Arquivo mensal: julho 2025

Bolsonaro é condenado pela fala “pintou um clima” com meninas venezuelanas

25-07-2025 Sexta-feira

“O ex-presidente, que se dizia o ‘paladino da moral’, hoje coleciona processos como se fossem medalhas de guerra”, ironiza a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ)

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) condenou Jair Bolsonaro a pagar R$ 150 mil pelo uso de imagens de crianças “fazendo arminha” e ao falar sobre “pintou um clima” para meninas venezuelanas durante entrevista a um podcast em 2022.

Na decisão desta quinta-feira (24), o TJDFT proibiu o ex-presidente de constranger menores em ambientes públicos.

“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto […] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas… Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, disse o ex-presidente na ocasião.

Sobre as crianças fazendo arminhas, Bolsonaro usou de imagens de crianças que fizeram um passeio escolar ao Palácio do Planalto. Ele incitou as crianças a fazer gestos de arma com as mãos.

A condenação repercutiu no Congresso. “Pintou um clima’… de condenação! Jair Bolsonaro vai enchendo a ficha corrida com mais uma sentença — agora, R$ 150 mil por danos morais coletivos. O ex-presidente, que se dizia o ‘paladino da moral’, hoje coleciona processos como se fossem medalhas de guerra. Mas não se engane: essa batalha é da Justiça contra a mentira, o preconceito e o abuso de poder. E ela está só começando”, avalia a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

“Bolsonaro foi condenado pelo tribunal de justiça federal do Distrito Federal pela declaração absurda que deu dizendo que ‘pintou o clima’ com garotas venezuelanas e 14 ANOS. E o Trump envolvido na lista de prostituição e pedofilia de Jeffrey Epstein. Essa extrema direita é um verdadeiro esgoto!”, postou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).

Vermelho

Lindbergh quer CPMI para investigar escândalo financeiro com aliados de Trump e Bolsonaro

24-07-2025 Quinta-feira

É inadmissível que, enquanto o povo brasileiro enfrenta os efeitos econômicos da retaliação imposta pelo governo Trump, aliados de Jair e Eduardo Bolsonaro estejam lucrando com a desvalorização do Brasil afirma o líder do PT, em nota

O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), anunciou que vai reunir assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a movimentação de mais de R$ 6,6 bilhões na bolsa de valores brasileira. Operações “atípicas e suspeitas foram realizadas com informações privilegiadas” poucas horas antes do anúncio do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos, no dia 9 de julho. Segundo denúncia veiculada pelo ICL Notícias, grandes grupos financeiros como BGC (do atual Secretário de Comércio do governo Trump, Howard Lutnick), BTG Pactual e Tullett Prebon estariam entre os operadores que lucraram nesta movimentação.

Leia a íntegra da nota:

A revelação de que mais de R$ 6,6 bilhões foram movimentados na bolsa de valores brasileira em operações atípicas e suspeitas realizadas com informações privilegiadas poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos acende um grave alerta sobre a existência de uma aliança internacional de ataque à soberania do Brasil — com motivação política, finalidade golpista e ganhos financeiros escusos.

Segundo denúncia veiculada pelo ICL Notícias, grandes grupos financeiros como BGC (do atual Secretário de Comércio do governo Trump, Howard Lutnick), BTG Pactual e Tullett Prebon estariam entre os operadores que lucraram com a queda previsível dos ativos brasileiros provocada pelas sanções norte-americanas.

É inadmissível que, enquanto o povo brasileiro enfrenta os efeitos econômicos da retaliação imposta pelo governo Trump, aliados de Jair e Eduardo Bolsonaro estejam lucrando com a desvalorização do Brasil. Há fortes indícios de que setores do bolsonarismo estariam atuando para sabotar o país do exterior, em articulação com interesses estrangeiros hostis, com o objetivo de desestabilizar o governo democraticamente eleito e enfraquecer o Estado brasileiro.

A participação de Eduardo Bolsonaro e de seu aliado Paulo Figueiredo, neto do último ditador da ditadura militar brasileira, aprofunda ainda mais o escândalo. Ambos atuaram abertamente nos Estados Unidos defendendo as sanções contra o Brasil, articulando junto a setores do governo Trump e pressionando por medidas que prejudicam diretamente a economia e a imagem internacional do país. Em vez de defender os interesses nacionais, Eduardo e Figueiredo agiram como lobistas contra a própria pátria, revelando um alinhamento vergonhoso com forças estrangeiras hostis e transformando o golpismo em estratégia de desestabilização econômica e ganho político pessoal.

Diante da gravidade dos fatos, parlamentares comprometidos com a soberania nacional anunciarão, no retorno do recesso, a reunião de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O objetivo será apurar em profundidade a origem das operações financeiras realizadas às vésperas das sanções, identificar eventuais crimes financeiros e de traição à pátria, e expor os vínculos entre operadores do mercado e agentes políticos ligados ao bolsonarismo e à extrema direita internacional.

O Congresso Nacional não pode se omitir diante da possibilidade de que crimes de guerra híbrida, manipulação financeira e conspiração contra a economia brasileira estejam sendo cometidos com envolvimento direto de quem deveria defender os interesses do país.

O Brasil não é colônia de interesses externos. Ninguém vai lucrar impunemente com ataques ao nosso país. Vamos reagir à altura!

Brasília, 23 de julho de 2025.

Lindbergh Farias

Deputado Federal (PT/RJ)

Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados

BNDES apresenta linhas de crédito para MPMEs e chamada de projetos para neoindustrialização no MA

24-07-2025 Quinta-feira

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveu nesta quarta-feira (23), em São Luís, no Maranhão, o evento “BNDES Mais Perto de Você”. Nele, foram apresentadas alternativas acessíveis de financiamento para 400 micro, pequenos e médios empresários. O encontro foi realizado em parceria com agentes financeiros, o governo do Estado do Maranhão, o Sebrae, a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) e outras entidades empresariais.

Durante o painel, o BNDES apresentou as principais soluções de crédito, voltadas à expansão, inovação e sustentabilidade dos negócios. Entre as opções detalhadas, destacam-se linhas para capital de giro, aquisição de máquinas e equipamentos, acesso a garantias, entre outras. Os empreendedores inscritos também puderam esclarecer dúvidas com representantes do Banco e consultar as alternativas mais adequadas ao perfil de suas empresas junto a outros agentes financeiros.

A diretora de Crédito Digital para MPMEs do BNDES, Maria Fernanda Coelho, afirmou que o Banco opera em parceria com mais de 50 instituições financeiras no estado, entre bancos públicos, privados e cooperativas de crédito. “Nossa grande diferença está no crédito de longo prazo, com condições adequadas e apoio a quem mais precisa — do pequeno agricultor à indústria nascente, da empresa familiar à startup em fase inicial”, explicou.

Maria Fernanda também destacou a Ação Conjunta de Fomento da Nova Indústria Brasil (NIB) — iniciativa do BNDES em articulação com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Finep, com apoio técnico da Sudene e do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (CNE). A ação prevê a aplicação de R$ 10 bilhões em projetos estruturantes voltados à inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável no Nordeste, representando a maior disponibilidade de crédito já direcionada à indústria da região. Os projetos podem ser inscritos até o dia 15 de setembro.

Segundo a diretora, 76% dos recursos aprovados para o Maranhão em 2024 foram destinados a MPMEs, o que demonstra o foco do BNDES na dinamização da economia local. Ela também destacou a atuação do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) como uma das estratégias para facilitar o acesso ao crédito a quem não possui garantias tradicionais.

O secretário-chefe da Secretaria Geral da Governadoria, Luis Fernando Silva, que representou o governador Carlos Brandão na solenidade, destacou a importância da parceria com o BNDES para fomentar o desenvolvimento econômico local. “O papel do Estado é induzir o crescimento econômico e orientar políticas públicas que beneficiem quem gera emprego. Nossa gestão se fundamenta na trilogia produção, emprego e renda. É preciso produzir, gerar trabalho e renda e, acima de tudo, reduzir as desigualdades sociais e econômicas”, enfatizou o secretário.

O vice-presidente executivo da FIEMA, Luiz Fernando Renner, destacou a relevância do momento: “Essa é uma excelente oportunidade para que os empresários repensem suas atividades, invistam em inovação, ampliem sua competitividade e fortaleçam cadeias produtivas estratégicas para o Maranhão, gerando mais emprego, renda e desenvolvimento”.

“O Nordeste tem plena capacidade de fazer o investimento previsto nesta chamada. E acreditamos que no Maranhão temos projetos para investir esses recursos e que eles sejam revertidos em desenvolvimento, emprego, renda e melhoria da qualidade de vida no Maranhão e no Nordeste”, afirmou Carlos Gabas, secretário executivo do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (CNE).

Acesso ao crédito – Diversos empreendedores participaram do evento e compartilharam impressões sobre o acesso ao crédito e as possibilidades apresentadas. Francisco Leal, do setor de materiais de construção, avaliou positivamente as condições ofertadas: “O que me chamou atenção foi o porte do Banco e a facilidade de pagamento. As condições são bem mais atrativas do que as que normalmente encontramos no mercado.”

Darlane Brito, consultora na área de engenharia, apontou avanços na clareza das orientações. “As possibilidades são muitas, e hoje ficou mais fácil entender por onde começar e o que procurar. A burocracia atrapalha, mas com informação a gente desenrola.”

Josiett Santos, designer de moda, destacou a aproximação com os bancos parceiros: “Agora me sinto mais próxima de conseguir esse crédito. O BNDES mostrou caminhos, e os bancos parceiros estão mais acessíveis.”

A edição do “BNDES Mais Perto de Você” em São Luís é mais um passo do Banco no âmbito da chamada “COP Amazônica”. Até a conferência, que ocorre em novembro em Belém (PA), o BNDES percorre os nove estados da Amazônia Legal. Além de São Luís, as cidades de Macapá, Belém e Rio Branco já foram contempladas. Manaus, Palmas, Porto Velho e Boa Vista são as próximas a receber o evento.

Encerrando sua participação, Maria Fernanda deixou uma mensagem ao público: “Se você tem um sonho e um plano de negócio, o BNDES tem uma linha de crédito que pode se adequar. Acredite que é possível.”

FIEMA

Prefeito de São Mateus, Miltinho Aragão, entrega obras e serviços nesta sexta-feira (25)

24-07-2025 Quinta-feira

O prefeito do município de São Mateus, Miltinho Aragão (PSB), entregará nesta sexta-feira (25) uma série de obras e serviços que vai contribuir diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população do município.

Nas inaugurações constam a reforma da primeira etapa do pronto socorro e hospital municipal; a entrega da nova frota de ambulâncias; e a inauguração da Base do Samu 192.

A entrega dos novos equipamentos públicos à população será realizada na Praça Bina Marizeu que já está sendo reformada para ser o palco das atividades. O momento festivo terá ainda shows e outros apresentações culturais locais e nacionais.

Entregas – Miltinho Aragão tem revolucionado a administração municipal com a entrega de diversas obras para a população. No início de julho, o prefeito, acompanhado do secretário de Estado do Desenvolvimento Social, Paulo Casé Fernandes, e do secretário adjunto da Casa Civil, Orleans Brandão, entregou dois importantes equipamentos públicos: o Restaurante Popular e o Centro TEA+, voltado para o atendimento especializado de crianças com Transtorno do Espectro Autista.

As inaugurações marcaram mais um avanço nas políticas públicas voltadas à inclusão social e à segurança alimentar no município. O Restaurante Popular garante refeições diárias a preços acessíveis para a população, principalmente para os que mais precisam, enquanto o Centro TEA+ oferece atendimento multidisciplinar e humanizado a 350 crianças com TEA e suas famílias.

As ações reforçam o compromisso da gestão municipal com o desenvolvimento humano e urbano, transformando São Mateus do Maranhão em um modelo de gestão eficiente e cuidado com as pessoas.

Brandão inaugura Cais de Tutóia- novo ponto de apoio ao turismo no Delta e Lençóis Maranhenses

24-07-2025 Quinta-feira

O cais de Tutóia era uma obra aguardada pela população e representa um novo investimento na região dos Lençóis Maranhenses e do Delta do Parnaíba. Por intermédio da Secretaria de Estado de Governo (Segov), o Governo do Maranhão entregou à população, na última sexta-feira (18), um novo cais moderno, seguro e com capacidade para atender barcos, lanchas e passageiros em uma das regiões turísticas mais importantes do estado. O investimento da obra foi de R$ 2.217.639,26.

Localizado a 253 km de São Luís, o município de Tutóia recebeu também uma nova praça voltada à convivência da comunidade e dos turistas. A obra, com investimento de R$ 585.330,40, contemplou diversos aspectos, como a ampliação e modernização de todo o espaço, oferecendo uma infraestrutura mais adequada para a recepção de visitantes e embarcações, além de integrar o ambiente urbano à área portuária.

A nova arquitetura do cais permitiu melhorias no sistema de iluminação, instalação de nova cobertura e adequações na área de embarque e desembarque. Também foram construídos banheiros acessíveis, garantindo inclusão para todos os públicos, e reformados os espaços de atendimento ao turista, além da criação de quiosques para a venda de artesanato e lanches.

O espaço foi integrado à Praça da Família, que passou por reforma completa, garantindo um novo ambiente de lazer para a população de Tutóia.

“O cais é um centro turístico, com uma Praça da Família integrada. É um novo cartão-postal que vai atender bem a população e os turistas. Com a reforma, o espaço foi ampliado e ficou muito mais funcional para quem chega e sai de barco. A praça recebeu paisagismo, iluminação, parquinho para crianças — um grande investimento que vai fortalecer o turismo, o comércio e o lazer”, destacou o governador Carlos Brandão, que esteve presente na inauguração.

“A obra foi uma determinação do nosso governador, sempre com olhar atento às principais demandas do nosso estado. O cais da cidade de Tutóia deve beneficiar centenas de pessoas na região, fomentar o comércio e o turismo, e trazer mais desenvolvimento para essa área tão importante do Maranhão. Essas obras reforçam o compromisso do governador Carlos Brandão em gerar renda e trazer benefícios para todos os maranhenses”, apontou o secretário de Governo, Márcio Machado.

Por meio da Segov, o governo também está implementando outros investimentos na região dos Lençóis e do Delta do Parnaíba, como a construção de um núcleo de esportes, implantação de uma Estação Tech e de uma unidade do Viva/Procon, além das reformas da delegacia e do Iema local.

Ministro Alexandre Moraes decide não prender Bolsonaro por descumprimento de cautelar

24-07-2025 Quinta-feira

Ministro entendeu que a violação foi um ato “isolado”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (24) não ter dúvida de que o ex-presidente Jair Bolsonaro violou a proibição de utilizar as redes sociais, mas que o episódio foi pontual e não seria o bastante para decretar a prisão preventiva.

Moraes apontou para publicação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro na rede social Facebook, feita momentos depois de uma ida do ex-presidente ao Congresso, onde Bolsonaro mostrou a tornozeleira eletrônica que foi obrigado a usar e deu declarações à imprensa.

“Na presente hipótese, na veiculação pelas redes sociais de discurso proferido por JAIR MESSIAS BOLSONARO na Câmara do Deputado por seu filho, também investigado, momentos após o acontecimento, constata-se a tentativa de burlar a medida cautelar”, escreveu Moraes.

O ministro reiterou que “não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que, as redes sociais do investigado EDUARDO NANTES BOLSONARO foram utilizadas à favor de JAIR MESSIAS BOLSONARO dentro do ilícito modus operandi já descrito”.

No entanto, Moraes afirmou que a violação foi “isolada”, sem notícias de outros descumprimentos. Ele também disse ter levado em consideração as explicações da defesa de Bolsonaro. Os advogados negaram qualquer intenção do ex-presidente de violar medidas cautelares e afirmou que ele “vem observando rigorosamente as regras de recolhimento impostas”.

Ele advertiu, contudo, que “se houver novo descumprimento, a conversão será imediata” das cautelares em prisão preventiva. 

Burlar proibições

Sobre o alcance das medidas cautelares impostas a Bolsonaro, o ministro esclareceu que em nenhum momento o ex-presidente foi proibido de conceder entrevista ou fazer manifestações públicas, mas que isso não significa que ele possa se valer de situações “pré fabricadas” para que sejam publicadas por terceiros de forma coordenada, burlando a proibição de usar as redes sociais.

“JUSTIÇA É CEGA MAS NÃO É TOLA!!!!!”, exclamou Moraes. O ministro destacou ser esse o modo de operar típico de milícias digitais que atacam a democracia, coordenar publicações nas redes sociais para disseminar eventuais crimes cometidos por Bolsonaro. 

Soberania nacional 

Moraes acrescentou que tais entrevistas e atos públicos de Bolsonaro são planejados “sempre com a finalidade de continuar a induzir e instigar chefe de Estado estrangeiro a tomar medidas para interferir ilicitamente no regular curso do processo judicial, de modo a resultar em pressão social em face das autoridades brasileiras, com flagrante atentado à Soberania nacional”.

A referência do ministro diz respeito a sanções do governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, impostas contra ele próprio e outros sete ministros do Supremo e seus familiares, que tiveram seus vistos de entrada nos EUA canceladas. 

O anúncio de medida foi feito pelas redes sociais pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O motivo dado foi a suposta violação da liberdade de expressão e dos direitos humanos na condução dos processos sobre a trama golpista bolsonarista. 

Neste mês, Trump também anunciou um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA, a se tornar efetiva em 1º de agosto. 

Em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também publicada primeiro nas redes sociais, Trump deu como justificativa central para a medida o que disse ser uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. 

Inquérito

Bolsonaro e Eduardo são investigados pelo que seria uma tentativa de intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) a arquivar o processo no qual ele é acusado de ter tentado um golpe de Estado para se manter no poder após derrota eleitoral. 

Ao impor medidas cautelares contra Bolsonaro, na última sexta-feira (18), Moraes afirmou que Bolsonaro faz uma “flagrante confissão” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça, ao dizer que o recuo de Trump do tarifaço está condicionado a uma anistia da trama golpista. 

O ministro apontou que Bolsonaro confessou em juízo ter enviado R$ 2 milhões recebidos numa campanha de arrecadação para que Eduardo se mantenha nos EUA, onde percorre um périplo político para conseguir sanções internacionais contra os ministros do Supremo e o próprio Brasil. 

As medidas cautelares impostas a Bolsonaro foram confirmadas na segunda (21) pela Primeira Turma do Supremo, por 4 votos a 1. Votaram a favor, além do próprio Moraes, os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux foi o único a divergir, por não ver risco de fuga do ex-presidente. 

Agência Brasil

Presidente Lula denuncia tarifas de Trump na OMC e alerta para uso político do comércio

24-07-2025 Quinta-feira

Brasil denunciou o uso de tarifas como forma de coerção política em reunião da OMC. Discurso teve apoio de 40 países, incluindo China, Rússia, Índia, Canadá e União Europeia.

O governo brasileiro denunciou nesta quarta-feira (23), em reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o uso político de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos. 

O Brasil obteve apoio de cerca de 40 países, incluindo China, Rússia, Índia, Canadá e a União Europeia.

Sem mencionar diretamente o nome de Donald Trump, o Itamaraty acusou a prática de representar uma tentativa de interferência em assuntos internos e uma ameaça à estabilidade do comércio internacional.

A manifestação ocorreu em Genebra e foi conduzida pelo embaixador Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty. 

Segundo ele, a imposição de tarifas arbitrárias, como as anunciadas por Trump contra produtos brasileiros, ameaça lançar a economia global em uma espiral de preços altos e estagnação. 

No centro da denúncia está a tarifa de 50% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. O ex-presidente norte-americano vinculou publicamente a medida à forma como o Brasil tratou Jair Bolsonaro, aos supostos “ataques às eleições livres” e à “falta de reciprocidade” nas relações comerciais. 

Para o governo brasileiro, trata-se de uma violação flagrante das regras da OMC.

Durante o discurso no plenário da OMC, o embaixador brasileiro alertou que “as negociações baseadas em jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”. 

Ele afirmou que as tarifas estão sendo utilizadas como ferramentas de coerção política, em detrimento do sistema multilateral baseado em regras comuns.

Segundo Gough, a prática rompe princípios históricos do comércio internacional, como o tratamento da nação mais favorecida e a não discriminação. “Essas medidas levantam questões fundamentais com relação à previsibilidade jurídica e ao equilíbrio das condições de acesso ao mercado negociadas há décadas no âmbito do GATT [Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio] e da OMC”, afirmou.

O diplomata também denunciou que, ao paralisar o sistema de solução de controvérsias da OMC, os Estados Unidos fragilizam ainda mais a governança comercial global. O Brasil defendeu a retomada do funcionamento pleno do órgão e pediu esforços coletivos pela reforma estrutural da entidade.

Apoios e articulação internacional pela reforma da OMC

A posição brasileira foi apoiada por cerca de 40 delegações, incluindo potências como China, Rússia, Canadá, Índia e os países da União Europeia. A China, em sua intervenção, apresentou dados alarmantes: 19,4% das importações mundiais estão atualmente submetidas a tarifas elevadas, ante 12,5% há seis meses. O volume de comércio afetado já chega a US$ 2,7 trilhões.

Pequim também criticou acordos bilaterais recentes firmados pelos EUA, como o caso da Indonésia, que aceitou tarifas de 19% para seus produtos em troca de entrada livre para bens norte-americanos. Para a China e o Brasil, essas práticas aprofundam a fragmentação do sistema e violam os princípios da OMC.

Nos bastidores, o embaixador brasileiro se reuniu com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, e com outras delegações-chave, buscando apoio à proposta brasileira de uma reforma ampla da organização. “Ainda temos tempo para salvar o Sistema Multilateral de Comércio”, afirmou Gough.

Brasil mantém aposta no diálogo, mas acena com reação

Apesar do tom crítico, o governo brasileiro reiterou que continuará a priorizar o diálogo com os Estados Unidos. O Brasil enviou carta formal a Washington solicitando negociações e possíveis exceções à tarifa. Até o momento, não houve resposta oficial, mas o Itamaraty não descarta uma missão diplomática a Washington nos próximos dias.

Caso as negociações fracassem, o Brasil poderá recorrer ao mecanismo de solução de controvérsias da OMC — mesmo com seu funcionamento prejudicado pelo boicote dos EUA. “Vamos recorrer a todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo”, disse Gough.

Internamente, o governo já se prepara para respostas mais contundentes. Foi criado um Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado pelo MDIC com participação da Fazenda, da Casa Civil e do Itamaraty. Além de tarifas de retaliação, o Brasil avalia aplicar sanções sobre propriedade intelectual e produtos culturais norte-americanos, com base na nova Lei da Reciprocidade.

Vermelho

Gestores municipais e estaduais celebram a entrega de 72 novas ambulâncias pelo Governo do Maranhão

23-07-2025 Quarta-feira

Prefeitos, secretários municipais de saúde e diretores de unidades da Rede Estadual de Saúde recebem novos equipamentos para melhor atender a população.


Gestores municipais de saúde e diretores de unidades da Rede Estadual de Saúde celebraram a entrega de 72 novas ambulâncias, feita pelo governador Carlos Brandão durante cerimônia realizada nesta segunda-feira (21), no Complexo Castelinho, em São Luís (MA).

“Estamos dando continuidade à nossa agenda municipalista com a entrega de ambulâncias. Vamos completar, até o final do ano, a entrega de 280 veículos, que serão destinados a unidades do Estado e para cada um dos municípios do Maranhão. Com isso, vamos melhorar o transporte de pacientes e salvar vidas”, disse o governador Carlos Brandão, na ocasião.

As ambulâncias são do tipo Suporte Básico Tipo B, equipadas com ar-condicionado, direção hidráulica ou elétrica, cilindros de oxigênio, maca retrátil, prancha rígida, cadeira de rodas e kit de primeiros socorros. Podem ser adaptadas para Suporte Avançado (USA), ampliando a capacidade de atendimento.

A secretária municipal de Saúde de Turilândia, Cristina Oeiras, afirmou que a entrega dos veículos representa uma grande conquista. “A gente se sente feliz pela parceria, pela nossa contribuição. A questão do transporte é algo essencial no município, então receber uma ambulância nova nos ajuda a dar uma assistência de mais qualidade para os nossos usuários e para a nossa população”.

Quem também parabenizou o Governo do Estado pela entrega das ambulâncias foi a secretária de Saúde de Ribeirãozinho do Maranhão, Sirleide Marinho. “É uma iniciativa muito positiva essa parceria entre a Secretaria de Saúde e o Governo do Estado. Recentemente tivemos o mutirão do Cuidar dos Olhos, onde atendemos mais de mil pessoas, e agora a gente está recebendo essa ambulância, que vai melhorar muito o nosso atendimento”.

Dos 72 veículos, 49 foram destinados a prefeituras maranhenses, enquanto que outras 23 para unidades que fazem parte da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), situadas na capital e no interior do estado.

Acompanhando o chefe do executivo estadual na agenda, o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, destacou que é um compromisso com o municipalismo.

“Sobretudo um compromisso que o governador Carlos Brandão tem de dialogar, de escutar e buscar soluções concretas para que a gente possa entregar resultados para a população. A nossa missão é garantir o bem-estar de todos os maranhenses e a entrega dessas 72 ambulâncias é para que a gente possa melhorar a capacidade de resposta do sistema de saúde”, declarou.

Com a nova etapa, sobe para 168 (96 + 72) ambulâncias entregues pela gestão do governador Carlos Brandão em 2025, e 226 entregues desde 2022. A previsão é que este ano o governo alcance a marca de 280 ambulâncias entregues no total.

“Essa ambulância nova é de suma importância porque vai dar mais agilidade, não vamos ter problema no traslado dos pacientes indo para outras unidades fazer um exame ou algum outro tipo de procedimento, além de atender a população em geral. Ela vai nos dar mais agilidade, bem como conforto e também segurança para os nossos pacientes”, comentou o diretor geral do Hospital Aquiles Lisboa (HAL), Jorivaldo Monteiro.

Presente na solenidade, a diretora geral do Hospital Dr. Genésio Rêgo, Bianca Lima, disse que a entrega das ambulâncias veio em boa hora. “Vamos poder atualizar a nossa frota de ambulâncias, o que vai melhorar ainda mais o transporte intra-hospitalar dos pacientes aqui em São Luís. Uma iniciativa como essa também é de grande importância para todo o estado do Maranhão, porque a gente sabe também das unidades que tem no interior e que precisam fazer essa remoção para a capital”.

“Ninguém quer estar dentro de uma ambulância, mas é com o auxílio dela que poderemos fazer um transporte com mais estabilidade, conforto e segurança para o nosso paciente. A nossa população e região só têm a agradecer”, enfatizou o diretor geral do Hospital Regional de Santa Luzia, Gonçalo Neto.

Traidores da Pátria: bolsonaristas vira-latistas erguem bandeira de Trump na Câmara

23-07-2025 Quarta-feira

Em meio aos ataques de Trump à soberania do Brasil, deputados do PL assumem condição de vassalos do governo americano contra o povo brasileiro: “A história não absolverá”, alerta Humberto Costa

Inimigos do povo brasileiro e traidores da pátria, parlamentares do PL assumiram descaradamente a condição de vassalos dos Estados Unidos.

Em ato de apoio a Jair Bolsonaro nesta terça-feira (22) no plenário da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, esses verdadeiros extremistas de direita ergueram uma bandeira em apoio ao ataque de presidente estadunidense Donald Trump à soberania do Brasil com a mensagem: “Trump – Make America Great Again” (Trump – Faça a América grande novamente).

Imediatamente os parlamentares do PT foram em peso às redes sociais bradar contra o servilismo dos deputados do PL aos Estados Unidos. “Traidores da pátria! A história não absolverá”, publicou em letras garrafais o senador e presidente do PT Humberto Costa (PT-PE) em postagem na rede X com montagem com foto de enterro coletivo na pandemia de Covid 19 junto com a mensagem “sacrificar a sua família em nome da economia”, e outra foto de Bolsonaro ao lado de Trump e a frase “sacrificar a economia para salvar a família dele”. No alto, a postagem diz: “Ele nunca esteve do seu lado”.

O senador ressaltou ainda que o falso patriotismo tem endereço certo: o bolsonarismo. “Enquanto sacrificam o país, transformaram o Brasil em moeda de troca para benefícios pessoais”, denunciou.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) denunciou a ação dos traidores em plena Casa do Povo Brasileiro usando o símbolo de uma potência estrangeira que quer impor sanções ao Brasil. “Enquanto o país luta contra o tarifaço e defende sua soberania, eles prestam continência a um grupo externo. Isso tem nome: traição! Não representam o povo brasileiro. São traidores da pátria, vendidos a um projeto autoritário e estrangeiro. Defenda o Brasil!”, pediu Lindbergh.

Senador diz que “2026 está logo ali”

“Impressionante — não escondem mais nada”, desabafou o superintendente da Sudam Paulo Rocha. “Não precisam que ninguém diga que são entreguistas, sabotadores e traidores da Pátria: eles próprios fazem questão de assumir, em alto e bom som”, sentenciou, ao classificar os traidores também como bajuladores de potências estrangeiras que querem destruir o estado brasileiro por dentro.

“2026 está logo ali. Precisamos reeleger Lula e, mais que isso, mudar profundamente o Congresso. Sem um Legislativo comprometido com o Brasil, não há transformação possível. A luta é grande, mas é justa e necessária”, ressaltou em outra postagem.

Choque de realidade do bolsonarismo

Em vídeo, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que a máscara dos patriotas caiu e assinalou que muitas pessoas de boa-fé, que acreditaram um dia em Bolsonaro, agora percebem a verdade. Dirceu avalia que Bolsonaro se uniu a Trump numa ação muito prejudicial à indústria, agricultura e aos empregos dos brasileiros.

“Isso prova que ele não tem limites para salvar a sua pele e de seus filhos da cadeia”, destacou, reforçando que no Brasil quem tenta dar golpe e planeja assassinato de presidente e de ministro do Supremo vai para a cadeia. “Tornozeleira é pouco e Bolsonaro é traidor da pátria”, disparou.

“O que vejo são golpistas, traidores da pátria, conspiradores que estão fazendo de tudo para destruir nossa soberania e economia! Mas aqui, não! Aqui tem justiça e ela será feita!”, postou Dirceu em seu perfil na rede X.

Alencar Braga (PT-SP) denunciou a ação dos patriotas da pátria alheia e escreveu: “Eles não têm limites para a vergonha e o sabujismo. Traidores da pátria e vassalos”.

Também na rede X o deputado Rogério Correia (PT-MG) denunciou a traição escancarada dos deputados do PL e ironizou a ação de um deles de esconder a sabotagem ao Brasil ao arrancar e esconder a bandeira em homenagem a Trump. “O deputado Caveira escondendo o Trump, não adianta, o povo já sabe que são traidores da pátria! Bolsonaro na cadeia!”, bradou.

Jornalista vê deboche com eleitor

A ação vergonhosa dos parlamentares do PL aconteceu depois da decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de proibir a realização de reuniões de comissões que tinham o objetivo de apoiar Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal. Eles então organizaram uma coletiva e os deputados Sargento Fahur (PSD-PR) e Delegado Caveira (PL-PA) ergueram a bandeira em homenagem a Donald Trump.

No canal Globonews, a jornalista Andrea Sadi manifestou sua indignação com a trairagem dos parlamentares do PL. “É um deboche com o eleitor, como que se explica isso para o eleitor? Se me contassem talvez eu duvidaria. Make American Great Again nesse momento em que o Brasil está sendo taxado em 50%? Quem que elege esses deputados? É a base do Trump?”, questionou. Na sequência, o jornalista Octávio Guedes afirmou:

“Ou então gostam das tarifas, não se importam com o que está acontecendo, com as 110 mil demissões que a Confederação Nacional das Indústrias prevê”.

Maioria dos internautas rechaça ação

Nas redes sociais a repercussão da ação dos capachos foi bastante negativa, de acordo com o site ICL. “77% das publicações foram críticas, enquanto apenas 18% defenderam o ato da oposição na Câmara; 5% ficaram divididos sobre o assunto”, informou o site a partir de levantamento do analista de redes Pedro Barciela.

O analista identificou que 28% das publicações sobre o episódio afirmam que a manifestação representa uma traição à pátria, sendo classificado como “crime de lesa-pátria”, “vergonha nacional” e “ato antidemocrático”. 24% apontam que o gesto evidencia uma submissão ideológica e simbólica a Donald Trump, sugerindo que o bolsonarismo adotou um “patriotismo invertido”.

Outros 17% citaram termos como “desconectados do povo”, “vendilhões da pátria” ou “representantes da ignorância eleitoral”. “Termos como “patriotários”, “capachos dos EUA”, “Mama Americanos Again” (13%) também aparecem”, informou o site.

PT, com site ICL e GloboNews

Brasil denuncia tarifas de Trump na OMC e alerta para uso político do comércio

23-07-2025 Quarta-feira

Brasil denunciou o uso de tarifas como forma de coerção política em reunião da OMC. Discurso teve apoio de 40 países, incluindo China, Rússia, Índia, Canadá e União Europeia.

O governo brasileiro denunciou nesta quarta-feira (23), em reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o uso político de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos. 

O Brasil obteve apoio de cerca de 40 países, incluindo China, Rússia, Índia, Canadá e a União Europeia.

Sem mencionar diretamente o nome de Donald Trump, o Itamaraty acusou a prática de representar uma tentativa de interferência em assuntos internos e uma ameaça à estabilidade do comércio internacional.

A manifestação ocorreu em Genebra e foi conduzida pelo embaixador Philip Fox-Drummond Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty. 

Segundo ele, a imposição de tarifas arbitrárias, como as anunciadas por Trump contra produtos brasileiros, ameaça lançar a economia global em uma espiral de preços altos e estagnação. 

No centro da denúncia está a tarifa de 50% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. O ex-presidente norte-americano vinculou publicamente a medida à forma como o Brasil tratou Jair Bolsonaro, aos supostos “ataques às eleições livres” e à “falta de reciprocidade” nas relações comerciais. 

Para o governo brasileiro, trata-se de uma violação flagrante das regras da OMC.

Durante o discurso no plenário da OMC, o embaixador brasileiro alertou que “as negociações baseadas em jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”. 

Ele afirmou que as tarifas estão sendo utilizadas como ferramentas de coerção política, em detrimento do sistema multilateral baseado em regras comuns.

Segundo Gough, a prática rompe princípios históricos do comércio internacional, como o tratamento da nação mais favorecida e a não discriminação. “Essas medidas levantam questões fundamentais com relação à previsibilidade jurídica e ao equilíbrio das condições de acesso ao mercado negociadas há décadas no âmbito do GATT [Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio] e da OMC”, afirmou.

O diplomata também denunciou que, ao paralisar o sistema de solução de controvérsias da OMC, os Estados Unidos fragilizam ainda mais a governança comercial global. O Brasil defendeu a retomada do funcionamento pleno do órgão e pediu esforços coletivos pela reforma estrutural da entidade.

Apoios e articulação internacional pela reforma da OMC

A posição brasileira foi apoiada por cerca de 40 delegações, incluindo potências como China, Rússia, Canadá, Índia e os países da União Europeia. A China, em sua intervenção, apresentou dados alarmantes: 19,4% das importações mundiais estão atualmente submetidas a tarifas elevadas, ante 12,5% há seis meses. O volume de comércio afetado já chega a US$ 2,7 trilhões.

Pequim também criticou acordos bilaterais recentes firmados pelos EUA, como o caso da Indonésia, que aceitou tarifas de 19% para seus produtos em troca de entrada livre para bens norte-americanos. Para a China e o Brasil, essas práticas aprofundam a fragmentação do sistema e violam os princípios da OMC.

Nos bastidores, o embaixador brasileiro se reuniu com a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, e com outras delegações-chave, buscando apoio à proposta brasileira de uma reforma ampla da organização. “Ainda temos tempo para salvar o Sistema Multilateral de Comércio”, afirmou Gough.

Brasil mantém aposta no diálogo, mas acena com reação

Apesar do tom crítico, o governo brasileiro reiterou que continuará a priorizar o diálogo com os Estados Unidos. O Brasil enviou carta formal a Washington solicitando negociações e possíveis exceções à tarifa. Até o momento, não houve resposta oficial, mas o Itamaraty não descarta uma missão diplomática a Washington nos próximos dias.

Caso as negociações fracassem, o Brasil poderá recorrer ao mecanismo de solução de controvérsias da OMC — mesmo com seu funcionamento prejudicado pelo boicote dos EUA. “Vamos recorrer a todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo”, disse Gough.

Internamente, o governo já se prepara para respostas mais contundentes. Foi criado um Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenado pelo MDIC com participação da Fazenda, da Casa Civil e do Itamaraty. Além de tarifas de retaliação, o Brasil avalia aplicar sanções sobre propriedade intelectual e produtos culturais norte-americanos, com base na nova Lei da Reciprocidade.

Vermelho