ao colonialismo e à dicotomia da Guerra Fria não se intimidarão diante de ameaças irresponsáveis”, afirmou, em crítica indireta ao presidente norte-americano, Donald Trump, que recentemente aumentou em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros.

O presidente reiterou que tarifas não podem ser usadas como “mecanismos de coerção internacional” e citou o Brics como “ator fundamental na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico”.

Ele também cobrou a reforma do Conselho de Segurança da ONU, classificando-o como “inoperante e incapaz de responder aos desafios do nosso tempo” sem maior representatividade do Sul Global.

“O mundo desenvolvido se financia às custas das economias emergentes”

No campo econômico, Lula criticou o desequilíbrio de poder nos organismos multilaterais e os efeitos do protecionismo sobre as nações em desenvolvimento. “É inaceitável que os países ricos tenham nove vezes mais poder de voto no FMI do que o Sul Global”, afirmou.

O presidente defendeu uma nova arquitetura financeira internacional que direcione recursos para o desenvolvimento sustentável das nações emergentes. “É hora de interromper os mecanismos que sustentam, há séculos, o financiamento do mundo desenvolvido às custas das economias em desenvolvimento”, disse.

Lula também atacou o modelo neoliberal que, segundo ele, “aprofundou as desigualdades” e favorece a concentração de riqueza: “Três mil bilionários ganharam 6,5 trilhões de dólares desde 2015. Essa cifra supera o PIB nominal anual da Asean e do Brasil somados.”

Agenda e contexto político

O discurso de Lula ocorreu às vésperas da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, onde há expectativa de um encontro com Donald Trump para discutir a questão das tarifas impostas aos produtos brasileiros.

O presidente brasileiro permanece na Malásia até terça-feira (28), com compromissos voltados à ampliação das relações econômicas e acadêmicas entre o Brasil, a Malásia e os países do Sudeste Asiático.

Educação e solidariedade como instrumentos de transformação

Encerrando o discurso, Lula dedicou a honraria “ao povo brasileiro” e afirmou que a educação é “instrumento de emancipação e de igualdade”. Ele ressaltou que tanto o Brasil quanto a Malásia, países do Sul Global, compartilham “o desejo de justiça e superação das desigualdades” e destacou o papel das universidades na construção de um futuro sustentável.

“Recebo este título não como ponto de chegada, mas como estímulo para continuar lutando por um mundo mais justo, sustentável e solidário”, declarou.

Em solo asiático, Lula reforça sua posição como voz crítica da desigualdade global e defensor da causa palestina — uma bandeira que, segundo ele, simboliza a urgência de um novo pacto ético e político entre as nações.

Vermelho

Lula aguarda reunião com Trump e aposta em solução a tarifaço

25-10-2025 Sábado

Presidente deu entrevista no hotel onde está hospedado, na Malásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na madrugada deste sábado (25), que espera se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os dois mandatários estão no país asiático para participar da 47ª cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). “Espero que ‘role’. Eu vim aqui e estou à disposição para que a gente possa encontrar uma solução.”

A declaração foi dada em entrevista coletiva aos jornalistas em frente ao hotel que hospeda a comitiva brasileira na Malásia. 

“Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Então, pode ficar certo que vai ter uma solução.”

Aos jornalistas, Lula negou que tenham sido colocadas condições para negociação bilateral em torno do impasse gerado pelo aumento de 50% das tarifas de importação dos produtos brasileiros pelos Estados Unidos, a partir do início de agosto.

“Eu trabalho com otimismo para que a gente possa encontrar uma solução. Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda.”

Trump

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas a bordo do avião presidencial Força Aérea Um
24/10/2025 Reuters/Evelyn Hockstein/Proibida reprodução

Donald Trump fala com jornalistas a bordo do avião presidencial. Foto: Reuters/Evelyn Hockstein

A caminho da Malásia, a bordo do avião Air Force One, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou aos jornalistas, pela primeira vez, que poderia considerar a redução das tarifas sobre as exportações do Brasil a seu país. “Sim, sob as circunstâncias certas, com certeza”, ponderou o líder norte-americano.

Além disso, confirmou que deve se encontrar com Lula neste domingo (26). “Acho que vamos nos encontrar novamente. Nós nos encontraremos brevemente nas Nações Unidas”.

A expectativa é de que os dois presidentes se reúnam em Kuala Lumpur, capital da Malásia, neste domingo.

Agência Brasil

Neto Evangelista diz que tentar politizar a questão da segurança pública não resolve problemas da violência e criminalidade

24-10-2025 Sexta-feira

Neto Evangelista frisou que o problema da segurança pública é de responsabilidade do Governo Federal

O deputado Neto Evangelista (União Brasil) reagiu, na sessão plenária desta quinta-feira (23), a críticas da oposição relacionadas a problemas no sistema de segurança pública do Maranhão. Ele observou que se trata de tema cada vez mais sensível e que não faz sentido politizá-lo e responsabilizar o governador Carlos Brandão por uma situação que ganha dimensão em todo o território nacional e que não é um caso isolado.

Evangelista frisou que o problema da segurança pública é de responsabilidade do Governo Federal. Ele disse, ainda, que o que se presencia atualmente no Maranhão é algo que também já foi presenciado em gestões federais anteriores. O parlamentar abordou, também, a problemática das facções criminosas e do tráfico de drogas, afirmando que esta decorre de uma triste realidade presente em todos os estados do Brasil, exceto Goiás.

Ele disse que não se pode tocar o terror como vem acontecendo nos últimas semanas e lembrou que em gestões anteriores houve, inclusive, toque de recolher, o que não é o caso desta vez. “Nós não vimos agora toque de recolher, a não ser feito pela oposição, que quer politizar o assunto”, disse, acrescentando que o governador Carlos Brandão está coordenando uma força-tarefa para que tudo volte à normalidade. 

“Quando se fala em segurança pública, nós vivemos um caos lá em 2014, quando cabeças foram decepadas durante rebeliões”, acrescentou Neto Evangelista, frisando que esse é um problema que foi sanado, haja vista que nunca mais tornou a ocorrer.

“Atualmente, os presos trabalham e produzem. Ontem, por exemplo, estive em Coroatá entregando móveis produzidos por apenados do sistema prisional maranhense”, informou o deputado. 

Neto convidou os colegas de Plenário para uma reunião com a Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa. “É importante irmos até a Corregedoria do Tribunal de Justiça para conversar com o secretário de Segurança e tentar entender o que está acontecendo É uma maneira de tentarmos ajudar o nosso Estado”, declarou.

Na condição de líder do Governo na Assembleia Legislativa, Neto Evangelista chegou a sugerir que os deputados proponham a aplicação de mais recursos financeiros também no sistema carcerário do Estado. E voltou a frisar que não é politizando o tema da segurança pública que a solução aparecerá.

Lula cresce nas avaliações positivas e consolida preferência eleitoral

24-10-2025 Sexta-feira

Aprovação do presidente aumenta e atinge melhor índice desde janeiro de 2024. Maioria também avalia governo como bom/ótimo e Lula venceria direita em todos os cenários

Nova pesquisa de opinião, desta vez da Atlas/Intel Bloomberg, confirma viés de alta na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo, além de apontá-lo na dianteira frente a qualquer dos candidatos da direita que vêm sendo aventados.

Segundo o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (24), 51,2% o aprovam, contra 48,1% que o desaprovam. Trata-se do melhor resultado obtido pelo presidente nas aferições do instituto desde janeiro de 2024.

A pesquisa Atlas/Intel apontou uma aprovação de 50,8% em setembro e de 47,9% em agosto, indicando elevação nos últimos meses. Em sentido contrário, a desaprovação vem caindo: era de 48,3% no mês anterior e de 51% há dois meses. O pico de desaprovação na série deste ano foi em maio, quando atingiu 53,7%.

De acordo com o recorte feito pela pesquisa — considerando aspectos como gênero, idade, renda, escolaridade, religião e região — o presidente tem melhor desempenho entre as mulheres (55,7%); pessoas com mais de 60 anos (67,9%); entre os que têm ensino superior completo (60,3%), no segmento de renda familiar acima de R$ 10 mil (64,6%); entre os agnósticos e ateus (81,3%) e no Nordeste (54,8%).

No polo oposto, o índice é mais baixo entre: homens (46,1%); na faixa etária entre 25 e 34 anos (39,1%); com escolaridade até o ensino médio completo (43,1%), renda familiar até R$ 2 mil (6%), evangélicos (27,6%) e no Centro-Oeste (37,2%).

Avaliação do governo

A pesquisa aferiu, ainda, como os brasileiros julgam o governo Lula. E também neste caso, as opiniões positivas são maiores do que as negativas, embora com diferenças mais apertadas. Para 48%, o governo é ótimo ou bom; outros 47,2% consideram ruim ou péssimo; regular soma 4,8%.

Seguindo essa tendência, a gestão federal tem melhorado seu desempenho frente à opinião pública nos últimos meses. Em agosto, 51,2% a consideravam ruim/péssima, ante 43,7% de boa/ótima. Em setembro, o índice negativo caiu, enquanto o positivo cresceu, de maneira que ambos ficaram bastante próximos: 48% a 46,2%, respectivamente, até que o mês de outubro consolidou essa tendência. Os que julgam de maneira regular variaram de 5,1% a 5,8% entre agosto e setembro.

Primeiro turno

No caso das projeções para as eleições presidenciais de 2026, Lula tem desempenho superior (e com folga) ao de todos os seus possíveis concorrentes da direita bolsonarista, tanto nos cenários testados de primeiro quanto de segundo turnos.

Na disputa de primeiro turno, foram apresentadas quatro possibilidades. Na que se mostra mais provável neste momento — Lula x Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo —, o presidente chega com folga à primeira colocação, com 51,3%, contra 30,4% do adversário.

No segundo pelotão, mas bem abaixo, vêm os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 6%; Ratinho Jr. (PSD-PR) tem 3% e Romeu Zema (Novo-MG), 2,5%. Brancos e nulos somam 5% e os que dizem não saber ou que não responderam são 1,9%.

Já na hipótese de trocar o nome de Tarcísio pelo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Lula fica com 51% ante 26,2%. Os demais têm, pela mesma ordem, 9,1%; 5,1% e 4,6%. Brancos/nulos somam 3,2% e os que não responderam ou não sabem, 0,8%.

O terceiro cenário, menos provável até o momento — sem Tarcísio e Michelle — mostra Lula com 51% contra Caiado, que amarga 15,3%. Na sequência, em empate técnico, vêm Zema, 10,6%, e Ratinho Jr., com 10,4%. Neste caso, nulos e brancos saltam para 9,4% e os demais, 3,4%.

A quarta possibilidade, também improvável por ora — já que nesta semana Lula confirmou que concorrerá à reeleição — também se mostra muito mais favorável ao campo da esquerda.

Quanto Lula é substituído pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o percentual é de 43% para ele, contra 30% de Tarcísio. Em seguida figuram Caiado (7%), Ratinho Jr. (3,5%) e Romeu Zema (2,6%). Neste caso, os brancos/nulos somam 10,8% e os que não sabem/não responderam ficam em 2,9%.

Segundo turno

Nas simulações de segundo turno, os resultados também são bastante favoráveis a Lula, que atinge 52% em praticamente todos os cenários.

Contra Tarcísio, o presidente tem 52%, contra 44%, com 5% de brancos/nulos. Se a adversária for Michelle, o resultado é semelhante: 52% a 43%, com o mesmo percentual de brancos/nulos.

A pesquisa também testou o nome de Jair Bolsonaro (PL) que, no entanto, está inelegível e prestes a ser preso por tentativa de golpe. Os percentuais, nesta situação, são os mesmos obtidos no embate com o governador paulista.

Na sequência, Lula teria o mesmo percentual (52%) ante Zema (35%) e Caiado (36%). Nessas situações, os brancos/nulos saltam para, respectivamente, 14% e 12%.

Uma pequena oscilação acontece quando é testado o nome de Ratinho: Lula teria, então, 51%, contra 37%; brancos/nulos ficariam também em 12%.

A pesquisa Atlas/Intel Bloomberg ouviu 14.063 pessoas entre os dias 15 e 19 de outubro. A margem de erro é de um ponto percentual.

Vermelho

Porto do Itaqui recebe maior navio de pesquisa sísmica no mundo

23-10-2025 Quinta-feira

O navio Ramform Titan, da empresa norueguesa TGS, atracou nesta quarta-feira (22), no Porto do Itaqui, em São Luís (MA), para realizar pesquisas geológicas nas bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas, duas das cinco bacias sedimentares que compõem a Margem Equatorial Brasileira (MEB), apontada como uma das novas fronteiras para exploração de petróleo e gás no Brasil.

Uma comitiva integrada pelo governador do Maranhão, Carlos Brandão, executivos globais da TGS e autoridades vinculadas ao setor energético, esteve no porto para a recepção oficial do navio, considerado a maior embarcação sísmica do mundo.

“A chegada desse navio é um marco importante na exploração da Margem Equatorial Brasileira. São cinco bacias, sendo que duas delas estão no Maranhão. É o primeiro passo de desenvolvimento para que a gente possa explorar o petróleo. Isso vai impulsionar a economia do nosso estado”, afirmou o governador Carlos Brandão.

Esta é a primeira vez que um navio de pesquisa sísmica atraca no Porto do Itaqui, demonstrando a capacidade do porto de se adaptar e receber as operações de exploração e produção de petróleo esperadas com a exploração da Margem Equatorial.

Na última segunda-feira, a Petrobrás recebeu licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar operação de exploração da MEB, faixa do litoral Norte do país que abrange áreas marítimas situadas ao largo dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Na avaliação de Oquerlina Costa, presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) – estatal que administra o Porto do Itaqui – o complexo portuário maranhense está apto a atuar como base terrestre em apoio às explorações nas bacias Pará-Maranhão e Barreirinhas.

“O Maranhão está numa posição geográfica estratégica, bem posicionado para contribuir com o avanço de todo esse processo de eficiência energética. Estamos altamente preparados para não ser somente um ponto de embarque e desembarque, mas ser a base terrestre para apoiar, facilitar todas as operações”, sublinhou a presidente da Emap.

“Ultrassonografia” do subsolo


O navio Ramform Titan já esteve em atividade no Brasil, realizando a pesquisa sísmica que resultou nos desenvolvimentos de campos do pré-sal. A pesquisa sísmica é o primeiro elo da cadeia de produção de óleo e gás, por meio da qual as empresas conseguem “enxergar” as camadas do subsolo. O levantamento marítimo utiliza ondas sonoras para criar imagens detalhadas das formações geológicas. Essa técnica ajuda a identificar as prováveis localizações de reservatórios de petróleo ou gás, funcionando como uma ultrassonografia do subsolo.

O diretor-presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), Allan Kardec Duailibe, reforçou a importância da exploração na região. “A grande fronteira exploratória está aqui, no Maranhão e nas regiões Norte e Nordeste. É aqui que reside a solução para a reposição de reservas de petróleo, para a autossuficiência e desenvolvimento econômico e social do Brasil nas próximas décadas”, afirmou.

Potencial energético: geração de empregos e renda
Atualmente, a empresa TGS está conduzindo dois projetos significativos para aquisição de dados sísmicos 3D na Margem Equatorial, nas bacias de Barreirinhas e Pará-Maranhão, visando expandir o conhecimento geológico da região e colher informações para futuras exploração e produção de hidrocarboneto.

Os dados já coletados pelo navio confirmam a existência de grandes estruturas com potencial para acumular hidrocarbonetos, similares em tamanho às encontradas na Guiana. Estimativas indicam um potencial de 20 bilhões a 30 bilhões de barris de petróleo na região. A exploração e produção de petróleo na Margem Equatorial é uma oportunidade para geração de novos empregos, renda e melhoria nas condições de vida da população.

O diretor-geral da ANP, Artur Watt, reforçou em vídeo divulgado durante a solenidade, que a exploração nas bacias no litoral maranhense ainda depende de novos trâmites ambientais, mas que a agência apoia a atividade da costa do Maranhão.

“As bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas fazem parte do futuro da exploração no Brasil. Atualmente, existem 11 blocos exploratórios contratados na Bacia de Barreirinhas, e cinco na Bacia Pará-Maranhão. O avanço da exploração nessas áreas ainda depende de trâmites ambientais, mas a ANP, dentro de suas competências, acompanha e apoia o avanço dessa exploração”, frisou Watt.

Margem Equatorial é aposta global da TGS
Dona da maior biblioteca de dados sísmicos do mundo, a norueguesa TGS está entusiasmada com os prospectos e oportunidades que se encontram na Margem Equatorial e na costa do Maranhão.

“A aprovação ambiental para a Petrobras perfurar o poço de Morpho, na Bacia da Foz do Amazonas, é um passo significativo para o avanço da exploração nesta nova fronteira. O amadurecimento do processo de licenciamento abre portas para pesquisas que serão fundamentais para as tomadas de decisões das petroleiras no futuro. Para o Maranhão, que conta com duas bacias adjacentes, a Pará-Maranhão e Barreirinhas, isso ressalta a relevância do seu potencial offshore (em águas profundas)”, afirmou o vice-presidente global da TGS, David Hajovsky.

De acordo com o executivo, a TGS está atualmente conduzindo dois projetos significativos de aquisição de dados sísmicos 3D na Margem Equatorial: o PAMA Fase 2, no Pará, e o MegaBar, no Maranhão. “Esses projetos visam expandir o conhecimento geológico da região, proporcionando informações valiosas para a futura exploração e produção de hidrocarbonetos”, afirmou João Correa, country manager da TGS no Brasil.

“Através da tecnologia avançada de aquisição de dados, buscamos garantir a qualidade e a precisão nas análises”, explicou, acrescentando que é importante garantir, no âmbito político, a pesquisa e a exploração na região. “O Maranhão tem o direito de conhecer suas reservas e, com base na ciência, decidir como usá-las. Esse é um direito irrevogável que o estado possui”, afirmou.

Também participaram da recepção ao Ramform Titan, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, a senadora Eliziane Gama e secretário de Estado.

Assembleia Legislativa do Maranhão aprova política estadual de valorização da educação no campo

23-10-2025 Quinta-feira

Projeto de Lei nº 254/2025 é de autoria da deputada Ana do Gás e estabelece diretrizes voltadas ao fortalecimento da educação rural no Maranhão

A Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou, na sessão desta quinta-feira (23), o Projeto de Lei nº 254/2025, de autoria da deputada Ana do Gás (PCdoB), que institui a Política Estadual de Valorização da Educação no Campo. A proposta tem como objetivo garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem dos estudantes das zonas rurais, respeitando as especificidades culturais, sociais e econômicas dessas comunidades. O texto segue para sanção do governador Carlos Brandão.

De acordo com o projeto, a política estabelece diretrizes voltadas ao fortalecimento da educação rural no Maranhão, como a garantia de transporte escolar adaptado às condições geográficas do campo, a formação continuada de professores com foco em metodologias contextualizadas e o desenvolvimento de projetos pedagógicos integrados à agricultura familiar e aos saberes tradicionais.

A proposta também prevê a melhoria da infraestrutura das escolas do campo, incluindo acesso à internet, bibliotecas rurais e laboratórios adaptados, além de incentivar a gestão democrática e a participação das comunidades locais nas decisões educacionais. Outro ponto importante é o estímulo à permanência dos jovens no meio rural, com ações articuladas às políticas públicas de juventude, cultura, esporte e geração de renda.

Na justificativa, a deputada Ana do Gás destacou que a iniciativa busca enfrentar desigualdades históricas e garantir educação de qualidade no meio rural.

“A educação no campo precisa dialogar com a realidade dos estudantes, valorizando suas origens, seus saberes e sua cultura. Com essa política, queremos assegurar que os jovens tenham condições de estudar, aprender e construir um futuro digno sem precisar abandonar o campo”, afirmou a parlamentar.

A deputada ressaltou ainda que a medida está alinhada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e às Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, instituídas pelo Conselho Nacional de Educação.

Tic Tac: STF publica acórdão e começa a correr prazo para Bolsonaro ir para a cadeia

23-10-2025 Quinta-feira

Defesa pode apresentar os chamados embargos de declaração, que não tem poder para alterar a pena de 27 anos que foi imposta ao golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta quarta-feira (22) o acórdão do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete criminosos por tentativa de golpe de Estado. Com a ação da Corte, começa a correr o prazo de cinco dias para que as defesas apresentem os embargos, ou seja, o último recurso possível antes do cumprimento definitivo da pena imposta. O caso foi analisado pelos magistrados que integram a Primeira Turma.

Os condenados fazem parte do chamado núcleo crucial da organização criminosa montada para tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de cadeia, em regime inicial fechado. As investigações da Polícia Federal descobriram uma trama para tentar derrubar o regime democrático no Brasil, prender e matar autoridades e submeter o país a uma ditadura.

Podem ser apresentados neste prazo de cinco dias os embargos de declaração, que existem para esclarecer eventual obscurantismo ou trecho da sentença que não ficou claro. Após receber o pedido, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, analisa cada recurso e avalia se aceita ou não avaliar o caso. Moraes pode solicitar manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), negar o seguimento do pedido ou levar a situação para avaliação dos demais magistrados da Turma.

O acórdão do julgamento tem quase 2 mil páginas e traz detalhes exatos de como foi estruturada a organização criminosa e como seus integrantes agiam. Além de Bolsonaro, foram condenados Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin, Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente), Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Ataque às eleições

Em seu voto, que integra o acórdão, o relator Alexandre de Moraes destacou que Jair Bolsonaro tentou minar a credibilidade das eleições para justificar um golpe. “O réu Jair Messias Bolsonaro introduziu proposta aos ministros de Estado para que os órgãos do Governo Federal integrantes da Comissão de Transparência Eleitoral elaborassem um documento sobre a impossibilidade de se atingir a garantia de lisura nas eleições naquele momento”, destacou.

“A reunião com os Ministros demonstrou que o então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro estava dando sequência aos atos executórios para a prática das infrações penais, juntamente com os demais réus anteriormente citados, com a utilização ilegal de órgãos do Estado, a propagação de informações inverídicas e a prática de ações com o intuito restringir o exercício do Poder Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral. Além disso, estava solicitando o apoio de outros Ministros e servidores públicos para concretizar sua permanência no Poder, mesmo em caso de derrota eleitoral”, completou o magistrado.

PT