Arquivo mensal: fevereiro 2022

Ricardo Murad irá disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Maranhão

28-02-2022 Segunda-feira

Agora o martelo foi batido e o ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, irá mesmo disputar as eleições deste ano. Murad tentará retornar a Assembleia Legislativa do Maranhão.

Coube a ex-deputada estadual Andrea Murad confirmar a candidatura do pai. Nas redes sociais, Andrea destacou que seria importante o retorno de Ricardo Murad ao parlamento maranhense.

“A situação em que vive o nosso estado, bem como a necessidade de encontrarmos a saída e a solução para de uma vez por todas inverter o rumo de incompetência, desgoverno e irresponsabilidade que vivemos, me levou, após um período de grande reflexão, chamar o meu Pai para se candidatar a deputado estadual. O Maranhão precisa da sua experiência política, sua competência técnica, seu conhecimento dos problemas que os maranhenses enfrentam, do seu rigor com a qualidade daquilo que faz para ajudar aqui no estado o futuro governo”, destacou Andrea.

A ex-deputada também se colocou à disposição para novos desafios eleitorais, mas não confirmou se irá mesmo enfrentar as urnas novamente.

“Quanto a minha participação nas eleições, estou pronta, como sempre, para assumir novos desafios e combates, e dar minha contribuição, com a humildade e a disponibilidade que sempre me caraterizou. Estarei onde necessitarem de mim, disponível para travar o combate a que não viro as costas, e com a coerência necessária para somar o meu esforço e vontade ao desejo de tantos em devolver dignidade ao nosso estado”, finalizou.

Vale lembrar que Andrea Murad teve o nome cotado para disputar o Governo do Maranhão pelo PSDB.

Após queda em pesquisas, Holandinha acorda e retoma pré-campanha

28-02-2022 Segunda-feira

O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, pré-candidato ao governo do Estado pelo PSD, parece ter acordado para o retorno das suas ações políticas após resultados das últimas pesquisas, quando apresentou queda. Nesta semana, reiniciou as atividades da pré-campanha e reuniu vários apoiadores, durante evento em Timon, na quinta-feira (24).

Os apoiadores exigem agora uma agenda já fechada para percorrer o Maranhão e tentar fortalecer seu nome no cenário eleitoral. Ele, que já chegou a empatar tecnicamente com o vice-governador Carlos Brandão no segundo lugar, viu sua musculatura enfraquecer com o distanciamento inexplicado da cena política.

No evento de Timon, Edivaldo estava acompanhado do deputado federal e presidente estadual do PSD, Edilázio Junior. O ex-prefeito recebeu a adesão de lideranças do município e região.

“Tenho percorrido o estado e tem sido muito gratificante a receptividade das pessoas ao nosso projeto. E, em Timon, não foi diferente. Agradeço a todos pelo carinho e a oportunidade de conversar, debater e construir conosco esse projeto para o Maranhão”, disse Edivaldo.

Na disputa eleitoral, Edivaldo precisa fazer seu nome aparecer no interior do Estado, onde é menos conhecido e, assim, poder fazer frente aos demais pré-candidatos que já têm algum reconhecimento.

Precisa se firmar na corrida pelo governo e só conseguirá tornar seu nome viável se aparecer para os eleitores. Tem que sair da toca!

Roseana Sarney reafirmou que é pré-candidata a deputada federal e defende neutralidade do MDB

28-02-2022 Segunda-feira

A ex-governadora Roseana Sarney reafirmou nesta manhã de segunda-feira (28), em entrevista à Rádio Mirante AM, que será mesmo candidata a uma cadeira na Câmara Federal e que prefere se manter em posição neutralidade na disputa pelo governo do estado. A ex-chefe do Executivo por quatro mandatos, no entanto, observou que seguirá a decisão que os dirigentes do MDB tomarem sobre aliança.

Líder nas pesquisas de intenção de votos para o governo, mas com elevado índice de rejeição, a ex-governadora atribuiu à pandemia e aos seus problemas de saúde a falta de interesse em ganhar as ruas com campanha para o governo do estado. Com problemas de comorbidade, mesmo já tomando as três doses da vacina contra Covid-19, Roseana disse que prefere se resguardar e buscar um mandato de deputada federal.

Segundo a ex-governadora, o MDB vai continuar conversando com os pré-candidatos, porém, não deu prazo para encerrar essas conversações que poderão levar o partido para um dos palanques que estão lhe oferecendo espaço. Embora ela não tenha dado nenhum indicativo neste sentido, são fortes as especulações de que os entendimentos com o vice-governador Carlos Brandão estariam bastante avançados.

Brandão esteve semana passada com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi, conversaram sobre a situação do Maranhão, o que aumentou ainda mais as especulações sobre um possível acordo para a inclusão do partido na aliança que está sendo formada em torno do vice-governador para a eleição de outubro próximo.

Apostar na cultura para aprofundar democracia e reconstruir o país

28-02-2022 Segunda-feira

Entre as propostas da Secretaria de Cultura do PT e do NAPP da FPA está a reconstrução do Ministério da Cultura. Documento público para promover o debate com a comunidade cultural foi lançado nesta quinta-feira

Secretaria Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT) e o Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPP) da Fundação Perseu Abramo (FPA) lançaram nesta quinta-feira, 24, em uma live um documento público com diretrizes para um programa de reconstrução e retomada das políticas culturais do Brasil.

Entre as propostas estratégicas estão a reconstrução do Ministério da Cultura – como Lula afirmou –, a reconstituição de instituições de governança cultura fundamentais como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Fundação Palmares, Biblioteca Nacional e Cinemateca Nacional.

Em entrevista ao Jornal Rádio PT nesta sexta-feira, 25, o secretário Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT), Márcio Tavares, ressaltou que compromissos fundamentais foram apontados para que haja movimentação na relação com a comunidade cultural, fazedores de cultura e artistas, que devem discutir um programa de alta intensidade do que é um novo ciclo de políticas cultural, adaptado para o ano de 2022 e para as necessidades do país.

“No documento, apontamos compromissos que são fundamentais de que a cultura precisa ser entendida na dimensão do seu potencial de aprofundamento da democracia, de garantir uma sociedade marcada pela valorização da diversidade, do respeito, que tenha construção de relação de paz, de ambientes livres do racismo, da homofobia, dos preconceitos, que promovam a igualdade de direitos”.

Márcio lamenta o desmonte inédito das políticas públicas de cultura nos últimos anos e relembra que tudo começou como golpe contra a Dilma Rousseff, em 2016, e foi intensificado com o desgoverno de Jair Bolsonaro.

“Bolsonaro perseguiu o setor cultural e asfixiou as fontes de financiamento. As nossas instituições culturais foram dilapidadas”.

Veja a entrevista inteira do Secretário de Cultura do PT no Jornal Rádio PT:

O documento, que pode ser acessado na íntegra aqui, também destaca o resgate dos acervos históricos e artísticos, “que merecem todo o acolhimento e proteção através de tratamento adequado e igualmente as manifestações da cultura popular, com seus mestres e mestras, igualmente devem ser objeto de políticas objetivas.um desenvolvimento que ameaça esse patrimônio e esse acervo histórico jamais poderá ser considerado sustentável”.

“Precisamos fazer política no Brasil inteiro de modo muito concreto, estabelecer uma política para as artes, de memória e patrimônio, com a memória do povo brasileiro. Precisamos de uma estrutura de financiamento permanente da cultura, gerenciar o fundo nacional de cultura e promover incentivos fiscais”, enfatiza Márcio Tavares.

PT

Fernanda Melchionna: Nós, mulheres, seremos fundamentais para derrotar esse governo de extrema direita!

28-02-2022 Segunda-feira

Por Mulheres do PSOL

Na semana em que se completam 90 anos da conquista do voto feminino, entrevistamos Fernanda Melchionna, deputada federal pelo Rio Grande do Sul. Fernanda, que está em seu primeiro mandato no Congresso, iniciou jovem na política institucional, mas carrega a bagagem trazida dos movimentos estudantis onde atuou ainda na adolescência. Gaúcha, de Alegrete, compartilha os desafios de ser uma mulher, jovem, feminista, de esquerda e socialista em meio a um cenário hegemonicamente masculino e machista. E apesar das dificuldades dispara “É preciso ter esperança na nossa capacidade de luta e auto-organização”.

Mulheres do PSOL: Neste mês de fevereiro, a conquista do voto feminino completa 90 anos. Desde então, as mulheres ampliaram muito sua participação na política, são 52,5% do eleitorado, mas ainda assim, apenas 15% dos deputados federais são mulheres. Quais são hoje os principais desafios para as mulheres ocuparem a política?

Fernanda Melchionna: A conquista do voto em 1932, comparada a outros países da América Latina não foi muito tardia. Temos países que conquistaram o direito ao voto uma década depois do Brasil. Mas o Brasil hoje é um dos lanterninhas de participação feminina nos espaços legislativos. Eu acho que isso tem a ver com essa democracia tutelada em muitos períodos de restrição de liberdades democráticas, e claro, o machismo que se reflete, entre outras coisas, também na participação feminina na política.

Os partidos que são parte dessa ideia de manutenção do status quo, e que de maneira geral só começaram a se preocupar com a participação das mulheres quando se deu a instituição das cotas, não por uma luta de emancipação das mulheres.

E do ponto de vista das mulheres, quantas vezes a gente vai em uma associação de moradores, nos grêmios estudantis, nas ruas, nas escolas, e vê que a maior parte das lideranças são mulheres, mas aí não vê essa representação nos espaços de política institucional. Então acho que tem essa dupla carga, do machismo estrutural como manutenção de um modus operandi de um regime político onde os líderes desses partidos apostam na sua própria representatividade nestes espaços de manutenção de poder.

E é por isso que nós do PSOL temos que ter orgulho dessa conquista fruto da nossa organização interna, que nos faz ser herdeiros e parte dessa onda de luta das mulheres e de suas mobilizações, e também por ter essa auto-organização interna que permite essa paridade nos espaços de poder, nas direções, e que nos faz ser a única bancada com maioria feminina.

E você vê o tema da Lei de cotas, que não fez a gente ver uma ampliação do percentual de mulheres eleitas, a gente só viu uma ampliação significativa em termos de Brasil, quando houve a reserva de recursos financeiros para as candidaturas femininas.

Mulheres do PSOL: Ainda que aumentar a participação das mulheres na política seja fundamental, não é suficiente. O ranking Elas no Congresso, da Revista Az Mina, mostra como os parlamentares da Câmara Federal atuam em relação aos direitos das mulheres. A deputada Chris Toniett (PSL-RJ) tem a menor média de pontos, o que significa que ela é a parlamentar que mais propõe projetos de lei contra os direitos das mulheres. Você está, junto da Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Luiza Erundina, entre os 10 primeiros do ranking, em defesa dos direitos das mulheres no Congresso. Como lidar com esta realidade? 

Fernanda: Não basta ser mulher né, a gente precisa de mulheres que defendam um programa de emancipação das mulheres e de defesa dos direitos das mulheres. As deputadas bolsonaristas não nos representam, elas estão calculadas dentro dos 15% [de participação feminina no congresso], mas é preciso ter esse corte de defesa programática de mulheres que defendem mulheres.

É um fenômeno da extrema direita, e essas mulheres são expressão da defesa de um programa de restrição das liberdades democráticas e tentativas de retrocessos. São mulheres que negam o feminismo, a Cris Tonietto, por exemplo, é uma das deputadas que mais quer retroceder nos direitos do aborto legal e seguro no Brasil. A gente conseguiu barrar 500 projetos dela na Comissão de Seguridade e Família.

É um fenômeno político de uma extrema direita que precisa ser derrotada, e ela, como outras mulheres reacionárias representam esse fenômeno. E por um lado, são mulheres que defendem por exemplo, o combate a violência, que é uma pauta policlassista, e nós não queremos que nenhuma mulher seja agredida por ser mulher. Mas quando vamos debater o campo do trabalho, por outro lado, como reforma da previdência, por exemplo, votam para tirar direitos das trabalhadoras porque não têm um programa de defesa do conjunto da classe trabalhadora.

Então eu acho que o nosso desafio, evidentemente além de avançar, batalhar para combater os feminicídios, essa dimensão da violência de gênero que avança na pandemia, e ao mesmo tempo ter um programa totalizante, que possa dar unidade a uma luta fundamental e em defesa das mulheres em sua totalidade. Porque uma igualdade substancial é uma igualdade que vai na raiz dos problemas. Nós não lutamos para ter mais mulheres explorando outras mulheres.

Mulheres do PSOL: Sua trajetória como parlamentar começou ainda jovem, você assumiu seu primeiro mandato de vereadora com apenas 24 anos. Como se deu esse seu início na política e quais foram os principais desafios enfrentados? 

Fernanda: Lembro que quando comecei a militar, muitas mulheres não se identificavam com o feminismo, a gente teve um momento de refluxo na década de 1990 e início de 2000. Hoje 62% das mulheres se identificam mesmo que em termos genéricos com a ideia do feminismo, e isso é um avanço enorme, evidente.

E a gente tem que aproveitar esse avanço para trazer bandeiras, para organizar essas mulheres em um programa que junte esse conjunto de combate à opressão com o combate à exploração, afinal o capitalismo se apropria da opressão estrutural sobre as mulheres para super-explorar a classe trabalhadora, sobretudo as mulheres negras.

Eu queria destacar que além da política institucional, foi no movimento estudantil que eu, como a maioria das mulheres, enfrentei aquele medo do microfone, que acho que é cultural. E eu gosto de falar sobre isso porque acho que é importante a gente vencer esses medos. Fui do movimento estudantil, fui coordenadora geral do DCE, então quando cheguei na Câmara já tinha essa experiência de falar em público.

Aí você imagina, 24 anos, socialista, vinda do movimento estudantil, do PSOL, feminista, foi um choque com o espaço de poder. Eu sofri muito lá em 2009, com tentativas de interrupção, era taxada de histérica.Quando era o Pedro Ruas [companheiro de bancada] diziam “como ele é forte”, quando era a Fernanda, “como ela é histérica”.

Chegou no ápice, no cúmulo, de um vereador da base do governo fazer um projeto para dizer como as vereadoras tinham que se vestir, e ele se referiu a mim nominalmente, por causa das minhas roupas, baby look, coisas de política, All Star. Eu estava em uma atividade na rua, com o povo atingido pela enchente, e então decidimos fazer um protesto e eu fui vestida de terno e gravata. Ele achou que eu tinha me adaptado. Foi capa de jornal e ele teve que arquivar [o projeto], mas foi uma violência simbólica contra mim.

E é isso, a gente nunca debate a roupa do homem, a gravata do homem, o cabelo do homem, a sociedade, a imprensa nunca debatem. Eu ganhei uma materiazinha “a vereadora mais mal vestida de Porto Alegre”. Aqui na Câmara, passados 13 anos disso tudo, essa violência se mantém.

Temos visto vários fenômenos nas Câmaras de vereadores, não de tirar o microfone, mas de viralizar e ter uma rede de solidariedade importante. Em Brasília, com a emergência da extrema direita, a gente tem essas práticas de interrupção com mais violência, como foi aquele neofascista que disse que a gente não ia acordar no dia seguinte na CCJ, que aí tem uma dimensão do que é a extrema direita. Não é que eu ache que tenha aumentado, mas acho que a gente tem uma força e uma fortaleza maior. 

Mulheres do PSOL: A violência política tem sido uma realidade na vida de praticamente todas as parlamentares, principalmente as mulheres negras, LBTs, e do PSOL. De que modo podemos combater essas violências e garantir a proteção das mulheres que atuam e atuarão na política institucional? 

Fernanda: É mais sobre o PSOL justamente porque as nossas parlamentares são mais diversas. Há uma carga de representatividade maior no sentido de representar mais o povo brasileiro. Mulheres, das mais variadas trajetórias, da Luiza Erundina à Sâmia, a gente tem mulheres negras, mulheres trans, como parlamentares, vereadoras, deputadas federais, estaduais, e claro essa partidocracia tem um elemento de violência simbólica do modus operandi do regime, de tentar interromper, desqualificar, etc.

Agora com uma emergência de uma extrema direita que é minoritária em termos sociais, mas que é violenta, não se pode desvalorizar, e que chega a casos mais graves como ameaças de morte contra as nossas companheiras que não podem ser secundarizadas.

Agora dia 14 de março fazem 4 anos do assassinato da Marielle, sem saber quem mandou matar. Uma coisa é a luta por justiça que todas nós que militamos com a Mari merecemos, sobretudo a família. Outra coisa é que com a justiça para Marielle não vai ter salvo conduto para crimes políticos, sejam crimes de ódio ou crimes de milícia.

A luta por justiça para Marielle é muito atual, da gente pensar o 14 [de março] como dia de mobilização. Tem a ver com o futuro do país. Temos que cobrar as instituições, pois o Estado brasileiro não tem feito quase nada para garantir a vida das mulheres. O partido tem que pensar também em medidas de segurança interna dos militantes, das parlamentares, mas tem que cobrar também do Estado brasileiro. 

Mulheres do PSOL: Qual mensagem você deixa para as mulheres que querem participar da política assim como você? 

Fernanda: Esperança, mas não esperança no vazio. Esperança na nossa capacidade de intervenção e de luta. É verdade que nós estamos enfrentando o pior momento da história, com uma extrema direita perigosa, com a pandemia, que é democrática, mas atinge de maneira desigual os países pobres. Os negros morreram mais, os trabalhadores da periferia.

A gente viu o aumento dos feminicídios enquanto a Damares e os governos estaduais e municipais, pelas políticas neoliberais, diminuíram as políticas para as mulheres. A gente tem a menor participação ativa das mulheres na economia desde a década de 1980, fruto do desemprego, dos trabalhos mais precários, com as mulheres negras demitidas. Com a crise e a pandemia, houve ainda uma sobrecarga com o trabalho doméstico.

Essa latência que a gente viveu no #EleNão, que foi a maior manifestação feminista da história contra a extrema direita, essa latência que vimos no tsunami da educação, no #ForaBolsonaro do ano passado, nas mulheres colombianas que acabam de conquistar a descriminalização do aborto, nas argentinas que fizeram o mesmo, e nas bolivianas que estiveram na linha de frente da derrota do golpe, está entre nós.

Mais do que apostar todas as fichas na eleição, embora obviamente, tenhamos que ter um programa, temos que apostar as nossas fichas na nossa capacidade de mobilização, e de auto-organização. Estamos em outros tempos, e as mulheres brasileiras também.

Em todas as pesquisas desde o início do governo, as mulheres amplamente rejeitam Bolsonaro. Nós seremos fundamentais para derrotar essa extrema direita, mas não com o retrovisor olhando para o passado, pois a gente precisa avançar nas nossas pautas, e os direitos das mulheres não são negociáveis.

Precisamos do espelho olhando para o futuro, que só vai ser de emancipação, de plenitude, se o conjunto da classe trabalhadora e das mulheres, participar ativamente de forma organizada e mobilizada.

Mulheres, se organizem, lutem, venham para o PSOL, único partido com a maioria feminina no Congresso Federal, responsabilidade das nossas militantes na base, que constroem a Setorial, nossos militantes que garantiram a participação de 50% de mulheres, que estão no movimento estudantil, social, camponês, de trabalhadores, essa diversidade de mulheres que nós temos no PSOL e que faz com que seja um partido que é parte dessa primavera feminista que segue latente.

Cassação de liminar abre espaço para negociação na Assembleia

28-02-2022 Segunda-feira

Uma liminar da desembargadora Nelma Sarney cassando liminar dela própria resolveu, pelo menos no campo judicial, o ensaio de crise que tomou de conta dos bastidores da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa.

A demanda judicial partiu da base governista, que tem larga maioria na Casa, e não aceitou que o PDT tivesse o controle da CCJ por meio do presidente e do vice-presidente, deputado Ricardo Rios.

A desembargadora concedeu liminar desmanchando a eleição, mas logo em seguida foi alertada de que sua decisão seria uma intromissão indevida nos assuntos internos de outro Poder, o que a fez escrever outra liminar cassando a primeira e devolvendo o que o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB migrando para o PDT), avaliou como uma correção de rumo.

O mal-estar continua, um pouco mais ameno, entre a maioria governista e a Mesa da Assembleia Legislativa. Só que agora num outro clima, com amplo espaço para o que há de mais eficiente em casos como esse, a negociação, que é a razão de ser da política e do parlamento.

Mais inflação, menos PIB: como a guerra na Ucrânia impacta o Brasil

28-02-2022 Segunda-feira

Em ao menos três setores – combustíveis, alimentos e câmbio –, País pode sentir os efeitos do conflito

A guerra na Ucrânia pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. Em ao menos três setores – combustíveis, alimentos e câmbio –, o Brasil pode sentir os efeitos do conflito. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como também resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano.

Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses. No Brasil, os impactos deverão ser ainda mais intensos. Uma das razões é a exposição maior aos fluxos financeiros globais que o restante da América Latina, com o dólar subindo e a bolsa caindo mais que na média do continente.

A própria pesquisa – que ouviu 160 especialistas em 15 países – constatou a deterioração do clima econômico. Na média da América Latina, o Índice de Clima Econômico caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano, de 80,6 para 79 pontos. No Brasil, o indicador recuou 2,8 pontos (de 63,4 para 60,6 pontos) e apresentou a menor pontuação entre os países pesquisados.

Canais

Segundo a FGV, existem diversos canais pelos quais a crise entre Rússia e Ucrânia pode chegar à economia brasileira. O principal é o preço internacional do petróleo, cujo barril do tipo Brent encerrou a semana em US$ 105, no maior nível desde 2014. O mesmo ocorre com o gás natural, produto do qual a Rússia é a maior produtora global. O BTU, tipo de medida de energia, pode chegar a US$ 30, conforme disse em entrevista coletiva o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa. O Brasil usa o gás natural para abastecimento das termelétricas. Para o diretor da estatal, a perspectiva é que a elevação dos reservatórios das usinas hidrelétricas no início do ano possa compensar, pelo menos nesta fase de início de conflito.

Em relação à gasolina, a recuperação da safra de cana-de-açúcar está reduzindo o preço do álcool anidro, o que também ajuda a segurar a pressão do barril de petróleo num primeiro momento. Desde novembro do ano passado, o litro do etanol anidro acumula queda de 24,6% em São Paulo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo. As maiores pressões sobre combustíveis estão ocorrendo sobre o diesel, que não tem a adição de etanol e subiu 3,78% em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial.

Alimentos

Outro canal pelo qual a guerra no Leste europeu pode afetar a economia brasileira são os alimentos. A Rússia é a maior produtora mundial de trigo. A Ucrânia ocupa a quarta posição. Nesse caso, o Brasil não pode contar com outros mercados porque a seca na Argentina, tradicionalmente maior exportador do grão para o Brasil, está comprometendo a safra local.

A crise no mercado de petróleo também pressiona os alimentos. Isso porque a Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes, que também são afetados pelo petróleo mais caro. Atualmente, o Brasil compra 20% dos fertilizantes do mercado russo. O aumento do diesel também interfere indiretamente no preço da comida, ao ser repassado por meio de fretes mais caros.

Dólar e juros

O terceiro fator pelo qual a crise entre Rússia e Ucrânia pode impactar a economia brasileira é o câmbio. O dólar, que chegou a atingir R$ 5 na quarta-feira (23), fechou a sexta (25) a R$ 5,15 após a ocupação de cidades ucranianas por tropas russas. Por ora, os efeitos cambiais são relativamente pequenos porque o Brasil se beneficiou de uma queda de quase 10% da moeda norte-americana no acumulado de 2022. O prolongamento do conflito, no entanto, pode anular a baixa do dólar no início do ano.

Caso o dólar continue a subir e a inflação não ceder, o Banco Central tende a aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) mais que o previsto. Nesse caso, o crescimento econômico para este ano ficaria ainda mais prejudicado.

Na última edição do boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central), os analistas de mercado elevaram a projeção anual de inflação oficial para 5,56% em 2022. Essa foi a sexta semana seguida de alta na estimativa. A previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em apenas 0,3%.

Com informações da Agência Brasil

Jogador brasileiro foge a pé da guerra na Ucrânia

28-02-2022 Segunda-feira

Edson Fernando, de Natal, ia estrear no futebol ucraniano no fim de semana, mas a invasão russa acabou com os planos do jovem de 23 anos, que decidiu fugir da guerra a pé 

O jovem Edson Fernando, de 23 anos, foi contratado em janeiro pelo time de futebol ucraniano Rukh Lviv, e estava em Lviv, no Oeste da Ucrânia, se preparando para estrear em um jogo oficial no próximo fim de semana, quando a Rússia invandiu o país.

Edson, que é de Natal (RN), decidiu fugir e se refugiar na Polônia, mas como as estradas estavam congestionadas, decidiu ir a pé com uns amigos do mesmo time, depois dos bombardeios começarem. A distância fica 70 e 100 quilômetros, cerca de 15 horas a pé.

E eles não eram os únicos, além de carros parados, a estrada estava cheia de pessoas varregando malas rumo à fronteira com a Polônia.

REPRODUÇÃO

“Estamos próximos da fronteira, mas indo a pé, porque os carros não andam, não saem do lugar, muito carro, situação tensa. Estamos caminhando há cerca de 40 minutos”, relatou ao G1 por volta das 7h da manhã (horário de Brasília) desta sexta-feira (25), por telefone. Na Ucrânia, era meio-dia.

No caminho, foram abordados por militares ucranianos, que verificaram o passaporte de todos e liberaram a passagem porque eram estrangeiros, a maior parte sul-americanos.

Depois de passar pela barreira militar e parar para comer em um posto de combustíveis, o grupo que levava malas, carrinho de bebê e tinha até um jovem machucado, usando muletas, conseguiu contratar um motorista de van para levá-lo “o mais longe possível”.

“O cara está levando a gente agora para o mais próximo [da fronteira com a Polônia, mas ainda tem muitas pessoas caminhando”, relatou.

CUT

Apagão na Educação: governo Bolsonaro censura dados do Enem

28-02-2022 Segunda-feira

Cerca de 44% das informações que integravam documento sobre o Enem sumiram, denunciam jornalistas e pesquisadores. Também foram retirados do site do Inep dados referentes aos anos anteriores

O governo Bolsonaro continua a esconder o resultado de sua incompetência por meio da censura. A pretexto da necessidade de atendimento à Lei Geral de Proteção de Dados, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) escondeu dados sobre o Censo Escolar 2021 e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A medida impossibilita, entre outros pontos, mensurar o impacto da desastrosa gestão de Bolsonaro na educação.

Jornalistas e pesquisadores denunciam que os microdados dos principais indicadores da educação básica, que antes compunham 13 arquivos, foram alocados em um único arquivo com cerca de 300 colunas. Também foram retirados do site do Inep os dados referentes aos anos anteriores.

Todo o detalhamento que subsidiava a análise de disparidades socioeconômicas na educação foi apagado. O censo apresentava informações sobre professores, escola e estudantes. Possibilitava, por exemplo, saber quantos estudantes com deficiência são atendidos pela rede de ensino público em cada localidade.

Cerca de 44% das informações que costumavam integrar o documento sobre o Enem sumiram. Os dados permitiam conhecer a características dos participantes da prova. O órgão afirma que as mudanças visam impossibilitar a identificação de pessoas. O apagão se junta aos tantos outros  ataques de Bolsonaro ao exame nacional, que incluem censura direta, invasão da Polícia Federal à sala segura de elaboração das provas, assédio moral e pedidos de demissão em massa de técnicos especializados.

Não é coincidência que mudanças no Inep se dão após a crise deflagrada no órgão em novembro do ano passado, quando 37 coordenadores técnicos especializados pediram demissão.

Zero transparência

Bolsonaro já deu inúmeras demonstrações de que a LGPD está sendo utilizada para esconder informações que deveriam ser de conhecimento público. Ele utiliza a LGPD para burlar a Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, para regulamentar o direito de todo cidadão a ter acesso a informações públicas, expresso na Constituição de 1988.

O presidente utilizou a lei de proteção de dados para esconder a visita do deputado Luís Miranda, em que teria sido avisado sobre as fraudes na compra da vacina Covaxin. O processo administrativo que absolveu o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que incorreu em transgressão disciplinar ao participar de ato em favor do presidente da República, recebeu sigilo de 100 anos com base na LGPD. O presidente também se escondeu atrás da lei para negar que tenha recebido no Palácio do Planalto lobistas de armas e advogados.

O negacionista decretou sigilo de um século em relação à sua carteira de vacinação. O cidadão brasileiro não pode saber se o presidente que elegeu se vacinou contra a doença que dizimou mais de 630 mil brasileiros.

Do site lula.com.br

Professores de IEMAs Plenos participam de seleção de Mestrados da UEMA

28-02-2022 Segunda-feira

O que era um anseio da Direção Geral e das Diretorias Adjuntas Pedagógica e de Planejamento do IEMA tornou-se realidade e agora está na fase de inscrição e seleção dos professores para classes de mestrado. Este é o resultado do Acordo de Cooperação Técnica assinado em novembro do ano passado entre a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). 

O acordo visa a oferta de 60 vagas (15 vagas para cada programa) para titulação de profissionais do IEMA, nos Programas de Pós-Graduação em Letras, História, Educação e Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço da UEMA.

Todas as etapas da seleção do Mestrado de Geografia já foram concluídas e foram selecionados oito candidatos, restando ainda sete vagas para o próximo ano. A seleção dos candidatos inscritos nos Mestrados de Letras e Educação está em andamento. E as inscrições para o Mestrado de História estão abertas até o dia 10 de março. 

A Diretoria Adjunta Pedagógica organizou um trabalho de divulgação e, especialmente, de orientação para que os professores conseguissem inscrever seus projetos de pesquisa com domínio de todas as informações necessárias. 

“O Programa de Valorização e Capacitação dos Professores do IEMA oferece aos nossos professores a possibilidade de cursar uma pós-graduação no nível de mestrado e assim valorizar não só o docente como melhorar a qualidade da produção científica e tecnológica que está sendo desenvolvida dentro do instituto. Os editais têm vagas exclusivas para nossos professores, bem como uma turma exclusiva, no mestrado de História para alunos do IEMA. Nossos estudantes terão uma formação aliada à produção da pesquisa científica e, futuramente, serão técnicos capazes de intervir nos arranjos produtivos locais de maneira proativa com inovação, atendendo as necessidades da sociedade”, informou o diretor geral do IEMA, Alex Oliveira.

A iniciativa foi muito bem-vinda por todos os docentes do IEMA. A maioria dos professores anseia por uma vaga em um curso de pós-graduação. Além de ampliar os horizontes intelectuais, um certificado de pós-graduação oferece aumento nos rendimentos salariais. 

O professor Clécio Nunes leciona Geografia no IEMA Pleno Vargem Grande. Ele está entre os oito primeiros selecionados para o Mestrado de Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço. Para ele, é gratificante iniciar no IEMA usufruindo dessa oportunidade. 

“Iniciamos as atividades ano passado e já poder disputar uma vaga para fazer um mestrado numa instituição de renome como a UEMA, isso só aumenta a minha expectativa em relação ao futuro como profissional do IEMA e como profissional da educação. Sabemos que é difícil para o professor o acesso à qualificação e à capacitação e quando o IEMA permite que colegas professores tanto da rede como bolsistas participem dessas iniciativas, nos dá a perspectiva futura de que o IEMA pode e tem muito a oferecer à juventude do nosso estado”, disse.

A Diretora Adjunta Pedagógica do IEMA, Monica Piccolo, considera o ano de 2022 como um ponto de inflexão no processo de formação continuada dos professores do IEMA. Para Piccolo, a aprovação do Convênio Institucional entre o IEMA e a Universidade Estadual do Maranhão é uma poderosa política pública do governo Flávio Dino em prol da educação. 

“Em seu primeiro ano, participaram os Programas de Pós-Graduação da UEMA de História, Geografia, Letras e Educação. Ao todo, serão 39 professores do IEMA que iniciarão o mestrado a partir de março de 2022. A certeza de que a qualificação docente é fundamental para consolidar e aprimorar o já vitorioso projeto educacional do IEMA, projeta-se a realização de novas parcerias institucionais e a ampliação da formação continuada em novas áreas, como matemática, física, química e biologia, a Direção Geral do IEMA materializa, assim, uma das mais antigas demandas de nosso corpo docente”, avaliou Monica Piccolo.