Arquivo mensal: julho 2022

Governo Bolsonaro insiste em vender três refinarias da Petrobras antes da eleição

26-07-2022 Terça-feira

Petrobras reabre processo e estende prazo para que compradores manifestem interesse

Faltando pouco mais de dois meses para a eleição, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu dar novo ânimo a sua agenda de privatização da PetrobrasCom o ministro Paulo Guedes, da Economia, e seus subordinados comandando a estatal, a empresa reabriu o processo de venda de três de suas refinarias e ainda estendeu o prazo para que interessados na compra se manifestem. Tudo isso, enquanto o governo estuda a privatização da própria Petrobras.

As refinarias à venda neste momento são a Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. As três juntas têm 23% da capacidade de refino do país.

Essas mesmas três unidades haviam sido postas à venda em abril de 2019, ainda nos primeiro meses do governo de Bolsonaro, junto com outras cinco plantas de produção de combustíveis. Na época, a ideia do governo era repassar à iniciativa privada cerca de 50% da capacidade de refino da Petrobras para, em tese, estimular a concorrência no setor e assim tentar baratear o preço da gasolina e do óleo diesel no Brasil.

A Petrobras chegou a formalizar os termos de venda de cada uma dessas refinarias. Em 2021, entretanto, a empresa ainda não havia conseguido vender a Rnest, a Repar e a Refap.

No caso da Rnest, ninguém apresentou proposta formal de compra. Pela Repar, a Petrobras diz ter recebido propostas com preços abaixo do que ela considerava justo. No caso da Regap, a empresa Ultrapar chegou a ter uma proposta aceita pela Petrobras. A negociação, entretanto, não avançou e acabou sendo encerrada.

No último dia 27, porém, a Petrobras anunciou que estava recolocando as três refinarias à venda. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o conselho de administração da estatal aprovou a indicação de Caio Mario Paes de Andrade, ex-assessor de Guedes, para presidência e em meio a uma crise causada pelo preço dos combustíveis no país.

Inicialmente, empresas interessadas nas três refinarias teriam até o último dia 15 para se manifestarem. Justamente no dia 15, a Petrobras ampliou esse prazo para sexta-feira (29), sem dar qualquer justificativa para o adiamento.

Antes dessa decisão, a Agência Estado já havia noticiado que pelo menos dez empresas monitoravam a privatização. Entre elas, estavam as brasileiras Ultrapar e Raízen, as suíças Vitol e Glencore, as americanas Valero e CVR Energy, e as chinesas PetroChina e Sinopec, além do fundo Mubadala, o qual já comprou e assumiu em dezembro o controle da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, cujo nome mudou para Refinaria de Mataripe.

A mesma Agência Estado informou que essas empresas não formalizaram propostas por nenhuma refinaria no prazo por conta da proximidade com a eleição e as discussões sobre o futuro da Petrobras inerentes ao processo eleitoral. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato líder em todas as pesquisas de intenção de voto, por exemplo, já declarou ser contra a venda de ativos da estatal.

Há quem veja um recuo estratégico das empresas nessa negociação. O economista Henrique Jäger, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), declarou ao Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) que as empresas querem mesmo é pressionar a Petrobras e comprar as refinarias estatais por preços ainda mais baixos do que os pedidos pela estatal.

Histórico de pechinchas

Das oito refinarias postas à venda pela Petrobras, a Rlam é a única que foi efetivamente negociada e transferida ao seu novo dono, o Fundo Mubadala. O valor do negócio foi fechado em março de 2021: US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,83 bi).

Estudo do Ineep aponta que a Rlam valia pelo menos o dobro disso: US$ 3,12 bilhões (mais de R$ 16 bilhões hoje).

O Ineep também apontou vendas abaixo do valor considerado justo no caso da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, vendida em agosto de 2021; da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, vendida em maio.

No caso da Rlam, contudo, a perda econômica não fica restrita à Petrobras, mas atinge toda a população da Bahia. O Fundo Mubadala criou uma empresa para administrar a Rlam, a Acelen. Ela, desde que assumiu o controle da refinaria, aumentou o preço do combustível vendido a distribuidores mais que a Petrobras; passou a comercializar os derivados de petróleo mais caros do país; e isso refletiu-se nos postos de combustível. Em março, a Bahia tinha a gasolina e o diesel mais caros do Brasil.

Privatizar para encarecer

De acordo com o economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social do Petróleo (OSP), o caso da Rlam é exemplar. Deve ser replicado em cada região do país cuja refinaria for vendida.

Dantas explicou que as refinarias da Petrobras foram construídas para que, cada uma delas, atendesse determinados mercados estaduais. No Sudeste, há algumas refinarias atendendo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas, por exemplo. No restante do país, entretanto, cada refinaria é responsável por atender sozinha uma região.

Isso faz com que quase toda refinaria da Petrobras seja dona de um monopólio regional do combustível. Quem compra determinada refinaria compra também seu mercado. Pode então subir o preço da gasolina e do diesel já que não terá concorrentes, exatamente como já fez a Acelen com os combustíveis produzidos na Rlam.

Estimativas calculadas por Dantas apontam que a gasolina seria até 11,5% mais cara em refinarias da Petrobras caso eles já tivessem sido privatizadas. Já o preço do diesel seria até 12% superior ao atual nesse mesmo cenário.

Isso, aliás, num contexto em que os preços dos combustíveis acumulam altas históricas. De acordo com cálculos da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde o início do governo de Bolsonaro, em 2019, o diesel nas refinarias subiu mais de 200% –ou seja, triplicou. A gasolina, mais de 160%.

“A venda de refinarias torna o Brasil dependente de importação de refinados e mais vulnerável às variações do preço do barril do petróleo e da variação cambial”, complementou o economista Uallace Moreira, Professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Isso tem impacto direto na inflação, além de tornar a balança comercial do país problemática. Importamos refinados e exportamos petróleo cru.”

Perda para Petrobras

Moreira afirma também que, para a Petrobras, as vendas são ruins já que reduzem a participação da empresa num elo lucrativo da cadeia do petróleo. As refinarias dão dinheiro para empresa. Vendê-las é abrir mão disso e ainda por cima entregar uma atividade estratégica para o país a interesses privados.

A geóloga Rosangela Buzanelli, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, acredita que falta visão estratégica do Brasil ao governo Bolsonaro. Por isso, ele pretende vender as refinarias.

“O governo conduz sua petrolífera, a maior empresa nacional, e o país na contramão da soberania e independência energética”, escreveu Buzanelli, em seu blog. “Ao invés de investir no refino, retomando as obras paralisadas e a construção e implantação de novas refinarias, como anteriormente planejado, decide pela venda de metade da capacidade de refino da companhia alegando que os preços cairão com as privatizações e a concorrência, o que já está fartamente desmentido na prática.”

Para Dantas, da OSP, Bolsonaro e Guedes não querem usar a Petrobras para o desenvolvimento do país. Eles, na verdade, falam em privatizar a empresa justamente para buscar apoio político de uma camada da sociedade nas vésperas da eleição.

“Eles querem sinalizar para o mercado a pauta privatista do governo, próximo das eleições”, afirmou. “Como a economia vai de mal a pior, o governo precisa dizer que ele continuará a entregar patrimônio público, para aumentar as chances de apoio eleitoral.”

“Os fatos são incontestáveis”, ressaltou Buzanelli. “A desverticalização e o apequenamento da Petrobrás não estão a serviço do país e de seu povo que a criou, mas do mercado financeiro e de interesses outros não nacionais.”

Edição: Rodrigo Durão Coelho Por: Vinicius Konchinski / Brasil de Fato

Flávio Dino rebate novas críticas e ameaças de Bolsonaro ao STF e à Constituição Federal

25-07-2022 Segunda-feira

O ex-governador Flávio Dino (PSB) disse que o presidente da República Jair Bolsonaro cometeu mais um ato de agressão à Constituição e ameaça ao Supremo ao conclamar a população a ir às ruas no dia 7 de setembro para protestar contra o Supremo.

“Mais uma agressão à Constituição; ameaça ao Supremo; preconceito; crimes. Pagará por tudo isso. Tarda mas não falha”, disse Flávio Dino.

Durante convenção do PL que oficializou a sua candidatura à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro afirmou:

“Convoco todos vocês para que todo mundo, no 7 de setembro, vá às ruas pela última vez. Estes poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo”, afirmou Bolsonaro.

Othelino recebe apoio em ato de lançamento à sua pré-candidatura em São Francisco do Maranhão

25-07-2022 Segunda-feira

A população de São Francisco do Maranhão abraçou a pré-candidatura à reeleição do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), em ato político realizado no município, neste domingo (24), no povoado Estreito. O evento foi organizado pelo prefeito Adelbarto Santos e contou com a presença do chefe do Parlamento Estadual, além de vereadores, lideranças e apoiadores.

No ato de lançamento da sua pré-candidatura, Othelino Neto falou sobre o carinho que tem pela cidade que, inclusive, o reconheceu como ‘Cidadão Franciscoense’, em homenagem feita pela Câmara Municipal.

O chefe do Legislativo maranhense também ratificou a parceria com o prefeito Adelbarto Santos e reforçou o seu compromisso com o desenvolvimento de São Francisco do Maranhão.

“Estou muito feliz por ter sido anunciado como o pré-candidato a deputado estadual do prefeito Adelbarto, pois essa parceria tem dado certo e tem se traduzido em resultados concretos para a cidade. É bom ver São Francisco do Maranhão crescendo e trabalharemos para que muito mais benefícios cheguem à população”, garantiu Othelino Neto.

O prefeito Adelbarto Santos destacou as inúmeras ações executadas no município, frutos dessa parceria com o deputado Othelino Neto, que beneficiaram a população franciscoense. Entre elas estão a indicação para reforma da Escola Sebastião Pereira de Carvalho; emenda para ampliação da Câmara Municipal; R$ 1,6 milhão destinado à pavimentação de ruas; emenda de R$ 600 mil para a saúde; construção da Praça da Bíblia; entrega de 500 cestas básicas; 400 cartões Vale-Gás e kits esportivos. 

“Nós somos muito agradecidos pela parceria do deputado Othelino com a nossa cidade. Ele tem o nosso total apoio e o comprometimento do nosso grupo político de darmos a maior votação proporcional nestas eleições. Vamos trabalhar para mantermos esse projeto, pois entendemos que ele é importante para o nosso município”, declarou. O vereador Francisco da Padaria, presidente da Câmara Municipal de São Francisco do Maranhão, também agradeceu a atenção dada pelo deputado Othelino aos franciscoenses. “Essa é uma parceria que tem dado certo e vamos continuar trabalhando para que ela continue”, disse.

Artigo: Ódio, violência e o golpe bolsonarista, por Aloizio Mercadante

25-07-2022 Segunda-feira

Ainda que tente se descolar do caso, é evidente que Bolsonaro tem responsabilidade política pelo assassinato de Marcelo Arruda, escreve Mercadante

conclusão açodada da Polícia Civil do Paraná de que o assassinato do companheiro Marcelo Arruda, militante histórico e ex-candidato a vice-prefeito de Foz de Iguaçu pelo PT, não teve motivação política desconsidera a ação deliberada de Bolsonaro de disseminar um discurso do ódio contra adversários políticos.  Desprezar que um militante do PT foi morto por um bolsonarista fanático, aos brados de “aqui é Bolsonaro”, durante a invasão de uma festa familiar privada, cujo tema era o PT e o presidente Lula, é negar a realidade dos fatos.

Ainda que tente se descolar do caso, é evidente que Bolsonaro tem responsabilidade política pelo assassinato de Marcelo Arruda, como também tem pelas bombas caseiras arremessadas contra nossa militância no Rio de Janeiro e pelo drone que lançou agrotóxico sobre mulheres, crianças e idosos, que participavam de uma concentração popular com Lula em Uberlândia. É Bolsonaro quem estimula os fanáticos dele a praticarem atos de agressão. É Bolsonaro quem faz declarações como “vamos fuzilar a petralhada”, “um tiro só mata todo mundo”, “uma granadinha só mata todo mundo”, “sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, fomentando ódio e violência política.

O desprezo de Bolsonaro contra adversários políticos é tanto que ele sequer se sensibilizou ou prestou solidariedade aos pais, à esposa ou aos filhos de Marcelo Arruda. Ainda comparou a tragédia de Foz de Iguaçu com o caso Adélio e tentou se livrar da responsabilidade política do crime com uma ligação para os irmãos de Arruda, na qual chamou os familiares para uma coletiva de imprensa para “mostrar o que aconteceu”.

Diante desse flagrante estímulo ao ódio e à violência, é inacreditável que ainda há quem tente igualar o extremismo autoritário de Bolsonaro aos valores democráticos defendidos por Lula. Nas cinco vezes em que Lula foi candidato a presidente, jamais ocorreram casos de agressões ou de violência contra nossos adversários, especialmente com o PSDB, contra quem o PT disputou as eleições presidenciais anteriores. A relação entre os candidatos sempre foi de respeito, os resultados das urnas sempre foram reconhecidos e a democracia sempre esteve presente como valor inegociável de todo o processo. E é por isso que Lula e Alckimin estão juntos, depois de terem disputado as eleições presidenciais em 2006.

Mas, não é só. Bolsonaro segue flertando com o golpismo e com o projeto Capitólio, com o ataque permanente à nossa democracia e ao nosso sistema eleitoral, sob a conivência envergonhada de parte das Forças Armadas, com um comando cada vez mais desgastado e subjugado pelo bolsonarismo.

Na semana passada, em audiência no Congresso Nacional, o ministro da Defesa aventou a possibilidade de inserção de um “código malicioso” nas urnas eletrônicas e apresentou uma proposta de votação paralela com cédulas de papel no dia das eleições. Uma aventura eleitoral, proposta por uma instituição sem nenhuma experiência ou cultura eleitoral e que jamais havia se manifestado sobre este tema ao longo de todas as eleições democráticas anteriores.

O que o general esqueceu de dizer é que o código fonte do sistema eletrônico pode ser inspecionado pelas entidades fiscalizadoras desde outubro de 2021. Sobre a proposta do voto impresso paralelo, esqueceu de explicitar que qualquer pessoa interessada em tumultuar o processo eleitoral pode simplesmente votar em um candidato na urna eletrônica e em outro na cédula de papel para gerar uma divergência na contagem de votos dessa suposta auditoria.

Ao mesmo tempo, a aprovação da ilegal PEC do Desespero dá a possibilidade, a menos de 80 dias das eleições, de Bolsonaro ampliar e criar benefícios sociais até o final do ano. É uma clara manobra eleitoreira do governo para tentar reverter a péssima imagem que tem junto aos mais pobres.

Além de criar um desequilibro na disputa eleitoral, essa PEC de R$ 41 bilhões, que afronta toda a legislação eleitoral, somada ao passivo formado com a limitação do pagamento de precatórios em 2022, desonerações e outras despesas fiscais deste ano, irá gerar um impacto fiscal da ordem de R$ 330,8 bilhões no próximo ano.

Ademais, deixa uma distorção completa na forma como está sendo distribuído o Auxílio Brasil. Temos 3,7 milhões de pessoas adultas, e predominantemente homens, que recebem R$ 600. No entanto, há mães com seis filhos que recebem o mesmo valor, o que dá a medida do erro estrutural desse programa eleitoral e improvisado.

Não deixa de ser curioso que Bolsonaro, o principal responsável por uma multidão de 33 milhões de famintos e o único parlamentar a ter votado “com orgulho” contra a criação do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, comemore, agora, nas vésperas das eleições, a possiblidade de ampliação de programa sociais, que o PT sempre defendeu. Na ocasião da votação do fundo, Bolsonaro defendeu como política de combate à fome o controle de natalidade da população pobre e disse que os pobres que recebiam o Bolsa Família tornavam-se “eleitores de cabresto”.

Nesse contexto, Lula emerge como a grande força capaz de reconstruir o Estado, as instituições democráticas, o diálogo e o tecido social, derrotando Bolsonaro. Não é aceitável qualquer tipo de tutela à Justiça Eleitoral. Da mesma forma, não é admissível o avanço dos atos de violência na disputa eleitoral. O bolsonarismo mata e precisa ser combatido e derrotado pela união de todos os democratas do país.

Sem cair em provocações e arrastando multidões, Lula segue liderando um amplo movimento em defesa da nossa democracia, da nossa soberania, da justiça social e de paz nas eleições. Lula, que em breve será o presidente mais votado da história da humanidade, será também o grande arquiteto reconstrutor de um Brasil devastado por Bolsonaro e a política dele de ódio, de violência e de mentiras.

Aloizio Mercadante é presidente da Fundação Perseu Abramo

Comissão de Direitos Humanos denuncia à ONU violência política no Brasil

25-07-2022 Segunda-feira

O presidente do colegiado, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), considerou o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, morto a tiros pelo bolsonarista Jorge Guaranho, “o ápice de uma escalada de violência protagonizada por Bolsonaro

A Comissão dos Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados denunciou à ONU a onda de violência política no Brasil. O presidente do colegiado, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), considerou o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, morto a tiros pelo bolsonarista Jorge Guaranho, “o ápice de uma escalada de violência protagonizada por Bolsonaro.

No documento, estão listados 13 ataques feitos por bolsonaristas por motivação política. “Espero que essa tragédia tenha servido de alerta para as autoridades. Mas o maior receio é que casos assim podem voltar a acontecer”, disse Orlando em entrevista ao UOL .

“As liberdades de manifestação política e de expressão estão sob risco. O nosso objetivo é que essas situações sejam objeto de atenção por parte de organismos internacionais que fazem esse tipo de monitoramento. O efeito devastador do discurso de ódio é estimular esse tipo de conduta”, completou.

Leia mais: Casos de violência política saltam 335% no Brasil em três anos 

O primeiro assassinato ocorreu na madrugada de 8 de outubro de 2018, após o fim do primeiro turno do pleito em que foi eleito presidente. Após abrir voto no PT, o mestre de capoeira Moa do Katendê foi morto a facadas em um bar de Salvador (BA). Preso em flagrante, o barbeiro Paulo Ségio Ferreira de Santana foi condenado a 22 anos e 1 mês de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado contra Moa por motivo fútil. A pena ainda inclui uma tentativa de homicídio qualificado contra o primo do capoeirista, que estava com ele no momento do crime.

Em novembro de 2019, Antônio Carlos Rodrigues Furtado morreu após ser agredido por socos e chutes após ter caído no chão em Santa Catarina. Segundo relatório da Polícia Militar, as agressões ocorreram após uma discussão com o autor do crime, Fábio Leandro Schlindwein, que seria simpatizante da direita.

Moa do Katendê foi morto a facadas por um bolsonarista (Foto: Reprodução)

Confira os outros episódios que constam no relatório:

Em março de 2018, uma caravana com o ex-presidente Lula foi atacada a tiros quando percorria o interior do Paraná.

Em 6 de outubro de 2018, um homem que conduzia uma moto com adesivo em alusão ao presidente Bolsonaro agrediu pessoas, arrancou bandeiras e quebrou de vidro de veículos em uma carreata em Maringá (PR).

No dia seguinte, bolsonaristas atropelaram o cineasta Guilherme Daldin em Curitiba (PR), que vestia uma camisa com a imagem de Lula.

Na noite de 9 de outubro de 2018, data do primeiro turno das eleições, um servidor da Universidade Federal do Paraná que usava um boné do MST foi agredido por golpes de garrafa na cabeça. Segundo o relato, os agressores gritaram “aqui é Bolsonaro”.

Em 28 de março de 2021, o ativista Rodrigo Grassi, militante do PT, foi detido por chamar Bolsonaro de genocida em um protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Após ser preso, disse ter sido questionado se não tinha vergonha de ser um vagabundo petista.

Em setembro de 2021, defensores de Bolsonaro foram acusados ​​de tentar invadir um acampamento indígena em Brasília.

Em outubro de 2021, o radialista Jerry de Oliveira disse ter sido ameaçado por dois homens em Campinas. Um deles estava armado, segundo ele. Na ocasião, disse ter sido ameaçado de morte caso falasse mal do presidente Jair Bolsonaro.

Em dezembro de 2021, uma equipe da TV Bahia foi impedida de fazer a cobertura jornalística da visita de Bolsonaro à cidade de Itamaraju (BA). Dois jornalistas foram agredidos por seguranças e apoiadores do presidente. A repórter Camila Marinho foi agarrada pelo pescoço por uma segurança.

Em 15 de junho deste ano, um drone lançou veneno com cheiro de fezes e urina sobre o público que aguardava pelo ato de Lula em Uberlândia (MG).

Em 7 de julho, um juiz que havia prendido um ex-ministro do governo Bolsonaro foi alvo de um ataque com o documento e ovos quando dirigia um carro em Brasília.

No mesmo dia, uma bomba caseira com lançamento foi lançada contra o público em um ato de Lula no Rio de Janeiro.

Vereadores de São Luís solicitam recuperação de espaços públicos destinados a esporte e lazer

25-07-2022 Segunda-feira

A recuperação de espaços públicos tem sido pauta de discussões na Câmara de São Luís. Somente na semana passada, vereadores de São Luís solicitaram serviços de reforma ao Executivo para dois espaços destinados à prática esportiva, além de um calçadão.

Os pedidos referentes à área de “Esporte e Lazer” foram feitos à Prefeitura de São Luís pelo vereador Andrey Monteiro (Republicanos). Por meio do Requerimento nº. 107/22, o parlamentar solicitou que fossem tomadas providências para a recuperação dos alambrados da quadra situada na Praça das Sete Palmeiras, localizada na Rua da Vitória – Vila Embratel.

Já por meio do Requerimento nº. 109/22, Monteiro pediu também ao Executivo municipal que fosse providenciada a recuperação do campo de futebol abandonado situado na Avenida Venâncio de Queiroga – Parque Timbiras.

Indicação – Ao Governo do Estado, foi realizado o pedido de tomada de providências para que seja realizada a revitalização do calçadão localizado no bairro João Paulo. Esta solicitação foi feita pelo vereador Antonio Garcez, por meio da Indicação nº. 133/22.

Exploração e desvalorização do ensino aumentam crises de ansiedade e depressão em professores

25-07-2022 Segunda-feira

Segundo psicóloga, saúde mental dos professores e das professoras levaram a categoria à solidão e isolamento

Relatos de ansiedade, depressão e outros problemas relacionados a saúde mental são cada vez mais frequente entre professores/as e alunos/as no Brasil, principalmente com retorno das aulas presenciais, depois de dois anos de pandemia da Covid-19, e problemas na estrutura educacional, que se arrastam bem antes da crise sanitária.

Essas crises que os trabalhadores e trabalhadoras da educação enfrentam é resultado da exploração de trabalho das professoras e dos professores e da desvalorização do ensino no país, afirma a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dra. Marilda Gonçalves Dias Facci.

“Há muito tempo a classe trabalhadora vem sofrendo com a exploração e com as condições de trabalho. No caso dos professores, nós temos realizados pesquisas que apontam que muitos professores estão adoecendo e quando a gente vai conversar com eles, fazer uma entrevista ou preencher um questionário, a gente vê o que está acontecendo e o que está provocando esses adoecimentos, como a precarização do trabalho e o pouco investimento na educação”, afirma Fucci, que também é membra da Associação Brasileira de Psicologia Escolar Educacional (Abrapee).

A constatação já foi confirmada no estudo “Novas formas de trabalhar, novos modos de adoecer”, realizado com 714 trabalhadores da educação, divulgado no fim de 2021, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

O medo de pegar a doença e a mudança no trabalho, que passou a ser a distância, impactaram a saúde mental dos professores e das professoras e levaram a categoria a solidão e isolamento.

“Trabalhadores hiperativos, competição exacerbada, descarte dos diferentes, exigências incompatíveis com a realidade, desvalorização das entregas, falta de autonomia, opressão burocrática, disponibilidade plena e flexibilidade total, tomando a máquina como ideal da produtividade humana foram alguns dos sintomas verificados nesse novo modelo de trabalho”, diz trecho do estudo, que teve como objetivo central conhecer os impactos do trabalho remoto na saúde emocional nos trabalhadores e nas trabalhadoras em educação.

Danos físicos e psicológicos

Problemas nas cordas vocais, distúrbios osteomusculares, lesão por esforço repetitivo e doenças do aparelho respiratório foram os danos físicos mais notificados pelos docentes.

Segundo Marilda, ainda há muitos professores e professoras afastados da sala de aula porque estão com dificuldades de trabalhar com alunos por conta de adoecimento, teve um acirramento da precarização do trabalho o que já vinha acontecendo anteriormente.

“Com a pandemia as condições de trabalho só pioraram porque o professor ou a professora teve que trabalhar por conta própria, utilizar os seus recursos e equipamentos, sua própria casa para dar aula”, reitera.

Nos danos psicológicos, destacam-se o estresse crônico, ansiedade, depressão e síndrome de Burnout. Os danos sociais que se sobressaíram relacionam-se a sobrecarga, hiperatividade, solidão por ausência do coletivo e assédio moral.

Como sair desta

A Dra. Marilda defende ainda que é importante fazer um trabalho coletivo para ajudar a saúde dos professores, tanto física como psicológica.

“No espaço da sala de aula, nós da psicologia podemos ajudar bastante porque nós podemos criar espaços de acolhimento, de escuta, espaço onde a gente junte os professores em grupo e eles com auxílio de psicólogos, equipe pedagógica e assistente social, de pensar em estratégias para enfrentar toda essa situação de sofrimento”.

O estudo “Novas formas de trabalhar, novos modos de adoecer” também aponta algumas recomendações, como aprimorar processos de escuta, atuar no chão da escola, elencar as carências nas organizações do trabalho, estabelecer estruturas mínimas de tecnologia, definir cursos necessários, entre outras.

“O espaço de discussão é necessário para a humanização da categoria e diminuição das patologias. O fato de poder compartilhar suas inseguranças e medos, faz com que ansiedades diminuam”, diz trecho final do estudo.

Alunos também enfrentam crise

Estudos revelam que com a pandemia e as novas formas de ensinar, impostas pela necessidade de distanciamento social, geraram isolamento e solidão também entre alunos.

Essa realidade ganhou um novo elemento com o retorno das aulas presenciais. Em abril deste ano, por exemplo, três casos de crise de ansiedade chamaram atenção em Recife, no qual 26 estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Ageu Magalhães, em Casa Amarela, Zona Norte da capital, passaram mal com falta de ar, tremor e crise de choro.

Para a psicóloga, se o professor está adoecido, com os alunos também não é diferente. Ela diz ainda que tem realizado pesquisa com alunos de universidades de psicologia em relação a ensino remoto e, o resultado aponta ainda que, os alunos afirmam ter “um sentimento de insegurança”, de não saber até que ponto o conhecimento que eles tiveram nos últimos dois anos está realmente preparando-os profissionalmente.

“É esse sentimento que as crianças têm, dois anos afastadas da escola. O professor sofre porque quer ensinar e o aluno sofre porque quer aprender. Sofrem os dois, professor e aluno”, finaliza a professora e psicóloga.

CUT CNTE

Pesquisa interrompida por bolsonaristas retorna com Lula marcando 44%

25-07-2022 Segunda-feira

Mesmo com pressão dos bolsonaristas da corretora XP Investimentos, pesquisa volta a ser realizada pelo Ipespe e mostra Lula com 44% das intenções de voto e Bolsonaro com 35%.

Nesta segunda-feira (25), pesquisa da XP Investimentos encomendada ao Ipespe mostra que o ex-presidente Lula (PT) está à frente nas pesquisas de intenção de voto para presidente com 44% em cenário estimulado, em que é apresentada uma lista com os pré-candidatos.

Na sequência aparece Jair Bolsonaro (PL) com 35%, Ciro Gomes (PDT) com 9%, Simone Tebet (MDB) com 4%, André Janones (Avante) com 2%, Pablo Marçal (Pros) e Felipe D’Avila (Novo) com 1%. Já Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Vera Lucia (PSTU) e Luciano Bivar (União Brasil), foram citados, mas não pontuaram. Nenhum, não iria votar, branco e nulo somaram 4% e não sabe/não respondeu 2%.

Imagem: Pesquisa XP/Ipespe

Segundo turno

Também em cenário estimulado para o segundo turno, Lula vence Bolsonaro, Ciro e Tebet, enquanto Bolsonaro perde para Ciro e empata com Tebet pela margem de erro:

  • Lula 53% X Bolsonaro 36%;
  • Lula 53% X Ciro Gomes 29%;
  • Lula 55% X Simone Tebet 23%;
  • Ciro 46% X Bolsonaro 41%;
  • Bolsonaro 41% X Simone Tebet 39%.

Leia também: Lula amplia para 13 pontos vantagem sobre Bolsonaro, aponta FSB/BTG

Levantamento espontâneo

Considerando um cenário espontâneo, ou seja, sem a apresentação de lista de pré-candidatos, com a seguinte pergunta “se a eleição fosse hoje, em quem o(a) Sr(a) votaria para Presidente do Brasil?”, Lula marcou 40%, Bolsonaro 30%, Ciro Gomes 4%, Simone Tebet e Pablo Marçal 1%, nenhum, branco e nulo 5% e não sabe/não respondeu 19%.

Pressão na XP

Após um intervalo de quase dois meses a corretora XP volta a realizar a pesquisa que foi suspensa por desagradar diretores, colaboradores e clientes bolsonaristas. Isso aconteceu depois que os levantamentos mostraram sólida vantagem de Lula sobre Bolsonaro. Ainda que a pressão tenha interrompido a pesquisa sob o pretexto de a metodologia ser reformulada, Lula permanece em vantagem.

Leia também: Deltan Dallagnol recebeu por palestra secreta na XP Investimentos

Agora com um perfil ampliado, ao invés de mil pesquisas foram realizadas duas mil e houve redução do percentual de margem de erro, agora em 2,2% para mais ou para menos.

A pesquisa Ipespe foi realizada no período de 20 a 22 de julho 2022 e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo BR-08220/2022.

Por Murilo da Silva

Edivaldo recebe apoio de lideranças do Vale o Pindaré

24-07-2022 Domingo

Pré-candidato ao governo do estado, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Junior (PSD) aproveita os últimos dias da pré-campanha para intensificar sua agenda de visitas ao interior do Maranhão.

Ele esteve nesta sexta-feira (22) em Santa Luzia do Tide onde recebeu o apoio do ex-prefeito Vera, da pré-candidata a deputada federal Dra. Carol Boueres e de liderança do município e região da Vale do Pindaré.

“Fortalecendo a nossa pré-candidatura ao governo, recebi o apoio, ontem, do ex-prefeito de Santa Luzia, o Vera, da Dra. Carol Boueres, que é pré-candidata a deputada federal, entre outras dezenas de lideranças do município e região Vale do Pindaré. Agradeço pela receptividade”, observou Edivaldo.

Edivaldo permanece esse final de semana no interior do estado conversando com líderes políticos e lideranças comunitárias colhendo informações para a montagem do seu plano de governo e plantando núcleo de apoio à sua candidatura ao governo do Maranhão.

Câmara Municipal de São Luís encaminha pedidos nas áreas de trânsito e transporte

24-07-2022 Domingo

A área de “Trânsito e Transportes” tem sido pauta de discussões parlamentares nas sessões ordinárias híbridas da Câmara de São Luís. Na última terça-feira (19), ao Mesa Diretora da Casa Legislativa encaminhou duas proposições à Prefeitura de São Luís com pedidos referentes àquela pasta.

A vereadora Rosana da Saúde (Republicanos) foi contemplada com o encaminhamento do Requerimento nº. 131/22 no dia 19. Por meio da propositura, a parlamentar solicita ao prefeito de São Luís e ao secretário municipal de Trânsito e Transportes instalação de semáforos inteligentes no cruzamento da Avenida Principal com a Avenida Este 203 (próximo à Igreja Católica João Calábria), localizado entre os bairros Jardim América e Cidade Operária.

No documento, Rosana da Saúde explicou os motivos da necessidade de sistema semafórico no local. “É de extrema necessidade, tendo em vista a intensidade do trânsito no local. Essa intensidade do trânsito na área tem ocasionado riscos à integridade física de pedestres, ciclistas, motoristas e motoqueiros que transitam pela localidade”, explanou.

Já o vereador Octávio Soeiro (Podemos) foi contemplado com o encaminhamento do Requerimento nº. 973 ao Executivo municipal. Por meio da proposta, o parlamentar solicita ao órgão competente sinalização vertical e horizontal nas duas vias da Avenida dos Holandeses – localizadas nas proximidades da União de Moradores do Bairro Olho d’Água.

“Há um grande fluxo de travessia de pedestres no local. Antes da realização do recapeamento asfáltico na área, existia uma faixa de pedestre na localidade que foi integralmente apagada com a realização daquele serviço. Esta situação atual tem originado inúmeras situações de risco e tem colocado a vida de cidadãos em perigo naquele local”, explicou Octávio Soeiro.