19-09-2025 Sexta-feira
Aprovação na Câmara e no Senado garante isenção por lei para famílias inscritas no CadÚnico que consomem até 80 kWh por mês
Foi enviada à sanção presidencial a medida provisória (MP 1.300/2025) editada pelo governo no fim de maio e aprovada no Congresso Nacional que zera a conta de luz de famílias de baixa renda. A Tarifa Social de Energia Elétrica – que antes beneficiava famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com descontos de 10% a 65% para consumo mensal de até 220 kWh – passou a prever isenção total da conta de luz para essa parcela da população se o consumo não exceder 80 kWh.
Famílias inscritas no CadÚnico com renda entre meio e um salário mínimo também estão isentas do pagamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) se consumirem até 120 KWh por mês. O valor da CDE é previsto na fatura mensal e destina-se a financiar políticas públicas e programas no setor elétrico, entre outros investimentos.
A MP que será convertida em lei ainda prevê tarifas diferenciadas por horário de consumo, fornecimento de energia pré-paga e diferentes tipos de tarifa conforme critérios de local e de complexidade, além de isenção para comunidades rurais, indígenas e quilombolas.
Um acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado levou a MP a tratar somente da Tarifa Social e deixar medidas para modernizar o setor elétrico para serem definidas na votação da MP 1.304/2025, que também altera leis do setor elétrico. O alívio no orçamento das famílias de baixa renda brasileiras foi comemorado pelos senadores do PT, como ressaltou o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
“Nós estamos com pressa para votar uma MP que garante a 60 milhões de brasileiros, 35% da nossa população, que não paguem mais energia. São pessoas pobres, com deficiência, idosos”, disse o senador sobre a votação da medida no Congresso no último dia de sua validade.
Bancada na Câmara comemora
“Mais de 60 milhões de brasileiros vão se beneficiar com esta medida que permitirá, democraticamente, a distribuição de crédito de energia para as famílias brasileiras que mais precisam. São 80 quilowatts por família”, comemorou o deputado Pedro Uczai (PT-SC). Ele acrescentou que a energia elétrica pode ser considerada um direito fundamental, assim como a saúde e a educação.
O deputado explicou que a MP aprovada estabelece uma política pública energética, de inclusão social, com crédito de energia para as famílias que mais precisam. “Assim, o governo permite construir cidadania energética, permite às famílias consumirem energia elétrica, permite às famílias entrarem no mundo do trabalho, do consumo e da cidadania”, afirmou.
E o líder da Maioria, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), enfatizou que a medida não beneficia apenas as pessoas mais vulneráveis, mas também empresários. “Os patrões do Brasil também vão ganhar dinheiro. Vai aumentar a massa salarial, vai haver mais consumo, vai gerar emprego, vai gerar lucro também”.
Luz para Todos
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou que a medida provisória dá um avanço muito importante na política energética do País. Ele relembrou que o presidente Lula, no seu primeiro governo, criou o programa Luz para Todos, que fez com que milhões de famílias tivessem acesso à energia.
“Também nós aprovamos aqui, em 2010, a Tarifa Social de Energia Elétrica, que possibilitou uma conta de luz mais barata para que milhões de brasileiros pudessem pagar a sua conta de energia, ficar sem nenhuma dívida com a concessionária e não sofrer nenhum tipo de descontinuidade no fornecimento. Foi uma política muito positiva”, citou.
Agora, continua Zarattini, o presidente Lula dá mais um passo à frente, “um passo importantíssimo, que é zerar a conta de luz para quem consome até 80 kW e reduzir a conta de quem consome mais de 80 kW, seja permitindo que se considere os 80 kW como zerados e só cobre aquilo que ultrapasse os 80 kW, seja retirando o custo da Conta de Desenvolvimento Energético — CDE até 120 kW, para as famílias consideradas de baixa renda, aquelas inscritas no CadÚnico”, comemorou.
Alívio para milhares de família
O deputado Alencar Santana (PT-SP) afirmou que a MP tem impacto direto na vida de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social. “Muitos não conseguem pagar a conta de energia e vivem às escuras, utilizando meios alternativos até mesmo para cozinhar. Essa medida traz alívio imediato para essas famílias”, afirmou.
Alencar Santana destacou ainda que a iniciativa integra o conjunto de políticas sociais retomadas pelo Governo Lula, que, segundo ele, já resultaram em avanços significativos, como a saída do Brasil do Mapa da Fome. “Ao votarmos sim, reafirmamos nosso compromisso com o Brasil e com os que mais precisam. Essa medida é de forte impacto social e precisa ser aprovada hoje”, defendeu.
Energia de graça
O deputado Helder Salomão (PT-ES) reiterou que medida provisória que vai garantir energia de graça, sem nenhum custo, para 60 milhões de brasileiros inscritos no CadÚnico, que consumirem até 80 quilowatts. “Isso, sim, é pensar nas famílias que mais precisam, que poderão economizar o dinheiro que gastariam para pagar a conta de luz e utilizar esses recursos para as suas atividades familiares. Isso vai aquecer o comércio local, especialmente das pequenas cidades. Isso vai criar um círculo virtuoso, porque as pessoas terão mais dinheiro no bolso para cuidar da saúde, para cuidar do lazer, para cuidar da família, para cuidar das suas atividades cotidianas”.
Redução das desigualdades
Na avaliação do Bohn Gass (PT-RS), são medidas com essa MP do Governo Lula que fazem o Brasil dar certo, crescer, gerar emprego e reduzir as desigualdades sociais. “A tarifa social é para diminuir desigualdades. São 60 milhões de brasileiros do Norte, do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul que terão mais igualdade”, afirmou.
E a deputada Erika Kokay (PT-DF) acrescentou que esta medida provisória é fundamental para que “possamos ter um país mais igualitário, um país onde as pessoas tenham acesso à energia, onde o dia ou as atividades não acabem quando o sol se põe, para que possam ter energia. Energia significa desenvolvimento social, mas também significa desenvolvimento econômico, significa desenvolvimento para este Brasil”.
O deputado Joseildo Ramos (BA) também destacou a relevância da MP para 60 milhões de brasileiros que deixaram de pagar a conta de luz se consumirem até 80 kW e defendeu a aprovação da medida provisória.
Novas Regras para a tarifa de energia
A nova regra sobre a tarifa de energia entrou em vigor em 5 de julho e se aplica a todos os consumidores de baixa renda inscritos no CadÚnico com renda familiar mensal por pessoa menor ou igual a meio salário mínimo ou a família que tenha integrante contemplado com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). No entanto, diferentemente de como é hoje, haverá tarifa zero para o consumo até 80 kWh/mês. Acima desse consumo, não haverá desconto.
Atualmente, existem descontos escalonados para faixas maiores: 65% de desconto no consumo até 30 kWh/mês; 40% de desconto na faixa de 31 a 100 kWh/mês; e 10% no consumo de 101 a 220 kWh/mês.
Para famílias indígenas e quilombolas que atendam às condições, a isenção de tarifa passa do consumo máximo de 50 kWh/mês para os mesmos 80 kWh/mês.
Ambas as isenções continuam a ser bancadas pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que recebe vários pagamentos de encargos setoriais repassados em parte nas contas de luz.
Como a isenção cheia passa a beneficiar mais pessoas, a diferença será coberta por todos os outros consumidores com encargo da CDE incidente na fatura de energia.
Assim, a partir de 1º de janeiro de 2026, as famílias com renda mensal por pessoa de meio a um salário mínimo e inscritas no CadÚnico terão isenção do pagamento das quotas anuais da CDE em contas com consumo mensal de até 120 kWh. A isenção da CDE será para uma única unidade consumidora.
No total, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), 115 milhões de consumidores serão beneficiados pela gratuidade ou pela redução da conta de luz.
PT Senado e PT Câmara