Arquivo mensal: setembro 2021

Luiz Henrique Lula elenca problemas enfrentados por moradores de assentamento em Açailândia

28-09-2021 Terça-feira

O deputado Luiz Henrique Lula (PT) repercutiu, na sessão plenária desta terça-feira (28), carta que recebeu dos moradores do assentamento Francisco Romão, no município de Açailândia, na qual eles denunciam os impactos ambientais do agronegócio na região. A carta foi assinada por representantes da Casa das Mulheres Sementes da Terra. 

De acordo com o parlamentar, os problemas elencados na carta ocorrem, principalmente, devido à falta de políticas públicas na área ambiental, o que prejudica, sobremaneira, os agricultores da região.

“Entendo que o agronegócio é importante para as divisas econômicas do país e para a balança comercial. No entanto, a ganância não pode se sobrepor à vida das pessoas. Daí a preocupação com o uso indiscriminado de agrotóxicos, ou seja, chuva de veneno que mata plantações, animais e pessoas”, destacou Henrique Lula.

Problemas 

O parlamentar citou, ainda, outros problemas enfrentados pelos moradores do assentamento e citados na mesma carta. “A estrada principal de acesso ao local está deteriorada. Os moradores da região precisam de energia elétrica, posto de saúde, quadra poliesportiva e de saneamento básico. Falta incentivo para a geração de emprego e renda. Nós, deputados, precisamos atentar para os problemas que atingem a maioria das pessoas que moram naquela região”, finalizou o deputado.

Flávio Dino recebe embaixadora do Canadá no Palácio dos Leões

28-09-2021 Terça-feira

O governador Flávio Dino recebeu, nesta terça-feira (28), no Palácio dos Leões, a visita de cortesia da embaixadora do Canadá no Brasil, Jennifer May, como parte da agenda oficial da comitiva canadense em São Luís, primeira cidade brasileira a ser visitada pela Embaixada do Canadá desde o início da pandemia de Covid-19. 

Durante o encontro, foram debatidas parcerias entre os governos canadense e maranhense em áreas como meio ambiente, desenvolvimento social e comércio. O objetivo da visita, segundo a embaixadora do Canadá, é estreitar ainda mais os laços entre o Governo do Maranhão e o país norte-americano.

Flávio Dino recebeu comitiva liderada pela embaixadora Jennifer May (Foto: Gilson Teixeira)

“Foi uma conversa muito agradável. Eu aprendi muito sobre a situação do estado do Maranhão, mas também falamos sobre as prioridades sociais, ambientais e, claro, comerciais, e como nós podemos fazer os laços entre o Maranhão e o Canadá sempre cada vez mais estreitos”, explicou a diplomata.

Ao lado do secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, o governador Flávio Dino apresentou à comitiva canadense os encantos do acervo em exposição no Palácio dos Leões, equipamento cultural do Governo do Maranhão.

Canadá no Brasil

Com vários aspectos em comum com o Brasil – ambos contam com vastos territórios e uma grande multiplicidade de recursos naturais e ecossistemas, por exemplo –, o Canadá tem forte presença em solo brasileiro. 

Além da Embaixada em Brasília, o Governo do Canadá dispõe de consulados gerais em São Paulo e no Rio de Janeiro, e de escritórios comerciais nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.

Visita em 2018

Essa não é a primeira vez que representantes do governo canadense visitam o Maranhão. Em 2018, representantes do consulado canadense no Brasil estiveram em São Luís para conhecer a estrutura e os serviços em saúde ofertados pelo Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO).

À época, a missão diplomática ficou surpresa com as instalações do HTO. “Achei bem organizado, com excelentes condições de atendimento e limpeza”, disse a representante canadense, Janice Mills.

Othelino anuncia expansão da transmissão da TV Assembleia para o interior do estado

28-09-2021 Terça-feira

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), anunciou, na sessão plenária desta terça-feira (28), a expansão das transmissões da TV Assembleia para mais 33 municípios maranhenses com população acima de 40 mil habitantes. Além das sessões plenárias ao vivo, em TV aberta, com a interiorização, será exibida também parte da programação da emissora de segunda a sexta-feira. 

Entre os municípios contemplados estão Imperatriz, Timon, Caxias, Codó, Açailândia, Bacabal, Balsas, Santa Inês, Barra do Corda, Pinheiro, Chapadinha, Santa Luzia do Tide, Buriticupu,  Grajaú, Itapecuru-Mirim, Coroatá, Barreirinhas, Tutóia, Vargem Grande, Viana, Zé Doca, Lago da Pedra, Coelho Neto, Presidente Dutra, Araioses, São Bento, Santa Helena, Estreito, Tuntum, Bom Jardim, São Mateus do Maranhão, Amarante do Maranhão e Colinas.
Othelino afirmou que a interiorização da TV Assembleia é um ganho significativo no sentido de fazer com que chegue ao interior do Estado aquilo que é produzido na Assembleia Legislativa.

“É uma conquista de todos nós, deputados. Realmente, ganhamos muito no aspecto da transparência, pois mais pessoas, mais maranhenses poderão ter acesso, ao vivo, àquilo que é discutido e aprovado nas sessões. A gente já vem há algum tempo trabalhando para que isso aconteça e, agora, será possível”, frisou o chefe do Legislativo maranhense.

Para o diretor de Comunicação da Alema, jornalista Edwin Jinkings, esse é mais um avanço da TV Assembleia e que aproxima, ainda mais, o trabalho do Parlamento aos maranhenses de diferentes municípios. “Bom para os deputados, que terão mais esta ferramenta para divulgar os assuntos importantes que defendem em prol de suas bases políticas e, também, para a população que poderá acompanhar os debates da Casa do Povo”, disse.

Organizações indígenas e indigenistas denunciam Estado brasileiro na 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU

28-09-2021 Terça-feira

Serão seis intervenções durante a 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU; o evento ocorre entre os dias 13/09 a 7/10, por videoconferência

Com o objetivo de ampliar a proteção dos direitos humanos e cessar os conflitos, organizações indígenas e indigenistas levam à 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) uma série de violações do Estado brasileiro contra os povos indígenas relacionadas à pandemia da covid-19, à preservação ambiental e territorial, bem como de direitos humanos.

Com atividades entre os dias 13 de setembro e 8 de outubro, o evento trará momentos de discussão específica sobre os direitos dos povos indígenas. Devido à  pandemia da covid-19, a 48ª sessão do CDH da ONU ocorre, neste ano, por meio de videoconferência.

Serão seis intervenções entre diálogos interativos, painéis, eventos paralelos e debates gerais, todos com a participação de lideranças indígenas e representantes de organizações indigenistas e da sociedade civil, representando o Conselho Indígena de Roraima (CIR), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), Rede Nacional em Defesa da Soberania Alimentar na Guatemala (REDSAG Guatemala) e Franciscans International.

As entidades corroboram com a preocupação da alta comissária para Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, quando na abertura da 48ª sessão do CDH da ONU, manifestou “grande preocupação” com a violência contra os povos indígenas no Brasil e com as tentativas de legalizar o esbulho dos territórios. Na oportunidade, também pediu ao Brasil que reverta “políticas que afetam negativamente os povos indígenas” e que não abandone a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Michelle Bachelet, quando na abertura da 48ª sessão do CDH da ONU, manifestou “grande preocupação” com a violência contra os povos indígenas no Brasil”

Michelle Bachelet, após o discurso de abertura da 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto: Fabrice Coffrini/APF

Michelle Bachelet, após o discurso de abertura da 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Foto: Fabrice Coffrini/APF

Sobre o CDH da ONU

Criado pelos Estados-membros das Nações Unidas, o Conselho de Direitos Humanos (CDH) é um órgão que busca ampliar a proteção dos direitos humanos no mundo. Sediado em Genebra, na Suíça, o Conselho se reúne normalmente três vezes ao ano, em sessões temáticas, podendo haver sessões especiais para debater assuntos urgentes.

O CDH da ONU debate abusos e violações dos direitos humanos em todo o mundo, a fim de expor violadores e cobrar mudanças. Discute e elabora resoluções sobre direitos humanos e sobre situações específicas dos países membros, além de conter conflitos por meio da condenação internacional e de relatórios críticos de missões de investigação efetuadas pelo próprio órgão. Se necessário, o Conselho pode estabelecer comissões internacionais de investigação e missões de apuração de fatos que analisem e respondam às violações dos direitos humanos para que os violadores sejam expostos e, em seguida, levados à justiça. 

Organizações da sociedade civil, entre elas o Cimi, participam de procedimentos do Conselho por meio do status consultivo, a principal forma de acesso formal das entidades ao sistema das Nações Unidas. Dessa forma, se sua candidatura for admitida pelo Conselho Econômico e Social (Ecosoc) da ONU, podem participar das sessões.

As resoluções adotadas pelo Conselho não têm força de lei, no entanto são importantes instrumentos que buscam garantir os pactos e tratados internacionais dos quais os Estados-membros, entre eles o Brasil, são signatários.

“Organizações da sociedade civil, entre elas o Cimi, participam  de procedimentos do Conselho por meio da concessão do status consultivo”

Foram registrados, entre janeiro e agosto de 2019, 9078 focos de incêndio em 274 terras indígenas. Foto: Guilherme Cavalli/Cimi

Cimi

Em quatro meses, Hospital de Câncer do Maranhão contabiliza mais de 18 mil exames de diagnósticos

28-09-2021 Terça-feira

O Hospital de Câncer do Maranhão é referência na assistência oncológica no estado. Entre os meses de abril e agosto desse ano, a unidade contabilizou mais de 18 mil exames de diagnósticos. O hospital, da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES), funciona 24 horas com Internação, Serviço de Pronto Atendimento Oncológico, Ambulatório e Salão de Quimioterapia, bem como atende diversas especialidades, como coloproctologista, mastologia, oncologista clínico.  

A unidade estadual monitora as ações e resultados das atividades para melhoria contínua dos serviços oferecidos, com implantação e revisão dos processos de trabalho.

A diretora geral do Hospital de Câncer do Maranhão, Ana Carolina Costa Marques, frisou que o hospital tem um papel de extrema relevância no panorama da saúde, por ser uma unidade pública do Estado com Assistência Oncológica Unacon e serviço de Hematologia estando de acordo com a Portaria 140/20214 do Ministério da Saúde. “Estamos buscando aperfeiçoar cada vez mais o serviço expandindo produção, ampliando os serviços com a busca ativa de pacientes com diagnóstico de câncer e buscando satisfação do nosso usuário”, frisou.  

Entre os exames de Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapia como Laboratório, Patologia Clínica, PET CT e Ressonância Magnética foram realizados 18.125 exames, sendo 2.402 no mês de abril, 3.177 em maio, 3.359 em junho, 4.493 em julho e 4.494 em agosto.  O hospital conta ainda com serviços próprios como raio X, tomografia, ultrassonografia, mamografia, endoscopia e colonoscopia, além de uma equipe multiprofissional. 

O relatório apontou que, entre os exames do tipo biópsia para identificação de neoplasias, houve aumento da demanda. Os exames saltaram de 27.270 em abril para 33.658 em agosto.  A oferta de consultas em várias especialidades também aumentou. Em abril, foram contabilizadas 2.721. Em agosto esse número subiu para 3.090.  O número de internações também aumentou. De maio a agosto foram 1.215 internações. 

A unidade de saúde apresentou também outras melhorias como o aumento da oferta de vagas para marcação de primeira consulta, reorganização de fluxos internos, abertura de novo canal de atendimento via WhatsApp, reuniões semanais com o Núcleo de Segurança do Paciente, entre outros. 

“Estamos satisfeitos com os resultados, mas sabemos que precisamos melhorar cada vez mais. Nosso objetivo é assegurar excelência de serviços, melhoria constante do nosso trabalho e garantir a segurança das ações de saúde”, afirmou o presidente da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), Marcos Grande.  

O Hospital de Câncer do Maranhão possui 101 leitos de internação divididos entre clínica cirúrgica, oncologia clínica e cuidados paliativos; e 16 leitos de unidade intensiva.

Congresso sepulta veto de Bolsonaro às federações partidárias

28-09-2021 Terça-feira

Reunido em sessão do Congresso Nacional, o Senado Federal derrubou, na noite desta segunda-feira (27), o veto presidencial às federações partidárias. Foram 45 votos contra o veto e 25 favoráveis. O mínimo exigido para derrotar a oposição do Palácio do Planalto ao PLS 477/15 eram 41 votos.

Em seguida, o veto integral ainda foi apreciado no plenário Câmara dos Deputados, que também se opôs à oposição presidencial ao projeto de lei (PL 2.522/15) que foi aprovado pela Casa em agosto.

Como o destaque ao veto apresentado pelo PP foi retirado, o veto 49/21 foi chancelado em globo, e derrubado pelos deputados, por 353 votos a 110 e 5 abstenções. Desse modo, o texto vai à promulgação.

Federação longeva

No Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), um estudioso de matérias dessa natureza, fez uma defesa enfática do projeto, ao afirmar que “diferente das coligações, a federação é consistente em razão da lógica programática que deverá imperar entre os partidos federados”.

“Quando nós aprovamos a cláusula de barreira, nós queríamos e queremos uma democracia forte, consolidada, em que o presidente da República, seja ele qual for — de esquerda ou de direita, ou atual ou ex-presidente ou um futuro presidente de uma terceira via —, não importa, tenha condições de governar o país sem o chamado presidencialismo de coalizão, do fisiologismo, do toma lá, dá cá”, defendeu a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que preside a Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também reagiu à argumentação de alguns senadores de que o projeto das federações serviriam para “burlar” as coligações proporcionais rejeitadas pelo próprio Senado última semana.

“São coisas totalmente diferentes”, explicou, pois, “enquanto as coligações serviriam a alianças eleitorais pontuais, com resultados adversos aos pretendidos pelo eleitor, as federações são perenes e ajudam a enxugar o quadro partidário, além de ser um importante instrumento de modernização de nossa legislação”, sentenciou. O senador fez referência a vários países que adotam as federações e que evoluíram em seus sistemas partidários democráticos.

José Aníbal, do PSDB de São Paulo, também encaminhou favoravelmente à derrubada do veto, “por se tratar de um projeto que aperfeiçoa o sistema democrático, incentivando as alianças programáticas”.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que “o Senado Federal, em votação simbólica, aprovou esse mesmo projeto há seis anos atrás, o que se repetiu na Câmara” e ressaltou “o avanço que a matéria representa para o fortalecimento do sistema partidário brasileiro e sua legitimidade junto aos eleitores”.

Da mesma forma, na Câmara, vários parlamentares saíram na defesa da derrubada do veto, de praticamente todos os partidos. Marcelo Freixo (PSB-RJ) acentuou “o caráter democrático do projeto” e um “passo a mais que representa na evolução da democracia brasileira”.

Líder da Minoria, Freixo também defendeu a criação das federações, que, para ele, não serão beneficiadas as chamadas “legendas de aluguel”, mas partidos com uma atuação e objetivos em comum.

“O grande problema da coligação é que é uma burla: você termina com ela depois, e aquela pessoa foi eleita por alguma coisa que você não sabe dizer o que era. A federação, não. Ela vale para o Brasil inteiro, vale para o mandato inteiro. Você não pode desfazer, e você apresenta um programa, com que o eleitor vai se identificar”, argumentou.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), no entanto, destacou que as federações são exemplos de sucesso em outros países democráticos, como Uruguai e Alemanha. “O Uruguai tem adotado a frente ampla, com vários partidos se organizando em torno de um objetivo comum. Na Alemanha, agora, Angela Merkel deixa, depois de 15 anos, o governo”, apontou. Ela lembrou que a federação tem caráter programático, diferente das coligações.

Luciana Santos: noite histórica e simbólica

A presidenta nacional do PCdoB, vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, considerou a noite histórica e simbólica para a democracia, em sua conta no Twitter. “Numa noite histórica, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Bolsonaro às Federações Partidárias. E para tornar esse momento ainda mais simbólico, se propõe nomear a lei em homenagem a nosso querido Haroldo Lima, incansável defensor da Democracia”.

Luciana explicou que o PCdoB se empenhou, com sua Bancada na Câmara dos Deputados, sob a liderança de Renildo Calheiros (PCdoB-PE), em conjunto com um amplo leque de legendas, pela aprovação da Federação de partidos. “E atuamos assim porque temos certeza que esse modelo fortalece a democracia e o pluralismo político”, disse.

Ela parabenizou as/aos parlamentares por essa importante decisão. “Agradeço pelo debate respeitoso que tivemos, com todas as forças políticas, nesse período. E parabenizo em especial essa bancada gigante do PCdoB, pequenina e com o olhar sempre nos Andes. Viva a Democracia! Viva o PCdoB!”

Renildo Calheiros: sem imposição

A federação “não é imposta a ninguém; só fará a federação quem pretender usá-la”, disse o líder do PCdoB na Câmara, Renildo Calheiros (PE), um dos mais entusiastas defensores do projeto vetado por Bolsonaro, que acompanhou a sessão do Senado e da Câmara ao lado de toda bancada do partido e da presidenta nacional da legenda, Luciana Santos.

“Foi uma caminhada de muito tempo e, felizmente, vitoriosa”, disse o líder do partido, deputado Renildo Calheiros. Ele ressaltou que a promulgação precisa ser feita antes do dia 2 de outubro para a norma ser aplicada nas eleições de 2022.

Renildo acrescentou: “Quem faz a federação, presidente, provavelmente não sai mais. Ela é uma espécie de pré-fusão; ela é a antessala da fusão, porque, se você sai, perde o fundo partidário, perde o fundo eleitoral, perde o funcionamento parlamentar e perde o chamado direito de antena, que é o tempo de rádio e de televisão. É óbvio que ninguém vai sair ao entrar na federação.”

Coligação x Federação

“Em primeiro lugar, federação e coligação não tem nada a ver. Coligação pertence à legislação eleitoral. Federação pertence ao sistema partidário. São coisas distintas ao sistema partidário”, esclareceu Renildo, na tribuna da sessão no Senado.

“São coisas distintas, não têm relação uma com a outra”, acrescentou

“Esse projeto de federação dá à federação um caráter nacional. Você forma a federação nacionalmente, e ela prevalece em todo o País, em todos os Estados, em todos os municípios.”

A federação partidária nada tem a ver com a coligação. A coligação, presidente, pode ser feita entre partidos de campos políticos diferentes, partidos que têm programas muito distantes”, asseverou.

Afinidade e convergência programáticas

“Como partidos irão conviver quatro anos pelo menos nas câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas, na Câmara dos Deputados, no Senado Federal se eles não tiverem afinidade programática?”

“Como eles irão conviver durante todo esse tempo se eles não tiverem afinidade política? Inclusive na eleição de prefeito, daqui a dois anos, esses partidos que se federaram funcionarão como um único partido, terão que ter um único candidato a prefeito”, defendeu o líder do PCdoB.

“Então, vejam, não tem nada a ver com a coligação. E eu diria mais: a federação é uma maneira de você enxugar o quadro partidário pelo aspecto positivo, porque você estimula, você incentiva a convergência programática e a convergência política.”

Conteúdo do projeto

O texto que vai ser transformado em lei federal permite que dois ou mais partidos se unam para atuar como agremiação partidária.

Originário do Senado, o projeto também foi aprovado pelos deputados, em agosto, mas acabou vetado integralmente pelo presidente Jair Bolsonaro.

O chefe do Executivo federal vetou totalmente a proposta sob justificativa rala, que “a referida proposição contraria o interesse público, visto que inauguraria um novo formato com características análogas à das coligações partidárias”.

O que é, evidentemente, falso, pois, coligação e federação têm caráter distinto

Segundo a proposta, só poderão integrar a federação partidos com registro definitivo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os partidos reunidos em federação são obrigados a permanecer agrupados pelo prazo mínimo de uma legislatura, que corresponde a 4 anos, podendo ser constituída até a data final das convenções partidárias.

Lei Haroldo Lima

Ao final da votação na Câmara dos Deputados, vários deputados da bancada do PCdoB, ao lado de Luciana Santos, resgataram o papel do ex-deputado federal e dirigente do partido, Haroldo Lima, que, ainda na década de 90, articulou um projeto semelhante ao das federações partidárias, dentro do propósito de fortalecer a democracia no país.

Em razão disso, alguns sugeriram ao presidente dos trabalhos, tanto na Câmara como no Senado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que a lei do projeto das federações partidárias leve o nome de Haroldo Lima, por uma questão de justiça ao seu trabalho em favor dessa conquista que o legislativo acaba de consagrar ao derrotar o veto presidencial.

“Foi Haroldo Lima quem começou a luta pela construção das federações partidárias, que chamava de frente de partidos”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) citando o ex-deputado do partido que faleceu de covid-19 em março deste ano.

“Não tenho a menor dúvida de que este debate acabou se confundindo com a bancada do PCdoB, mas será um instrumento para ampliação da democracia ao produzir convergência de partidos políticos por identidade programática”, disse Orlando.

Renildo, o líder, também fez um agradecimento aos presidentes das duas casas, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), bem como ao presidente dos trabalhos, Marcelo Ramos, por terem assegurado a realização da sessão do Congresso Nacional que analisou o veto ao projeto das federações partidárias e outros importantes vetos que foram derrubados pelo Parlamento.

Efeito Bolsonaro: 5 milhões ingressaram na informalidade em um ano

28-09-2021 Terça-feira

Bolsonaro e pandemia criaram cenário de terra arrasada, onde crescem apenas ocupações precárias. Puxado pela informalidade, número de subocupados é recorde

Num país em que menos da metade das pessoas em idade produtiva encontra alguma ocupação, o “desemprego disfarçado” é mais um sintoma da deterioração das condições de trabalho ocorrida desde o golpe de 2016. Fazem parte desse grupo as pessoas que perderam o emprego e buscaram ocupações secundárias, normalmente informais e precárias, para gerar alguma renda.

O termo, cunhado pela economista inglesa Joan Robinson em 1936, foi adaptado para a realidade brasileira pela economista Julia Braga, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF). “O conceito diz que após uma crise econômica as pessoas perdem o emprego com vínculo formal. Mesmo quando há retomada da atividade, elas não voltam a ter a mesma posição que tinham antes”, explicou à Folha de São Paulo.

A tese da economista é de que a modalidade distorce a realidade nas estatísticas de desocupação. O estudo dela aponta que houve queda expressiva da população ocupada durante a pandemia – especialmente no setor informal, que teve redução de 15,5%, ou mais do que o dobro da observada no mercado formal (7,2%). Ao reduzir a informalidade, diz ela, a pandemia mudou a dinâmica do mercado de trabalho.

Os trabalhadores sem carteira assinada foram os mais prejudicados pelas medidas de restrição. Ao mesmo tempo, as ocupações formais tiveram incentivos oficiais, como crédito direcionado à manutenção de emprego e medidas como redução de salário e adiamento do pagamento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Houve aumento da informalidade após a recessão de 2015-2016, e a pandemia fez com que as pessoas perdessem esses postos de trabalho porque foram os mais atingidos pelas medidas de restrição, principalmente no setor de serviços“, explica a economista.

Agora, prevê Braga, o mercado de trabalho deve passar pelo processo de histerese, em que os níveis de desocupação ficam elevados por longo período. A pesquisa dela indica que a taxa de desemprego permanecerá alta pelos próximos cinco anos, mesmo em cenário de recuperação econômica. No quadro mais pessimista, pode chegar a 17%.

No segundo trimestre de 2021, o desemprego medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua ficou em 14,1%. O levantamento foi divulgado no fim de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados do IBGE fundamentaram um estudo da LCA Consultores para o Valor Econômico, segundo o qual a fragilidade do mercado de trabalho brasileiro levou ao recorde de 7,543 milhões de trabalhadores subocupados ao longo do segundo trimestre. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas, o indicador subiu 34,4%.

O alto número da mão de obra subocupada foi puxado principalmente pelo trabalho por conta própria e pelos trabalhadores domésticos sem carteira assinada. Eles responderam por 70% do 1,93 milhão de pessoas a mais nessa condição entre abril e junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Também são maioria (73%) dos 511 mil trabalhadores a mais nessa condição na passagem entre o primeiro e o segundo trimestre de 2021.

“O público de subocupados por insuficiência de horas é formado principalmente por trabalhadores informais”, disse o economista responsável pelo estudo, Bruno Imaizumi. “Com tantas vagas perdidas no mercado, as pessoas acabam aceitando trabalho com jornadas menores e até qualificação menor, já que precisam recompor renda, pagar as contas, especialmente com o avanço da inflação.”

Aumento do trabalho informal

O IBGE considera como trabalhadores informais empregados no setor privado sem carteira assinada; empregados domésticos sem carteira assinada; empregadores sem registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.

Subocupados são os que trabalham menos tempo do que gostariam, com jornadas inferiores a 40 horas semanais. A proporção dos subocupados em relação aos ocupados passou de 6,7% no segundo trimestre de 2020 para 8,4% no mesmo período de 2021.

Ao divulgar os números da Pnad, a analista responsável pela pesquisa, Adriana Beringuy, chamou a atenção para o avanço da informalidade no período: cinco milhões de pessoas ingressaram na modalidade em um ano. “Todas as grandes regiões tiveram uma tendência de crescimento da informalidade no segundo trimestre”, destacou.

Segundo ela, a taxa de informalidade do Norte (56,4%) e do Nordeste (53,9%) ficou acima da média nacional, que foi de 40,6%. No Norte (34,3%) e no Nordeste (32,2%), o percentual de trabalhadores por conta própria foi superior ao das demais regiões.

As duas regiões também tinham percentual menor de empregados do setor privado com carteira assinada em relação à média nacional (75,1%). No Norte, foi de 60,1% e no Nordeste, 58,4%. Ao mesmo tempo, dos dez estados com maior taxa de desocupação no país, nove são do Norte ou do Nordeste.

Professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli afirma que a flexibilização dos vínculos empregatícios, fomentada pela “reforma trabalhista” de Michel Temer, em 2017, tende a agravar desigualdades sociais.

“A pandemia trouxe a ascensão do trabalho remoto, que deve mudar de vez as relações de trabalho e acentuar o enfraquecimento do vínculo, que já estava frouxo depois da reforma”, enumerou. “Essas tendências atuais são aproveitadas por quem tem mais formação e acesso a canais digitais. A população mais pobre fica mais vulnerável.”

O professor também acredita que o país deve passar por longo período de desemprego elevado. “Mesmo que retome o ritmo de recuperação econômica, o Brasil terá índices elevados de desemprego. Teremos ainda o impacto das eleições do ano que vem, que reforça a tendência de histerese, porque as incertezas freiam iniciativas e investimentos que gerariam postos de trabalho”, conclui.

Precarização crescente do trabalho preocupa senadores

A crescente precarização do trabalho no Brasil foi o tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. No centro das críticas estava a Medida Provisória (MPV) 1.045/2021. Criada para regular situações emergenciais durante a pandemia, a versão aprovada na Câmara dos Deputados incluiu “jabutis” que aprofundariam ainda mais a precarização.

Presidindo a audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS) apontou as estatísticas de desemprego como refutação de um argumento central dos defensores da MP – que a flexibilização geraria empregos. Lembrou que antes da “reforma trabalhista” de Temer, o índice de desemprego era menor. “Se puderem, eles fazem voltar a escravidão.”

Uns dias após a audiência, em 1º de setembro, o Plenário do Senado rejeitou a MP, que foi chamada de “minirreforma trabalhista” de Bolsonaro. Foram 47 votos contrários, 27 votos favoráveis e 1 abstenção. Assim, foi arquivada a segunda tentativa de Bolsonaro de avançar ainda mais na destruição de marcos legais de proteção aos trabalhadores iniciada pelo usurpador Michel Temer.

Sancionada em 13 de julho de 2017 por Temer, a Lei 13.467 foi aprovada a toque de caixa pelo Congresso Nacional, sob a falsa promessa de “modernização” trabalhista. Em março, a Casa já havia aprovado a “terceirização irrestrita”, prenúncio da “reforma trabalhista” aprovada em julho.

“Ela tramitou em tempo recorde. Em seis meses, foram introduzidas mais de 200 modificações na legislação”, lembrou na Rede Brasil Atual a economista Marilane Teixeira, assessora sindical na área de trabalho e gênero e integrante do Fórum Permanente em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização. Segundo ela, só na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) houve 130 alterações. Nenhuma ampliou direitos dos empregados frente aos empregadores. Pelo contrário.

A legislação deveria dar conta de proteger o elo mais frágil da relação capital-trabalho, que é o trabalhador. A reforma trabalhista faz uma inversão dessa lógica. Ela tem objetivo de cortar custos relacionados à contratação, remuneração, intervalos entre jornadas, deslocamento, saúde e segurança”, afirmou Pelatieri.

Em artigo publicado em agosto no Site Brasil 247, o líder da bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PT-PR), afirmou que a “reforma trabalhista” de Temer nos levou de volta a um padrão de relações do trabalho comparável à situação vigente antes da introdução das leis trabalhistas, nos anos 1940. “Significou um desmonte do sistema de proteção social ao trabalhador no Brasil”, apontou o deputado.

“O mercado de trabalho convive hoje com taxa recorde de desemprego, subutilização da força de trabalho, o crescimento da informalidade, queda na remuneração, flexibilização das jornadas de trabalho e desalentados”, enumerou. “Tudo isso foi legitimado pela reforma com a implementação das novas modalidades de contratação, e regulamentações que acabaram por dificultar o acesso dos trabalhadores à Justiça, beneficiando exclusivamente as empresas.”

“A desculpa que se inventou para as promessas que não foram cumpridas é a crise econômica, logo depois, veio a crise causada pela pandemia. O que não é uma verdade também, já que a reforma foi ‘vendida’ como a melhor solução para a crise. Como a grande proposta que iria aquecer a economia e melhorar o mercado de trabalho”, ressaltou o deputado. “A conta não fecha para a melhora prometida”, concluiu.

PT

Governador Flávio Dino participa de painel debatendo Amazônia e setor empresarial

28-09-2021 Terça-feira

O governador Flávio Dino participou do painel ‘O Setor Empresarial Brasileiro e a Amazônia – A Convergência Necessária’, nesta terça-feira (28), por videoconferência. O evento, ocorrido em Brasília, reuniu ministros, políticos e autoridades no tema ambiental. Na ocasião, Flávio Dino tratou do Plano de Recuperação Verde (PRV), coordenado pelo Consórcio de Governadores do Nordeste, do qual é presidente. O evento foi promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). 

O governador citou que o PRV foi lançado para inserir os governos do Nordeste nas iniciativas nacionais acerca da Amazônia. Confirmou a possibilidade de aporte de recursos de empresas e países, na esfera nacional e internacional, para captar recursos ao plano. “Incluímos o setor privado pela oportunidade de negócios e expressivo mercado consumidor que a floresta representa. A Amazônia é também urbana e tem um mercado que interessa a muitas empresas”, explicou.

Dino continuou frisando que “toda empresa opera com base material e a segurança climática é um ativo econômico, estratégico, cada vez mais. E o agronegócio, um vetor fundamental da economia brasileira, que se estabiliza com a segurança climática o mercado consumidor”. Segundo o governador, investir na economia verde é um dever moral, mas também, um ato de inteligência. “Esperamos, portanto, que nessa ampla aliança em favor do meio ambiente e da Amazônia, haja essa intensificação da participação do setor privado”, concluiu o governador do Maranhão. 

O objetivo do painel foi trazer avanços obtidos pelas empresas, desde o lançamento do comunicado, e discutir oportunidades em reforçar a agenda com os atores relevantes, como o governo. Com isso, almeja contribuir no combate ao desmatamento ilegal e desenvolvimento social e econômico na região. Em 2020, as instituições e empresas dos setores industrial, agrícola e de serviços, reafirmaram, em comunicado, o compromisso público com a agenda do desenvolvimento sustentável.

Na lista de palestrantes, Gilberto Tomazoni, CEO Global – JBS; Marcos Bicudo, CEO – Vedacit; Marina Grossi, Presidente – CEBDS; João Paulo Ferreira, Presidente – Natura /  CEO – Natura &Co América Latina; Joanita Maestri Karoleski, Presidente – Fundo JBS pela Amazônia; Prof. Dr. Carlos Ayres Britto, ex-ministro – Supremo Tribunal Federal. Os debates tiveram como moderadora, Marina Grossi, presidente do CEBDS.

PSOL aciona MPF contra obrigação de assistir propaganda bolsonarista ao acessar internet pública

28-09-2021 Terça-feira

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) na última segunda-feira (27) para pedir que o órgão apure as responsabilidades civis e penais do Ministro das Comunicações, Fabio Faria, pela obrigação imposta aos usuários do programa Wi-Fi Brasil de assistir propagandas do governo Bolsonaro a cada momento em que utilizar a conexão à internet através do programa.

A iniciativa foi anunciada pelo deputado federal Ivan Valente na sessão do Congresso Nacional que aconteceu nesta segunda. “É uso de dinheiro público, crime, manipulação da internet para fazer propaganda desse governo. Isso aqui é corrupção, não tem outro nome. Vamos entrar com medidas judiciais para derrubar essa propaganda do governo”, disse Valente durante sessão.

“Funciona assim: se o usuário precisar entrar na internet cinco vezes no dia, ele vai ter de assistir a propaganda cinco vezes. Se demorar para usar, a rede desconecta e tem de assistir de novo”, explica a legenda na representação direcionada ao MPF.

Pelo vídeo que está disponível no YouTube, o conteúdo veiculado enaltece os supostos feitos do Governo Federal sobre o lema “Aqui é o Governo Federal trabalhando por você em todo o Brasil”, diz o partido.

“Conforme podemos depreender do vídeo publicado na rede Youtube, o conteúdo da propaganda veiculada não possui caráter informativo, educativo ou de orientação social. Trata-se de propaganda que clara finalidade eleitoral e que distorce a finalidade do programa Wi-Fi Brasil”, afirma o PSOL ao MPF.

PSOL

Famem lança nota oficial sobre prisão de prefeito de São Mateus

28-09-2021 Terça-feira

Nota 

Sobre matéria publicada em um blog de notícias nesta terça-feira (28), citando a prisão do prefeito de São Mateus, a Famem informa que o caso ocorreu na cidade de São Mateus do Espírito Santo e não na cidade maranhense que tem o mesmo nome, como o título da matéria leva a os leitores a pensar. A administração do município de São Mateus tem nosso reconhecimento de exemplo de gestão. 

Erlanio Xavier 
Presidente da Famem