Arquivo mensal: março 2021

“Coisa de bandido”, diz Dino sobre nova mentira contra governadores

30-03-2021 Terça-feira

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou nesta terça-feira (30), em suas redes sociais, a disseminação de notícias falsas sobre o trabalho dos governadores para combater a pandemia do novo coronavírus. Ontem, Dino e outros 15 governadores assinaram uma carta em que pediam o fim das mentiras e das agressões aos chefes do Executivo nos estados.

Hoje, o governador alertou para mais uma notícia falsa que vem circulando. “Criminosos espalharam que governadores receberam trilhões de reais e não gastaram no combate à pandemia, o que é mentira. E estão agora espalhando que governadores estão escondendo vacinas, omitindo que a vacinação é executada pelos municípios. Fake news é coisa de bandido”, comentou.

Dino também criticou quem alimenta um clima de guerra contra os governantes estaduais. “A quem interessa um clima de guerra permanente contra os governadores? Aos que gostariam de ‘demitir’ governadores, como se fossem seus auxiliares. Como não é possível, ameaçam, usam fake news, agridem. E tentam engajar corporações militares e policiais nessa guerra delirante”, concluiu, fazendo referência ao episódio ocorrido nesta segunda em Salvador (BA).

Ontem, políticos bolsonaristas usaram a morte de um policial militar que teve um episódio de surto psiquiátrico para pedir desobediência às medidas sanitárias de combate à pandemia. O cabo da PM Wesley Goés foi abatido porque começou a atirar contra os colegas. No entanto, políticos compartilharam áudios e vídeos em que retratavam a atitude de Wesley como um “ato heróico”.

Entre os que compartilharam o conteúdo estava a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Após a repercussão negativa, a deputada apagou o post.

Por Mariana Branco

Perpétua: “Bolsonaro não terá as Forças Armadas na sua escalada antidemocrática”

30-03-2021 Terça-feira

Para a deputada Perpétua Almeida, que já ocupou cargo no Ministério da Defesa, os que estão à frente, hierarquicamente no comando, não estão dispostos a embarcarem numa escalada antidemocrática

Por Iram Alfaia

Caso tenha alguma pretensão autoritária com a troca de titular no Ministério da Defesa, Bolsonaro não encontrará guarida no comando das Forças Armadas. Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que já ocupou cargo estratégico na pasta, os que estão à frente, hierarquicamente no comando, não estão dispostos a embarcarem numa escalada antidemocrática.

Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro trocou no comando da pasta o general Fernando Azevedo e Silva pelo também general Braga Neto. Em nota, o ministro que deixou o cargo saiu dizendo que sempre preservou as Forças Armadas como instituições de Estado.


Os comandantes militares Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha), e Moretti Bermudes (Aeronáutica) já avisaram ao novo ministro que vão respeitar a Constituição no que tange o papel das Forças Armadas.

“Bolsonaro mexe na hierarquia militar e interfere diretamente no que é muito caro internamente para as Forças. Ao indicar para o Ministério da Defesa o Braga Neto, antes subordinado de Pujol no Exército, cria um constrangimento ao comandante do Exército, que deve pedir para sair”, explicou a deputada.

Linha sucessória

De acordo com ela, se para o lugar de Pujol for indicado o quinto na ordem sucessória haverá dificuldades para “quatro dos quatro estrelas que estão à frente, hierarquicamente”. “Vão optar pela reserva? Bolsonaro não tem as Forças dispostas a embarcarem na sua escalada antidemocrática, eis a questão.”

Por fim, ela considerou um desrespeitos as Forças Armadas usar o poder de presidente para escolher o comando do Exército. “Tenta dar um cavalo de pau. Minha opinião clara: Bolsonaro pode fazer a mudança que fizer, mas os comandos vão sempre ter as Forças Armadas em primeiro lugar, em respeito as instituições”, disse.

Boulos: “A escolha de milhões de brasileiros não pode ser entre o vírus e a fome”

30-03-2021 Terça-feira

Em seu artigo semanal na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos tratou sobre as dificuldades de boa parte do povo brasileiro neste período de pandemia para sobreviver entre a ameaça sanitária que representa a Covid-19, com milhares de mortos todos os dias no país, e a ameaça da fome, do desemprego ou da falência de seus negócios.

O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL em 2020 conta a situação de Seu Cidones, dono de um bar na rua de baixo da sua casa, que se vê “entre a cruz e a espada” com, por um lado, as perdas de conhecidos pelo vírus e o medo de ser contaminado, e de outro, as contas a pagar, a cobrança dos fornecedores e o medo da falência.

“O dilema do seu Cidones é o mesmo de milhões de brasileiros que, com muita labuta, ergueram um pequeno negócio e agora enfrentam as agruras da pandemia”, constata Boulos.

“Ele ouvia Bolsonaro desdenhar do vírus e dizer que, se não abrisse seu comércio, morreria de fome. E Doria dizia para que ficasse em casa. A verdade é que nenhum dos dois resolvia seu problema”, continua.

“Não existe lockdown possível sem apoio econômico aos mais vulneráveis, ainda mais num país tão desigual. O pedido para que as pessoas fiquem em casa não é suficiente quando isso significa falência, desemprego ou fome”, conclui Guilherme Boulos. “O auxílio emergencial, agora reduzido a um arremedo, é imprescindível para desempregados e trabalhadores informais”, finaliza.

PSOL

Rui Costa lamenta morte de policial e rechaça politização do episódio

30-03-2021 Terça-feira

Em vídeo, o governador da Bahia se solidarizou com a família do PM envolvido, agradeceu os homens do Bope e refirmou compromisso com a proteção e a vacinação das baianas e dos baianos

O governador da BahiaRui Costa (PT), divulgou vídeo, na segunda-feira (29), no qual lamenta o fato, ocorrido no último domingo (28), que terminou com a morte de um policial militar do estado. Após prestar solidariedade à família do PM e agradecer aos outros militares envolvidos na operação, que colocaram suas vidas em risco, Costa rechaçou as tentativas de usar o triste episódio para atacar as medidas necessárias de controle da Covid-19 e colocar as forças de segurança contra o governo.

Rui Costa lembrou que prefeitos e governadores que trabalham para salvar vidas vêm sofrendo constantes ataques. Ameaças de morte foram feitas ao prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), e ao governador do Ceará, Camilo Santana (PT), mas essas tentativas de intimidação têm como alvo gestores de vários partidos que trabalham no combate à pandemia.

“Se alguém acha que vai nos intimidar distribuindo mentira, calúnia, difamação, está muito enganado. Eu quero aqui reafirmar, ao povo da Bahia, o nosso compromisso de combater a pandemia. O nosso compromisso com a saúde e com a vida dos baianos e das baianas. Continuaremos lutando, dia após dia, por mais vacinas. Vacinas para os policiais militares e civis, para as guardas municipais, para os trabalhadores da educação”, disse o governador.

Ele também reafirmou o compromisso de “continuar trabalhando, dia após dia, pela paz em nosso país, pelo desenvolvimento, pela harmonia, pelo respeito à lei e à Constituição brasileira”. “Vamos continuar trabalhando para salvar vidas humanas”, assegurou.

Manipulação política

No domingo, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) precisou conter um policial militar que sofreu um surto psicótico e estava fortemente armado, no Farol da Barra, em Salvador. Após horas de negociação, sem medir esforços para que o episódio tivesse um fim pacífico, a equipe do Bope foi atacada pelo PM com tiros de fuzis, sendo obrigada a defender a população e a própria vida.

Nas redes sociais, grupos bolsonaristas, que insistem em negar a ciência e se opõem às ações de isolamento social, como as implementadas na Bahia, tentaram utilizar o episódio para construir uma versão mentirosa de que o policial havia se rebelado contra essas medidas. Tais mentiras foram espalhadas na internet com o intuito de colocar as forças de segurança contra governadores, não só na Bahia, mas em todo o país.

Uma das pessoas que investiram nessa manipulação política de um trágico episódio foi a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que, ao incentivar publicamente um motim de policiais perdeu completamente a capacidade de continuar no cargo de presidenta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

A absurda e irresponsável mentira foi desmascarada não só pelo governador Rui Costa como pela imprensa que estava no local e pelo comandante do Bope da Bahia, major Cledson Conceição. Em um vídeo, o militar esclarece que os homens deslocados para a operação verificaram que o policial estava armado de fuzil e em um claro surto psicótico.

“Em todo instante, através da equipe de negociação, tentamos fazer o contato com ele, para ver se conseguíamos trazê-lo à realidade e procurar se entregar. Mas essa negociação alternava em picos de lucidez por parte do policial e picos de loucura. O policial não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado. E, em determinado momento, após um longo período de negociação, o policial efetuou vários disparos contra a nossa unidade de intervenção e tivemos de reagir. O policial foi atingido e socorrido de imediato. Ficamos tristes pelo fato de ser um policial militar”, contou o major.

Leia a íntegra da fala de Rui Costa

“Aos baianos e baianas.

Quero lamentar profundamente o fato ocorrido neste domingo e ao mesmo tempo demonstrar meus sentimentos e solidariedade à família do policial envolvido. Também quero estender minha solidariedade a todos os policiais que participaram da operação. Todos eles merecem nosso reconhecimento porque colocaram suas vidas em risco.

Brasil vive um ambiente de difusão do ódio, da mentira e da calúnia desde 2018. A cada dia que passa, a situação se agrava ainda mais. O fim de semana inteiro foi de ataque, não só ao governador da Bahia, mas a vários governadores e prefeitos do país inteiro. Se alguém acha que vai nos intimidar distribuindo mentira, calúnia, difamação, está muito enganado.

Eu quero aqui reafirmar, ao povo da Bahia, o nosso compromisso de combater a pandemia. O nosso compromisso com a saúde e com a vida dos baianos e das baianas. Continuaremos lutando, dia após dia, por mais vacinas. Vacinas para os policiais militares e civis, para as guardas municipais, para os trabalhadores da educação.

Vamos continuar trabalhando, dia após dia, pela paz em nosso país, pelo desenvolvimento, pela harmonia, pelo respeito à lei e à Constituição brasileira. Vamos continuar trabalhando para salvar vidas humanas. O Brasil já passa a marca de 300 mil óbitos. Na Bahia, infelizmente, estamos chegando a 15 mil vidas perdidas de baianas e baianos.

Eles não vão nos intimidar, não vamos baixar a cabeça. Continuaremos lutando pelo povo baiano, com muita determinação, muita coragem e, acima de tudo, muita vontade de trabalhar.”

PT

Othelino destaca aprovação do auxílio emergencial a restaurantes, bares e ao setor cultural que vão amenizar efeitos da pandemia

30-03-2021 Terça-feira

Após a sessão desta terça-feira (30), o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), concedeu entrevista e destacou os projetos aprovados, entre eles a Medida Provisória 341/2021, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a concessão de auxílio emergencial aos estabelecimentos comerciais do setor de bares, restaurantes, lanchonetes e à área cultural. A matéria foi aprovada pelo Plenário da Casa, em sessão remota realizada nesta terça-feira (30). A MP segue agora para promulgação.

Othelino pontuou que o setor de bares e restaurantes foi um dos mais atingidos pelas restrições necessárias ao enfrentamento da pandemia do coronavírus. Por isso, segundo o parlamentar, a concessão do auxílio no valor de R$ 1.000,00, pago em cota única, dará um fôlego aos proprietários desses estabelecimentos comerciais, com a finalidade de contribuir para a manutenção dos postos de trabalho durante o período de suspensão do funcionamento, em virtude das normas sanitárias.

“Sendo assim, o Governo do Estado baixou uma Medida Provisória estabelecendo o auxílio emergencial para esses setores e a Assembleia, hoje, converteu essa MP em lei, dando a garantia de que aqueles que se habilitaram poderão receber o benefício”, afirmou Othelino.

Já os trabalhadores da cultura, anteriormente selecionados por meio das ações emergenciais (auxílio emergencial e editais da Secretaria de Estado da Cultura – SECMA) previstas na Lei Federal nº 14.017, de 29 de junho de 2020 (Lei Aldir Blanc), terão direito a auxílio no valor de R$ 600,00, também pago em cota única.

Na Mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa, o governador Flávio Dino justifica a urgência da matéria frente à necessidade de se adotar, com a maior brevidade possível, mais uma medida capaz de contribuir para o enfrentamento dos reflexos da pandemia da Covid-19 nos setores econômico e social do Estado.

Outras matérias 

Foi aprovada, também, a Medida Provisória 342/21, que reduz o ICMS de alguns produtos utilizados no combate à pandemia da Covid-19. E, ainda,  o PL 050/2021, de autoria do deputado Dr. Yglésio (PROS), que dispõe sobre a aplicação de sanção administrativa à pessoa que se sobrepuser na ordem definida para os grupos prioritários, estabelecidos pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19.

Outro projeto aprovado foi o de número 263/2020, de autoria da deputada Daniella Tema (DEM), que obriga as farmácias a expor um cartaz da campanha ‘Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica no Maranhão’.

Ainda na sessão desta terça-feira, foi aprovado o PL 332/2020, de autoria do deputado Rafael Leitoa (PDT), que dispõe sobre o funcionamento de academias de musculação e demais estabelecimentos de condicionamento físico, iniciação e prática esportiva, de ensino de esportes e de recreação esportiva.

Flávio Dino: governo Bolsonaro é marcado por agressões e incompetência

30-03-2021 Terça-feira

A “dança das cadeiras” neste início de semana no governo Bolsonaro vem repercutindo nas redes sociais de diversas lideranças políticas e sociais, entre elas o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que analisa as trocas nos ministérios como parte de uma administração sem rumo e sem projeto para o país.

“Bolsonaro está executando uma grande obra no seu período de “governo”: uma enorme galeria com retratos de ex-ministros. Várias pastas já estão no 3º ou 4º ministro, em dois anos. E quem sofre as consequências de tanta confusão é o Brasil”, declarou o governador nesta segunda-feira (29).

Flávio Dino destacou ainda considerar “muito grave a desagregação do governo federal, que não vem de hoje. Está mais do que provado que, com Bolsonaro, só haverá instabilidade, agressões e incompetência. Democracia e Constituição são as nossas luzes para vencer essas trevas”.

Em outro momento, ao falar ao site O Antagonista, o governador lembrou que “desde o início, o governo Bolsonaro é marcado por essas confusões. Então, há uma coerência nessa balbúrdia”. Ele recordou as diversas trocas e baixas ocorridas desde Bolsonaro assumiu a Presidência da República e concluiu: “Isso que estamos vendo hoje é a continuidade do caos. É a instabilidade política em grau máximo porque a bem da verdade, não há comando, não há projeto, não há programa de governo; não há equipe que se sustente no meio dessa confusão permanente”.

O que é triste, avalia o governador, “é que quem paga o preço não é, obviamente, o presidente da República. Quem paga o preço é a nação, com esse tipo de desagregação que impede qualquer tipo de continuidade administrativa e, claro, conduz à ineficácia e ao mau funcionamento da máquina administrativa”.

Por Priscila Lobregatte

Comandantes das Forças Armadas deixam cargos e expõem Bolsonaro

30-03-2021 Terça-feira

É a primeira vez que, sem ser em troca de governo, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixam simultaneamente o cargo

Contrariados com a escalada autoritária do governo Jair Bolsonaro, os comandantes das três Forças Armadas deixaram seus cargos nesta terça-feira (30). Embora o Ministério da Defesa tenha anunciado, em nota, a saída de Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica), a decisão foi tomada pelos comandantes, que expõem publicamente um racha sem precedentes entre militares e Bolsonaro.

“O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças”, limitou-se a dizer a Defesa, omitindo as razões da inédita reviravolta.

Nesta segunda, Fernando Azevedo e Silva se demitiu do posto de ministro da Defesa, sendo substituído pelo general da reserva Walter Souza Braga Netto, que chefiava a Casa Civil. Segundo a Folha de S.Paulo, a relação entre Azevedo e o presidente se deteriorou na semana passada, “quando Bolsonaro voltou a insinuar que queria o apoio do Exército para aplicar medidas de exceção como o estado de defesa em unidades da Federação que aplicam lockdowns contra a pandemia”.

De imediato, Pujol declarou que deixaria o Exército, enquanto Barbosa e Bermudez disseram que colocariam os cargos à disposição. A pedido de Braga Netto, qualquer decisão foi adiada para a manhã desta terça.

É a primeira vez que, sem ser em troca de governo, os comandantes das três Forças Armadas deixam simultaneamente o cargo. Segundo o Blog do Camarotti, a saída de Azevedo e Silva foi recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas. Um general da reserva enxergou o movimento como um sinal de que o Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.

Em novembro do ano passado, o comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares não querem “fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis”. Na ocasião, o vice-presidente Hamilton Morão, também general quatro estrelas da reserva, reforçou a posição de Pujol.

Já a jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão, reforça que os três comandantes que deixam o governo queriam “deixar claro que não darão um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo”.

A conclusão de Cantanhêde: “Se havia a sensação na sociedade de que os militares são um monobloco, pensam todos da mesma forma, são todos a favor de Bolsonaro e estão todos dispostos a seguir com ele em qualquer aventura antidemocrática, essa sensação evaporou com a posição firme do general Azevedo e Silva a favor da legalidade e da institucionalidade. Há resistência nas três forças armadas, sim, a qualquer tipo de projeto autoritário. Essa é uma grande novidade, a ser comemorada – e mantida”.

Portal Vermelho, com agências

Bolsonaro troca seis ministros, mas o governo não muda

29-03-2021 Segunda-feira

Sob forte pressão, o presidente fez mudanças em parte de seus ministério.

Depois de anunciada a queda do embaixador Ernesto Araújo do Minstério das Relações Exteriores e da demissão do General Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, o presidente Bolsonaro anunciou mudanças em mais quatro ministérios de seu governo.

As novas alterações na equipe se somam à quarta mudança no ministério da Saúde quando o General Pazuello foi substituído pelo médico Marcelo Queiroga. O nove titular da saúde assumiu afirmando que daria continuidade ao que vinha fazendo seu antecessor.

As primeiras impressões é de que as modificações representam, nas verdade, uma troca de funções e a abertura de vagas na equipe de governo para acomodar as forças que apoiam Bolsonaro. Isto significa que nada deve mudar na condução desastrosa do governo, em especial no trato à crise sanitária que já tragou a vida de mais de 312 mil brasileiros.

Veja abaixo quais foram as alterações:

Casa Civil da Presidência da República: Sai o general Braga Netto e assume Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo;

Ministério da Justiça e Segurança Pública: Sai o advogado André Mendonça e assume delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

Ministério da Defesa: Sai o general Fernando Azevedo e assume general Braga Netto, atual chefe da Casa Civil;

Ministério das Relações Exteriores: sai o embaixador Ernesto Araújo e assume o embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira atualmente lotado no cerimonial do Itamaraty;

Secretaria de Governo da Presidência da República: sai o general Luiz Eduardo Ramos e assume a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF);

Advocacia-Geral da União: sai o advogado José Levi Mello do Amaral Júnior e assume André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça.

Portal Vermelho

Ao sair, ministro da Defesa diz que Forças Armadas são instituição de Estado

29-03-2021 Segunda-feira

Bolsonaro foi quem solicitou ao general que deixasse a pasta. Com mais essa baixa, é o segundo ministro a sair do governo em menos de 24 horas. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão nesta segunda-feira (29)

O ministro da Defesa, general Fernando do Azevedo e Silva, distribuiu nota dizendo que sai do governo, mas no período em que esteve no cargo preservou as Forças Armadas como instituições de Estado. Segundo informações de bastidores, Bolsonaro foi quem solicitou ao general que deixasse a pasta. Com mais essa baixa, é o segundo ministro a sair do governo em menos de 24 horas. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão nesta segunda-feira (29).

Bolsonaro expressou aos seus auxiliares que vai manter um militar no cargo. Especula-se que o presidente quer um ministro mais alinhado com suas posições políticas. Por isso, ser relevante o fato do general Azevedo ressaltar o papel de instituição de Estados das Forças.

O comunicado não informa o motivo da decisão, que não havia sido antecipada pelo ministro ou por Bolsonaro. Antes de assumir o cargo, em 2018, o ministro era assessor do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Confira abaixo a íntegra do comunicado:

Nota Oficial

Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa.

Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.

O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira.

Saio na certeza da missão cumprida.

Fernando Azevedo e Silva

Com informações do G1

Governadores condenam rede de fake news e ataques antidemocráticos

29-03-2021 Segunda-feira

“Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes”, diz a carta de 16 gestores

Governadores de 16 estados lançaram nesta segunda-feira (29) uma carta de repúdio a atos ilegais e antidemocráticos visando desestabilizar a ordem institucional e criar um ambiente de caos no país. A carta faz referência direta às redes de fake news que atuam para espalhar mentiras, inclusive com a participação direta de agentes públicos que “espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos”.

Os gestores também expressaram sua gratidão pelos esforços de todos profissionais que estão atuando no combate à pandemia, em especial as forças de segurança, “que têm a nossa solidariedade e apoio em relação a reivindicações justas quanto à vacinação, pleito em análise no âmbito do Ministério da Saúde pela Comissão Intergestores Tripartite – CIT”.

Leia a íntegra do documento abaixo.

CARTA DOS GOVERNADORES: QUEREMOS VERDADE E PAZ!

Os governadores manifestam sua indignação em face da crescente onda de agressões e difusão de Fake News que visam a criar instabilidade institucional nos Estados e no País. Vivemos um período de emergência na saúde, e a vida de todos os brasileiros está em grave risco.

Os governadores, juntamente com os servidores públicos e profissionais do setor privado, estão lutando muito para garantir atendimento de saúde e apoio social à população. Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos.

Registramos especialmente o nosso protesto quando são autoridades federais, inclusive do Congresso Nacional, que violam os princípios da lealdade federativa.

Conclamamos o Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, bem como o Presidente do Supremo Tribunal Federal, para que adotem todas as providências de modo a coibir tais atos ilegais e imorais.

Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar Fake News, agredir Governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático.

Finalmente, sublinhamos a nossa gratidão a todos os servidores públicos e profissionais que têm atuado incessantemente para vencermos a pandemia. Merecem especial destaque as forças policiais, que têm a nossa solidariedade e apoio em relação a reivindicações justas quanto à vacinação, pleito em análise no âmbito do Ministério da Saúde pela Comissão Intergestores Tripartite – CIT.

Brasília, 29 de março de 2021.

Assinam esta carta: Rui Costa
RUI COSTA Governador do Estado da Bahia
FLÁVIO DINO Governador do Estado do Maranhão
HELDER BARBALHO Governador do Estado do Pará
PAULO CÂMARA Governador do Estado de Pernambuco
JOÃO DORIA Governador do Estado de São Paulo
RONALDO CAIADO Governador do Estado de Goiás
MAURO MENDES Governador do Estado de Mato Grosso
EDUARDO LEITE Governador do Estado do Rio Grande do Sul
CAMILO SANTANA Governador do Estado do Ceará
JOÃO AZEVÊDO Governador do Estado da Paraíba
RENATO CASAGRANDE Governador do Estado do Espírito Santo
WELLINGTON DIAS Governador do Estado do Piauí
FÁTIMA BEZERRA Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
BELIVALDO CHAGAS Governador do Estado de Sergipe
REINALDO AZAMBUJA Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
WALDEZ GOÉS Governador do Estado do Amapá