Maranhão tem número expressivo de militares candidatos neste pleito

24-09-2022 Sábado

Nenhuma das eleições parlamentares realizadas no Maranhão neste século teve número tão elevado de policiais militares como candidatos a deputado estadual e a deputado federal quanto a de agora. São coronéis, capitães, tenentes, cabos e soldados tentando cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

O curioso é que, com raras exceções, são candidatos por partidos de direita e pregando ideias conservadoras, passando a impressão de que a Polícia Militar seja uma instituição motivada por sentimentos não simpáticos à democracia.

Um dos candidatos, que se declara bolsonarista, chega a usar a expressão “vamos acabar com o comunismo”, como se tivesse seguindo uma orientação ideológica expressa, não levando em conta que a democracia é a saudável – às vezes dura, é verdade – convivência de contrários.

O fato é que, fazendo parte de um movimento articulado ou não, os policiais militares parecem decididos a exibir força política com o seu “batalhão” de candidatos. O problema é que, ao contrário de movimentos anteriores, como o que elegeu Cabo Campos deputado estadual em 2014 – que se revelou um desastre como parlamentar e político -, a profusão de candidaturas militares pulveriza sua base, que são os votos dos membros da corporação, seus familiares, amigos e até simpatizantes, tornando praticamente impossível a eleição de representantes.

Se tantas candidaturas são fruto de um movimento articulado, destinado a apenas mostrar a politização da PM, faz sentido, ainda que contrarie a natureza da instituição. Mas se a intenção for mostrar força eleitoral e ocupar espaço parlamentar, é fácil prever que o movimento caminha para um fracasso retumbante. Vale aqui um registro: nada contra a participação de policiais militares na disputa eleitoral.

Repórter Tempo

Numa outra esfera policiais, é oportuno anotar que a Polícia Civil está fora dessa onda, com raríssimos candidatos. Ativa no plano corporativo, a Polícia Civil está mais preocupada como seu papel institucional.

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