27-10-2025 Segunda-feira
“Eu volto para o Brasil satisfeito com a reunião que tive com o presidente Trump. Se depender dele e de mim, teremos um acordo”, disse o presidente
Um dia depois da reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (26), em Kuala Lumpur, Malásia, os chefes de Estado elogiaram o encontro. A repercussão foi igualmente positiva no mercado com o dólar operando em queda e a bolsa brasileira na máxima histórica.
“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente. A gente não quer confusão, a gente quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado”, disse Lula aos jornalistas.
O presidente destacou o respeito mútuo mantido nas conversas. “Fiz questão de dizer ao presidente Trump que o fato de termos posições ideológicas diferentes não impede que dois chefes de Estado tratem a relação com muito respeito. Eu o respeito porque ele foi eleito presidente dos Estados Unidos pelo voto democrático do povo americano e ele me respeita porque fui eleito pelo voto democrático do povo brasileiro. Com isso colocado na mesa, tudo fica mais fácil”, explica.
“Eu volto para o Brasil satisfeito com a reunião que tive com o presidente Trump. Se depender dele e de mim, teremos um acordo. Estamos dispostos a fazer com que Brasil e Estados Unidos continuem com a relação que já cultivamos há 201 anos”, diz.
O presidente brasileiro afirma que entregou ao americano argumento sólido, que mostra “com clareza o equívoco do argumento de que a balança comercial” dos Estados Unidos com o Brasil era deficitária.
“Fiz questão de dizer a ele que eram infundadas as informações de que os Estados Unidos tinham déficit comercial com o Brasil. Nós provamos que houve superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos. Só no ano passado foram quase 22 bilhões de dólares de superávit para os Estados Unidos. Em todo o G20 só há três países em que os Estados Unidos são superavitários: Brasil, Reino Unido e Austrália”, disse.
Lula disse também que um novo encontro pode ser marcado. “Ele me disse que está com vontade de ir ao Brasil, eu disse que estou à disposição para ir a Washington, porque se tem uma coisa que aprendi a fazer na vida foi negociação. Vamos à estaca zero e voltar para o seguinte: aonde queremos chegar? Se houver a disposição do presidente Trump, como ele disse que tem de fazer um bom acordo com o Brasil, temos toda a intenção de fazer um bom acordo, não haverá problema para a relação entre as duas maiores democracias do Ocidente”, diz.
Trump
Na avaliação de Trump, foi uma “ótima reunião”. “Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver. No momento, eles estão pagando, eu acho, 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião”, disse aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One.
O presidente norte-americano também parabenizou o brasileiro pelos 80 anos completados nesta segunda-feira (27). “Quero desejar feliz aniversário ao presidente. Hoje é o aniversário dele. Você sabia? Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e fiquei muito impressionado. Mas hoje é o aniversário dele. Então, feliz aniversário”, disse.
O encontro entre os dois presidentes vem repercutindo entre o empresariado brasileiro que espera resultados concretos. Ou seja, o diálogo abriu caminho para redução das tarifas impostas aos produtos brasileiros.
No mercado, a repercussão foi positiva pela manhã. O dólar recuou nesta segunda-feira 0,18% e ficou cotado a R$ 5,3823. O Ibovespa renovou a máxima histórica chegando a 147.977.
Vermelho
