Eleição de Lula fortalece Brandão e Dino e recoloca o Maranhão nos espaços de Brasília

31-10-2022 Segundaa-feira

A vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai tirar o Maranhão do isolamento em relação ao Governo Federal. Ganham projeção nesse novo cenário, em escala maior, o governador reeleito Carlos Brandão (PSB) e o senador eleito Flávio Dino (PSB), que entraram de cabeça na corrida ao voto e trabalharam sem descanso para fortalecer a candidatura do ex-presidente dentro e fora do Maranhão, comandando, de maneira determinada, a campanha do petista no estado.

O trabalho árduo e desafiador dos dois foi decisivo para que Lula da Silva tivesse saltasse de 68,8% dos votos (2.603.454) obtidos no 1º turno para 71,1% (2.663.849) no 2º turno, um resultado muito próximo da diferença dele sobre Jair Bolsonaro nos votos totais do país. Além do prestígio eleitoral do ex-presidente no Maranhão, Carlos Brandão e Flávio Dino abraçaram a candidatura do petista como uma questão de “vida ou morte”, exatamente por saberem que a reeleição do presidente seria um golpe muito duro no Maranhão.

Com esse resultado, o governador Carlos Brandão terá um parceiro no comando da República e o senador Flávio Dino um motivo especial para trabalhar duro pela estabilidade política e institucional.

Em qualquer situação, Lula da Silva teria votação majoritária no Maranhão, isso ninguém discute. Mas o tamanho dessa vitória certamente seria menor não fosse o trabalho diuturno, insistente e incansável dos dois líderes da aliança governista. Carlos Brandão, ainda administrando a recuperação da sua saúde, não faltou a um só compromisso que assumira durante a campanha, sem deixar o comando do Governo em segundo plano.

Flávio Dino foi para as ruas, comandando caminhadas, carreatas e concentrações em comícios nas mais diversas regiões do estado. Vitoriosos nas urnas na primeira volta, e certos de que o candidato petista teria a maioria dos votos do estado, poderiam deixar o trem seguir sem condutor. Mas fizeram exatamente o contrário: compraram a briga, arregaçaram as mangas e foram à luta. O resultado de ontem mostrou que o envolvimento direto dos dois líderes na campanha foi decisivo para a ampliação da vantagem.

Num plano mais aberto, Flávio Dino terá um papel político abrangente no Governo do presidente Lula da Silva. Sua experiência de ex-juiz federal, ex-deputado federal e ex-governador por dois mandatos, somada à estatura política que ele conseguiu além das fronteiras do Maranhão, o credenciam para exercer um papel de maior relevância. Há quem o veja como futuro ministro da Justiça, cargo que se encaixa no seu perfil e lhe dá espaço para atuar como articulador.

Mas há também quem enxergue nele um senador com credenciais para atuar como um articulador da base governista no Congresso Nacional, onde o presidente Lula da Silva vai precisar de suporte competente e confiável para conviver com uma oposição bolsonarista que, pelo menos no início, tentará de tudo para desestabilizar o Governo e com isso alimentar o monumental e perigoso racha nacional.

O presidente eleito tem dado repetidas demonstrações de que não faltará para com o Maranhão. Nas diversas conversas que teve com o governador Carlos Brandão, Lula da Silva repetiu a recomendação para que o governador lhe apresente cinco projetos importantes para o estado. Carlos Brandão disse que atenderá a recomendação, mas deixou claro que além disso vai trabalhar para uma sintonia fina com Brasília, que abra as portas ministeriais.

E nesse sentido, o vice-governador Felipe Camarão (PT) terá papel importante na interlocução do Governo do Maranhão com o Governo de Brasília. Nesse contexto, viabilizar cinco projetos é importante, mas é tão ou mais importante será estabelecer uma convivência fácil e produtiva.

O Brasil ganhou com a vitória de Lula da Silva, obtendo a garantia de que permanecerá na seara da democracia plena, e nesse contexto, o Maranhão está na linha de frente dos estados cujos governos e as lideranças mais influentes estarão alinhadas com o futuro Governo que será instalado na República no dia 1º de janeiro do ano que vem, daqui a dois meses, portanto.

Repórter Tempo

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