Arquivo mensal: fevereiro 2021

Ex-ministros da Saúde recomendam lockdown para evitar colapso do País

27-02-2021 Sábado

Para Serra, Temporão, Padilha e Mandetta, é necessário fechar estabelecimentos comerciais, ao menos nas próximas semanas, para evitar um aumento descontrolado no número de internações e óbitos

Quatro ex-ministros da Saúde – José Serra (1998-2002), José Gomes Temporão (2007-2011), Alexandre Padilha (2011-2014) e Luiz Henrique Mandetta (2019-2020) – concordam que o Brasil pode entrar em um colapso diante da escalada da Covid-19. Em um ano, mais 250 mil brasileiros morreram em decorrência do novo coronavírus – mas o governo Jair Bolsonaro insiste numa postura negligente e irresponsável diante da crise sanitária.

Para os ex-ministros, é necessário voltar a divulgar medidas de distanciamento social e fechar estabelecimentos comerciais, ao menos nas próximas semanas, para evitar um aumento descontrolado no número de internações e óbitos. Em entrevista ao jornal O Globo, eles também condenam tanto Bolsonaro quanto o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por não contestar os desmandos do Planalto e falhar na logística da campanha de imunização.

“O mais importante é acelerar a vacinação. Não faz sentido que no Brasil, com esse número de mortes e o sistema de saúde privado e público colapsado, o governo federal não esteja acelerando as vacinas”, analisa Padilha. Ex-ministro do governo Dilma, ele defende a criação de um “gabinete de crise”, a ser convocado pelo Congresso, “com secretarias municipais, estaduais e o governo federal”. Além de técnicos, o grupo deve contar com “equipes de saúde da família, que têm sido desprezadas pelo governo.”

A seu ver, o Ministério da Saúde deve “coordenar as restrições” de acordo com as “realidades regionais” – as saídas não podem ser uniformes. “Não dá para adotar uma decisão única de fechamento num país heterogêneo assim. Mas, em algumas regiões, ou se faz lockdown, ou será insustentável o colapso do sistema de saúde em duas semanas”, diz Padilha. “É preciso ter uniformidade nas decisões, mas reconhecidas as diferenças regionais. É necessária participação do Judiciário, porque vão chegar ações contra o lockdown. Tem que haver mobilização nacional pela vida.”

Para Serra, o Ministério da Saúde está “distante e perdido”. Cabe à pasta um papel “muito mais ativo, com campanhas de conscientização, alertando a população 24 horas por dia a respeito do momento crítico e de altíssimo risco para todos”. Do contrário, será inevitável “um lockdown total de 14 dias, ao menos, para que se avalie, a partir daí, os resultados”.

A vacinação, segundo o ex- ministro tucano, será decisiva. “Precisaríamos de mudança radical na posição do governo federal, que deve buscar comprar vacinas sem criar entraves burocráticos. Só a vacina nos tirará desse caos”, comenta. “Já são mais de 250 mil brasileiros mortos. O governo não pode continuar indiferente.”

Temporão descreve o cenário adverso: “As próximas semanas serão terríveis”, adverte. “As pessoas não estão se protegendo, o distanciamento caiu drasticamente, novas cepas surgiram, as pessoas não usam máscara e se aglomeram, autoridades se omitem e a capacidade de atendimento é limitada”. Para combater a o vírus, ele também recomenda o lockdown – mas por três semanas.

“Restringir horários não adianta. Todas as medidas têm que ser cumpridas – lockdown, máscara, higiene das mãos e vacinação, ampliar drasticamente o ritmo”, diz Temporão. “Tudo teria que vir acompanhado de uma campanha de comunicação, porque as pessoas estão perdidas.” Em sua opinião, “as próximas semanas serão terríveis. Vai ter que vacinar 80% da população brasileira. São necessárias 352 milhões de doses de vacina. O cenário é o pior possível, e não vamos dispor disso em prazo curto”.

Mandetta prevê “60, 90 dias extremamente duros, uma megaepidemia de Norte a Sul”, que exigirá “lockdown absoluto mesmo” em algumas regiões. “Tinha que fazer uma campanha transparente: temos uma ameaça nova, não aglomere, use máscara, o sistema de saúde não aguenta. Tinha que ter uma fala do presidente, do ministro propaganda nacional, com mea culpa”, afirma.

De acordo com a estimativa do ex-ministro do governo Bolsonaro, o Brasil, no ritmo atual, precisará de pelo menos seis meses para imunizar uma parte relevante da população. “Estamos vacinando aos soluços porque a estratégia foi errada. Só em agosto vamos ter boa quantidade de vacina”, diz Mandetta. “O vírus está de Ferrari, e nós, de carroça. Em junho, teremos um Fusca.”

Com informações do O Globo

Governo do Maranhão distribui cestas básicas a quem mais precisa: “Agora eu vou poder dar comida pros meus netos”

27-02-2021 Sábado

De cidade em cidade, de bairro em bairro, de povoado em povoado. O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão vem percorrendo o Maranhão para entregar 100 mil cestas básicas a famílias de baixa renda. É uma das ações do Governo do Estado para apoiar a população nesta pandemia. 

No ano passado, 306 mil cestas básicas tinham sido distribuídas pelo Estado. E agora está sendo feita um novo esforço.

Para a pescadora Aldete dos Santos, mãe de dez filhos, avós de seis netos, a cesta “veio em boa hora”. “O período de pandemia está muito difícil. Eu tiro as tariobas, mas ninguém quer pagar o preço que nós pedimos. Tudo está aumentando, o botijão de gás subiu para cem reais, o óleo está dez. Eu agradeço muito”, disse Aldete, moradora da Raposa, na Ilha de São Luís.

A cozinheira Lucimar Pereira, que também viu sua renda cair por causa da pandemia, afirmou que a doação alimentará toda sua família. “Essa ação é muito importante porque eu só estou trabalhando nos finais de semana. Na minha casa moram duas famílias, somos em seis pessoas, então eu agradeço muito”.

Distribuição de cestas básicas (Foto: Handson Chagas)

Desempregada, a professora Luciene Machado disse que também está passando por dificuldades. “Essa cesta é uma grande ajuda que estão dando pra gente, estamos passando por dificuldade, muitas pessoas estão sem serviço. Eu mesmo estou desempregada, e aqui em casa somos em três, sendo que minha filha é especial”, explicou.

A doação é um alento para pessoas como aposentada Maria Elida. “Eu estou muito feliz de ter ganhado essa cesta básica, agora vou para poder dar comida pros meus netos todo dia, muito obrigada”.

O Brasil será os EUA amanhã? Conta de luz no Texas chega a R$ 90 mil

27-02-2021 Sábado

Contas de luz no Texas chegam a alcançar valores de até R$ 90 mil depois do apagão. Valores das contas também subiram no Amapá que ficou no escuro durante 22 dias

Uma forte nevasca com temperaturas abaixo de 18ºC no estado norte-americano do Texas, deixou pelo menos 70 mortos e 4 milhões de pessoas sem energia elétrica, na semana passada. Apesar do apagão, as contas de luz não pararam de chegar e os altos valores estão assustando os consumidores dos Estados Unidos do mesmo jeito que revoltaram os brasileiros quando um apagão deixou o Amapá escuro durante 22 dias.

O Texas e o Amapá têm em comum a privatização da energia elétrica que, como todos sabem, contribui para aumentar os preços dos serviços prestados à população.

Segundo o jornal The New York Times, um morador de Dallas, pagou uma conta de US$ 16 mil (cerca de R$ 88 mil) por apenas alguns dias de uso. Outra moradora da cidade de Denison, disse à Associated Press, que recebeu uma cobrança de US$ 1.300 (R$ 7.100) apenas pelas duas primeiras semanas de fevereiro. A mudança não afetou clientes que contrataram planos de tarifa fixa. Já aqueles que adotaram tarifas variáveis – normalmente mais baratas no curto prazo, quando as condições climáticas estão estáveis— foram duramente atingidos pelo aumento.

Analistas do setor energético dizem que o problema está na privatização que ocorreu no Texas em 2000. Durante a maior parte do século 20, a energia do Texas foi regulamentada como um serviço público. Mas, após a desregulamentação, cujos idealizadores diziam que iria baratear os custos, assim como dizem no Brasil os defensores da privatização da Eletrobras, o resultado foi apagão e contas mais altas justamente na hora em que a população mais precisou, como foi o caso da nevasca.

Os analistas também dizem que os responsáveis pelo sistema do Texas não fizeram a atualização e a manutenção necessária porque investir em capacidade de backup ou um sistema de distribuição robusto teria corroído os lucros (e as regras de preços tornam arriscado investir em capacidade extra).

Embora a rede a distribuição no Texas seja feita por energia elétrica, eólica, gás e até usinas nuclear, “ a rede ERCOT entrou em colapso por subinvestimento e negligência, até que finalmente quebrou em circunstâncias previsíveis”, disse o analista de energia Ed Hirs ao jornal Houston Chronicle.

Mas e o Brasil?

Embora o valor de R$ 90 mil numa conta de luz de um único consumidor residencial seja impensável para o Brasil, no estado do Amapá os valores altíssimos impossibilitam que a população pague a conta. Os moradores relatam que as contas ultrapassam os mil reais, praticamente um salário mínimo (R$ 1.100,00).

Ao contrário do Texas que teve uma nevasca, a desculpa para o alto valor, segundo disse à Folha de São Paulo, o ex-diretor de gestão Eletronorte, Lourival Freitas, é o calor no Amapá, que em média beira a 34º graus, faz com que as pessoas consumam mais energia com o uso de ar condicionado.

O que os defensores da privatização não dizem é que no Amapá, a energia elétrica, assim como no Texas, foi privatizada. O resultado foi um apagão que durou 22 dias. Em novembro do ano passado, a subestação de Macapá (AP), com menos de 10 anos de concessão sob controle privado , explodiu, incendiou e colapsou, deixando 700 mil pessoas no escuro, além de provocar estragos nos alimentos nas casas dos moradores e comércios.

A empresa privada pertence a uma sociedade empresarial chamada de “Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE)”, controlada pelo capital financeiro internacional. Mas quem precisou consertar o estrago foram os trabalhadores da Eletrobras, estatal que está na mira de privatização de Jair Bolsonaro (ex- PSL). 40 dias após o conserto, esses trabalhadores foram demitidos.

Caso a privatização da Eletrobras se concretize vai prejudicar 99,7% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas de luz subam, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional.

Na série de reportagens e Eu com Isso? do Portal CUT, listamos uma série de argumentos para que a Eletrobras não seja privatizada. Por isso que é importante a defesa das empresas públicas, para que os brasileiros não paguem um alto preço pelo fim da prestação de um serviço de melhor qualidade e que é de todos nós.

Do site da CUT, com informações da FNU e Folha de São Paulo.

Fiocruz: Colapso da saúde ameaça 12 estados e 17 capitais brasileiras

27-02-2021 Sábado

A ocupação das unidades de terapia intensiva dedicadas a infectados pelo novo coronavírus no país chegou ao pior nível desde o início da pandemia. Doze estados e 17 capitais estão enfrentam o colapso do sistema de Saúde, alerta o Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta sexta-feira (26).

A proporção de leitos ocupados passou de 80% em 12 estados e no Distrito Federal, e 17 das 27 capitais do país também estão com percentual nesse patamar, chamado de “zona de alerta crítica” pelos pesquisadores.

O percentual de leitos ocupados passa dos 90% no Amazonas (94,6%), Ceará (92,2%), Paraná (91,9%), Rondônia (97,1%) e Santa Catarina (93,4%). Entre 80% e 90%, estão Acre (88,7%), Distrito Federal (87%), Goiás (89,2%), Pernambuco (85%), Rio Grande do Norte (81,4%), Rio Grande do Sul (83,6%) e Roraima (82,2%)

As 17 capitais na zona de alerta de crítica para a ocupação das UTIS são: Porto Velho (100,0%), Rio Branco (88,7%), Manaus (94,6%), Boa Vista (82,2%), Palmas (80,2%), São Luís (88,1%), Teresina (93,0%), Fortaleza (94,4%), Natal (89,0%), Recife (80,0%), Salvador (82,5%), Rio de Janeiro (85,0%), Curitiba (90,0%), Florianópolis (96,2%), Porto Alegre (84,0%), Campo Grande (85,5%) e Goiânia (94,4%).

O boletim destaca que o país está em um patamar de intensa transmissão da Covid-19, sem que nenhum estado apresente tendência de queda nas incidências de casos e óbitos. Em relação à mortalidade, 26 unidades da federação apresentam manutenção de um patamar elevado, “decorrente de exposições ocorridas no final de 2020 e em janeiro de 2021, com a ocorrência de festas de fim de ano, festivais clandestinos e intensificação de viagens”. Roraima é o único com uma alta maior que 5%, com 5,3%.

“A gravidade deste cenário não pode ser naturalizada e nem tratada como um novo normal. Mais do que nunca urge combinar medidas amplas e envolvendo todos os setores da sociedade e integradas nos diferentes níveis de governo”, afirma o Observatório Covid-19 da Fiocruz.

Os pesquisadores lembram que o país está desde 17 de janeiro com uma média móvel de mais de mil mortes por dia, o que sobrecarrega profissionais e sistemas de saúde e impacta a qualidade dos serviços e a saúde mental e física dos trabalhadores. Pelo segundo dia seguido, o Brasil bateu ontem o recorde de mortes diárias por Covid-19, com uma média de 1.148 mortes por dia nos últimos sete dias.

Paraná

No Paraná, o governo estadual anunciou uma série de restrições de circulação noturna. O governo apontou que entre o dia 25 e 26 de fevereiro o número de pessoas aguardando vagas em UTIs e enfermaria aumentou 31% e chegou 578 pessoas. Além disso o estado está com 94% das UTIs e 74% das unidades de enfermaria.

Segundo o médico Vinicius Filipak, diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), a situação é dramática. “Houve um crescimento vertiginoso da ocupação de leitos”, disse. Filipak também destacou que a mortalidade entre pacientes internados com Covid-19 no estado está em 25%. “A cada quatro pessoas internadas, uma irá a óbito. Nas UTIs essa mortalidade é de 40%”, explicou.

Filipak atribuiu a piora a provável presença de uma nova cepa do vírus no estado. Apesar do governo ter anunciado a abertura de 99 leitos de UTI e 153 leitos de enfermaria, o diretor da Sesa diz que o aumento da mortalidade e no número de dias de internação piora o prognóstico de pessoas que se contaminarem com o vírus.

Santa Catarina

O secretário da Saúde de Santa Catarina, André Motta, admitiu que o estado está enfrentando um colapso na saúde por causa do coronavírus. Na quarta-feira (24), os hospitais atingiram a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral e Covid-19 do Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a pandemia: 91,18%.

No início da tarde desta quinta (25), 83 pacientes aguardavam por leitos de UTI, segundo dados internos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) aos quais o G1 teve acesso.

O governo de Santa Catarina publicou na noite desta quarta um decreto com novas restrições em no estado válidas por 15 dias. Em mensagem enviada aos prefeitos catarinenses, Motta pediu medidas mais restritivas para diminuir a circulação de pessoas.

“Preciso informar a todos que a situação da pandemia deteriorou no estado todo e, a exemplo do que acontece nas regiões mais a oeste, estamos entrando em colapso! Todos os esforços de estado e municípios, até então, são insuficientes em face à brutalidade da doença. Infelizmente, percebesse fenômeno similar no resto do país”, disse o secretário de Saúde.

Rondônia

O secretário de Saúde de Rondônia, Fernando Máximo postou um vídeo em suas redes sociais afirmando que nesta quinta-feira (25) não há mais vagas em UTI’s para pacientes com coronavírus no estado.

Segundo Fernando, todos os mais de 300 leitos criados para atender especificamente pacientes da Covid-19 estão ocupados, atingindo assim a marca de 100% de lotação.

Diante da situação, o secretário afirma já existir fila de espera com pacientes precisando de intubação ou internação.

“O meu recado é para você que aglomera, que tá fazendo festinha e não usa máscara. Nós não temos leito de UTI para sua mãe, não tem leito para o seu pai, tio, filho, namorada… Nós não temos leito de UTI para você, seja rico ou pobre”, desabafou.

Ainda de acordo com o secretário, o governo do estado não está conseguindo ampliar o número de leitos de UTI no estado, por falta de profissionais de saúde.

“Essa noite tivemos que fechar cinco leitos de UTI por falta de médico no Cero, em Porto Velho. Lá tem 50 leitos de UTI, mas dez médicos estão com Covid-19, pois a vacina ainda não fez efeito. Demora-se uns dias para fazer efeito”, conta.

Ainda conforme relata Fernando Máximo, mais de 90 pessoas de Rondônia foram enviados para outros estados nos últimos dias para tratarem a doença. Porém, por enquanto, não será mais possível enviar novos pacientes para fora.

“Dos 90 transferidos, mais de 60 eram entubados e foram enviados em UTI aérea. Os estados lá fora não estão cedendo vagas para gente, pois as taxas de UTI lá também estão aumentando. Nós continuamos atendendo pacientes do Amazonas, muitos”, ressalta.

Transferência?

Em meio a essa situação, a solução apresentada pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello, foi a transferência de pacientes entre estados que enfrentam lotação UTI. Segundo ele, essa será uma das estratégias usadas para enfrentar o que ele chamou de “nova etapa” da pandemia de Covid-19, marcada pela propagação da variante descoberta em Manaus.

“Uma das estratégias com relação a leitos é a utilização de leitos de forma remota. São remoções”, afirmou Pazuello após reunião com os conselhos de secretários de saúde dos estados e dos municípios, na qual foi fechado acordo sobre o pagamento pela utilização de leitos de UTI.

O ministro não deu detalhes sobre as transferências de pacientes e não respondeu perguntas de jornalistas após o pronunciamento.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula afirmou que essa não é uma alternativa viável no momento atual.

“A gente termina a contabilidade tendo feito o transporte de mais de 600 pacientes do Amazonas para outros estados. E mais de 60 de Rondônia. Hoje a gente já teria dificuldade bem maior de fazer esse transporte porque todo mundo está no seu limite. Quase todo o Brasil recebeu pacientes do Amazonas”, disse Carlos Lula.

Após a reunião, os representantes do Conselho Nacional de Secretarias Municipais (Conasems) e do Conass explicaram que houve acordo para que o Ministério da Saúde faça o pagamento mensal dos leitos e faça o aporte de R$ 500 milhões para fortalecer unidades de saúde e equipes de saúde da família.

“Hoje demos um passo importante para financiamento dos leitos. A regulação que a gente tinha no ano passado levou a redução dos leitos em janeiro e fevereiro. Tivemos redução dos leitos com diárias pagas com ministério. Mudamos essa formulação, agora será mensal, não será mais a posteriori”, explicou Carlos Lula, presidente do Conass.

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Prefeito Eduardo Braide anuncia abertura de mais 30 leitos exclusivos para Covid-19 em São Luís

27-02-2021 Sábado

O prefeito Eduardo Braide anunciou, no início da manhã desta sexta-feira (26), a abertura de 30 novos leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19, em São Luís.  Desse total, são 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 20 leitos de enfermaria disponibilizados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão – Unidade Presidente Dutra (HUUFMA).

Os leitos já começaram a receber pacientes já na noite de quinta-feira (25). Até o início da manhã de hoje, a unidade hospitalar já havia recebido dois pacientes em leitos de UTI e um na enfermaria. Os 30 novos leitos contam com equipe multiprofissional mantida pela Prefeitura para atender aos pacientes e equipamentos como respiradores e ventiladores bem como cilindros de oxigênio para dar todo o suporte a quem necessita.

Leitos ficam no Hospital Universitário da UFMA – Unidade Presidente DutraFoto: DivulgaçãoNa próxima semana, serão entregues mais 10 leitos de UTI no Hospital Universitário, e 30 leitos de Suporte Avançado na Unidade Mista do Bequimão, além de um ambulatório de atendimento pós-Covid na unidade. A entrega faz parte do Plano Municipal de Enfrentamento às Síndromes Respiratórias por meio do qual a Prefeitura de São Luís ofertará 120 leitos exclusivos para o tratamento dos pacientes infectados pelo coronavírus.

O prefeito Eduardo Braide garantiu que a Prefeitura de São Luís tem feito sua parte para evitar superlotação nas unidades de saúde e garantir atendimento a todos que precisarem. “Temos avaliado a curva da doença em nossa cidade e tomado as medidas necessárias para combatê-las. Vamos entregar até a próxima semana, 120 leitos para atender exclusivamente os pacientes com Covid-19. Se for preciso, já temos um planejamento pronto para abrir novos leitos. Além disso, estamos disponibilizando unidades de saúde exclusivas para a população buscar atendimento para as síndromes gripais leves. Já temos o Centro de Saúde Carlos Macieira, no Sacavém, e entregaremos mais quatro. E seguimos avançando com o Plano Municipal de Vacinação e outras medidas de combate à pandemia”, disse.

Foto: DivulgaçãoDos 120 leitos a serem entregues, 80 já estão em funcionamento. A prefeitura abriu 50 leitos exclusivos para atendimento a pacientes com casos moderados e graves de Covid-19 no Hospital da Mulher, que foi definido como a unidade de referência da rede municipal de saúde para o tratamento destes pacientes. Os leitos se dividem em 30 de enfermaria, 10 de UTI e 10 de Suporte Avançado.

Na Unidade Mista do Bequimão, será entregue o Ambulatório de Promoção e Reabilitação em Saúde para Pacientes, Familiares e Profissionais de Saúde. O objetivo deste serviço é garantir tratamento para as possíveis sequelas da doença nos pacientes recuperados, além de assistência para os traumas aos familiares e profissionais de saúde durante o processo de tratamento.

O prefeito Eduardo Braide destaca que a população também tem papel fundamental no combate à doença. “A população precisa manter todas as medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades médicas, evitando aglomerações, mantendo o uso obrigatório de máscaras, a higienização das mãos e o uso de álcool em gel. Estas medidas valem, inclusive, para quem já recebeu as duas doses da vacina”, frisou.

Atendimento à Síndromes Gripais Leves

Também já está em funcionamento o primeiro dos cinco centros municipais de atendimento às síndromes gripais leves disponibilizados para a população de São Luís. A unidade fica localizada no Centro de Saúde José Carlos Macieira, na Avenida dos Africanos, Sacavém. O local conta com equipe médica multidisciplinar para atender os pacientes que forem até o local desde o acolhimento, triagem, encaminhamento e acompanhamento até sua completa recuperação. As outras quatro unidades ficarão localizadas na Zona Rural, Cidade Operária, Bairro de Fátima e área Itaqui-Bacanga e devem iniciar os atendimentos nos próximos dias.

Desemprego no Brasil é o maior desde 2012

27-02-2021 Sábado

Um total de 32 milhões de brasileiros não tinham emprego no último trimestre de 2020, apontam dados da pesquisa PNAD Contínua do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (26), que mostram que, deste contingente, 5,8 milhões desistiram de procurar por vagas de trabalho, “por não encontrarem na localidade em que vivem ou por medo de se exporem ao vírus”, destacou o órgão.

Esses trabalhadores figuram na chamada subutilização da força de trabalho, que é composta por pessoas que estão desempregadas; que trabalham menos de 40 horas semanais (subocupados), mas gostariam de trabalhar mais; que desistiram de procurar emprego (os desalentados); e aquelas que, poderiam estar ocupadas, mas não trabalham por motivos diversos, como mulheres que deixaram de trabalhar para cuidar de seus filhos, por exemplo.

Na comparação entre o quarto trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, houve o aumento de 22,5% nesse contingente, ou mais 5,9 milhões de pessoas subutilizadas. São 13,9 milhões de desempregados , 6,8 milhões de subocupados e 11,3 milhões de pessoas, que destes, 5,5 milhões poderiam trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum impedimento, e 5,8 milhões desistiram de procurar emprego – maior contingente da série anual da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Na média anual, a subutilização da força de trabalho chegou a 31,2 milhões, o maior já registrado pelo IBGE, alta de 13,1% em relação a 2019.

13,4 milhões de desempregados

O Brasil fechou o ano de 2020 com 13,4 milhões de desempregados, e assim, a taxa média anual foi de 11,9%, em 2019, para 13,5%, em 2020, registrando também um recorde na série histórica da pesquisa iniciada em 2012. “Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%”, destacou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

No último trimestre de 2020, a taxa de desocupação caiu para 13,9%, após ter atingido a marca histórica de 14,6% no terceiro trimestre. Adriana explica que “o recuo da taxa no fim do ano é um comportamento sazonal por conta do tradicional aumento das contratações temporárias e aumento das vendas do comércio”, disse a analista da pesquisa.

Menos 3,8 milhões de empregos formais em relação a 2019

“O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos), estimado em 29,9 milhões de pessoas, cresceu 1,8% (mais de 519 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Já no confronto com o trimestre de outubro a dezembro de 2019, o contingente caiu 11,2% (menos 3,8 milhões de pessoas). A média anual ficou em 30,6 milhões de pessoas, menor

contingente da série anual, e recuou 7,8% (menos 2,6 milhões) em relação a 2019”, aponta o IBGE.

33,3 milhões na informalidade

De acordo com o IBGE, em 2020, a taxa de informalidade chegou a 38,7% da população ocupada. São 33,3 milhões de trabalhadores informais (pessoas que trabalham sem carteira assinada, por conta própria, que vivem de bicos) ao todo no país.

Sem auxílio emergencial

Foi diante deste quadro que o governo Bolsonaro cortou no final de dezembro a ajuda financeira emergencial para os trabalhadores informais, que perderam a renda na pandemia de Covid-19. E, agora, para liberar uma nova rodada do benefício – em um cenário em que os casos de contágio e mortes pela doença já superam em muito os piores momento da pandemia no ano passado – o ocupante da cadeira presidencial faz chantagem contra o Congresso, ao condicionar a aprovação de propostas do governo que estão paradas há quase 2 anos no Legislativo, por preverem cortes de recursos públicos, como o fim dos fundos constitucionais da saúde e educação, entre outras medidas de arrocho fiscal, com o fim de transferir ainda mais recursos para o sistema financeiro.

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Coletivo Nós inaugura primeiro gabinete comunitário na zona rural de São Luís

27-02-2021 Sábado

Com o objetivo de descentralizar, tornar mais acessível e aproximar a atuação parlamentar das comunidades, o Coletivo Nós terá cinco gabinetes comunitários nas áreas periféricas e rurais de São Luís, localizados nos polos: Cidade Operária / Cidade Olímpica, Coroadinho /Sacavém, Vila Luizão, Itaqui-Bacanga e Área Rural. Nesta sexta-feira (26), será inaugurado o primeiro gabinete comunitário da Câmara de São Luís, que funcionará na Associação de Moradores e Produtores Rurais de Matinha/Maracanã, no endereço: Rua principal, nº 01, Matinha – Maracanã.

Os Gabinetes Comunitários terão atendimento com um co-vereador todas as sextas-feiras, das 8h às 12h, e de segunda a sexta com equipe técnica, no mesmo horário. “Estamos organizados em cinco polos espalhados por toda São Luís e o nosso mandato é pautado na participação popular, então a ideia de descentralizar o gabinete da Câmara é levar este espaço legislativo para dentro das comunidades. Nosso processo é todo coletivo, e nos elegemos para ser a voz do povo ludovicense, acreditamos que desta forma aumentaremos a inclusão e influência do povo nos processos de decisão política”, explicou a co-vereadora Raimunda Oliveira, representante da Zona Rural onde será inaugurado o primeiro gabinete.

Foto: Divulgação

O Coletivo Nós (PT) é o primeiro mandato coletivo da história legislativa do Maranhão, eleito para a Câmara de Vereadores de São Luís – MA (2021-2024). É representado na Câmara por seis co-vereadores: Delmar Matias, Eni Ribeiro, Eunice Chê, Flávia Almeida, Jhonatan Soares e Raimunda Oliveira. Os seis juntos ocupam apenas uma cadeira de vereador (a), em um mandato compartilhado.

“Nós acreditamos na organização e participação popular, coletiva, horizontal, compartilhada, firmada na democracia, igualdade, justiça social e dignidade humana para todos os povos, na emancipação e no empoderamento do povo, por meio do protagonismo na sua própria história e na atuação comunitária. Queremos estar próximos do nosso povo e pensar juntos políticas públicas que atendam as nossas realidades. Com os gabinetes comunitários seremos mais plurais, buscando garantir a representatividade dos rostos das mulheres e homens da periferia, da população negra, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, LGBTQIA+ e da juventude”, concluiu Raimunda Oliveira.

Por Suzana Santos

Senador Weverton defende estreitamento da parceria comercial Brasil-China em reunião com embaixador

27-02-2021 Sábado

Em reunião da Executiva Nacional do PDT com representantes da embaixada da China no Brasil, o senador Weverton (PDT-MA) defendeu o estreitamento da parceria comercial Brasil-China. “O Brasil é um país de oportunidades e quanto mais parcerias, mais teremos investimentos e geração de emprego”, afirmou Weverton durante a reunião.

O parlamentar também convidou os empresários chineses a conhecerem o potencial de investimento no turismo de Barreirinhas.

“Vocês precisam conhecer um dos lugares mais bonitos do mundo, que tem grande apelo para o turismo e é uma grande oportunidade de investimentos”, convidou.

O senador lembrou que a China é um mercado consumidor importante e que sempre foi um bom parceiro comercial brasileiro. Ele afirmou ainda que o Maranhão é um estado com grande potencialidade econômica e que todas os investimentos são bem vindos.

Durante a reunião, Weverton e o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, também pediram aos chineses que mantenham um canal de facilitação para a venda dos insumos necessários à fabricação própria de vacinas no Brasil.

“Estamos vivendo um momento muito difícil e precisamos de mais vacinas para proteger nossa população”, afirmou o senador.

Projeto de Zé Inácio prioriza trabalhadores da Educação na vacinação da COVID-19

O deputado estadual Zé Inácio (PT) apresentou um Projeto de Lei que tem por objetivo garantir maior segurança aos profissionais da Educação antes do retorno das aulas presenciais.

Com a garantia da vacinação de todos os trabalhadores da área, o que inclui a equipe de gestores, técnicos, zeladores e, principalmente, os professores, o PL garante o retorno seguro das atividades presenciais nas unidades de educação.

Para o parlamentar, dessa forma se terá um ambiente escolar seguro e livre do coronavírus.

Por Sílvia Tereza

Presidente da Famem discute com MPMA e DPE sobre vacinação contra a Covid-19 no Maranhão

27-02-2021 Sábado

O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Erlanio Xavier, se reuniu na manhã desta sexta-feira, 26, com o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau e o defensor-geral do Estado, Alberto Bastos, para discutir a demora da vacinação no estado do Maranhão.

Também participaram do encontro o prefeito de Presidente Dutra, Raimundo Alves Carvalho, o presidente da Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do Estado do Maranhão (Aspa/MA), Marcelo Freitas, e o diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais do MPMA, José Márcio Maia Alves.

Durante o encontro, o presidente da Famem observou que alguns municípios, embora estejam vacinando os grupos prioritários, não estão alimentando os sistemas, o que tem sido tema de orientações por parte da Federação. No entanto, Erlanio Xavier também destacou a importância de maior agilidade no processo de vacinação, em especial devido ao agravamento da pandemia.

“Nós estamos chegando ao limite de ocupação de leitos, então a Famem está em diálogo com o Ministério Público e o Estado e vamos tomar atitudes mais severas para reduzir o avanço do vírus que está avançando rapidamente”, alertou o prefeito de Igarapé Grande. No município, um novo decreto suspendeu aulas particulares por 15 dias e reduziu a quantidade de pessoas permitidas em restaurantes e bares, entre outras medidas.

Eduardo Nicolau demonstrou a sua preocupação com os baixos índices de vacinação, em especial no interior do estado, bem como com a elevação nos índices de ocupação de leitos hospitalares em vários municípios. “Precisamos ter foco na garantia da vida e da saúde do nosso povo. Por isso estamos reunindo diversas instituições para discutir a realidade que estamos enfrentando e apontar caminhos para vencer esse momento difícil”, afirmou.

Marcelo Freitas afirmou que o avanço do novo coronavírus tem atingido mais crianças, estando dez delas internadas em UTIs em todo o estado. Para o presidente da Aspa/MA, medidas mais rígidas podem levar à suspensão de aulas. “Entendemos que muitos pais precisam que seus filhos estejam nas escolas enquanto trabalham, mas precisamos contar com a sensibilidade de todos”, ressaltou.