Arquivo mensal: janeiro 2021

Covid ceifou 11 milhões de empregos no Brasil, por Altamiro Borges

31-01-2021 Domingo

Estudo divulgado segunda-feira (25) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostra que a pandemia da Covid-19 no Brasil teve impacto negativo sobre o emprego quase 2 vezes superior à média mundial

Por Altamiro Borges

Como explica Jamil Chade em artigo publicado na Folha, “esse número inclui as pessoas que foram demitidas, as pessoas que abandonaram o mercado de trabalho e aquelas que tiveram suas horas de trabalho reduzidas. Os dados brasileiros revelam um tombo bem maior que a média global”. Em termos de horas trabalhadas, a perda foi de 15%.

No mundo, a OIT estima que 8,8% das horas de trabalho foram perdidas no ano passado, o que seria o equivalente a 255 milhões de empregos em tempo integral. O tombo é 4 vezes maior do que aquele sofrido pelos trabalhadores durante a depressão global de 2009. “Trata-se da maior crise no mercado de trabalho desde os anos 30”, afirma Guy Ryder, diretor-geral da OIT.

Perdas em horas trabalhadas

A estimativa do órgão é de que 33 milhões de pessoas no mundo foram afetadas pela perda completa de emprego, elevando o desemprego global para 220 milhões de pessoas. Mas a OIT avalia que registrar apenas a taxa formal de desemprego subestima o impacto da Covid-19 no mundo de trabalho. Essa oculta, por exemplo, 81 milhões que desistiram de procurar emprego.

Daí a gravidade do caso brasileiro. No Canadá e nos EUA, com quedas em horas trabalhadas foi de 9,2% e 9,3%, respectivamente. Na Europa, o declínio estimado foi de 9,2% no horário de trabalho. Já na Ásia, a queda média em horas de trabalho foi de 7,9%. Os 2 maiores países da região, China e Índia, registraram perdas médias anuais estimadas de 4,1% e 13,7%, respectivamente.

A perda de renda do trabalhador no Brasil também foi superior à média global. De acordo com a OIT, o declínio foi de 21% no rendimento no segundo trimestre de 2020. No Reino Unido, a queda foi de 3%; na Itália, de 4%. No mundo, a perda média foi de 8,3% na renda global do trabalho, o equivalente a US$ 3,7 trilhões ou 4,4% do PIB (Produto Interno Bruto) global.

Queda de renda entre as mulheres e os jovens

Quem mais perdeu foram os trabalhadores de baixa e média qualificação. No Brasil, a queda na renda desse segmento foi de 28%, contra redução de 17,9% entre os trabalhadores mais qualificados. As mulheres foram as que sofreram maiores quedas. A taxa de perda para as brasileiras foi de 22%, contra 20% para os homens. Já os jovens viram sua renda desabar em 30%.

“Se o discurso do governo de Jair Bolsonaro era de que precisava manter o foco na garantia da renda do trabalhador durante a crise sanitária, a realidade é que o país não teve êxito nem em controlar o vírus e nem em proteger a situação econômica das famílias”, atesta o jornalista Jamil Chade, um crítico ácido da postura genocida e incompetente do laranjal bolsonariano.

Em termos de futuro, o estudo não é nada animador. De acordo com a OIT, existem sinais no cenário global de recuperação no mercado de trabalho em 2021. Mas essa retomada não virá nem para todos e nem para todas as regiões. “A entidade teme que, ao final da pandemia, países como o Brasil se encontrem com taxas de desigualdade ainda maiores”.

Portal Vermelho

Governo do Maranhão realiza mais de cinco milhões de atendimentos no Hospital Regional de Caxias

31-01-2021 Domingo

O Hospital Regional Dr. Everaldo Ferreira Aragão, em Caxias, completou, nesta semana, cinco anos de funcionamento com a marca de mais de 5 milhões de atendimentos. A unidade, que faz parte da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES),  reforça a assistência em Alta Complexidade na região dos Cocais e é referência em neurocirurgia e oncologia. O hospital é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH). 

“Inauguramos esse hospital com serviços de UTI, Clínica Médica e Ortopedia. De acordo com a necessidade da região, a unidade foi crescendo, o Governo do Estado foi investindo e hoje temos até serviço de Oncologia. Antes, 100% dos pacientes iam do estado do Piauí. Hoje, toda essa parte de cirurgias, exames, consultas e quimioterapias é realizada aqui. Fora o nosso serviço de neurocirurgia que também é referência, e que mesmo na pandemia não deixou de funcionar. Por isso, essa unidade é de suma importância para região”, apontou o diretor geral do hospital, Jefferson Franklin Almada Coutinho. 

De acordo com dados da unidade, em cinco anos foram 5.006.785 atendimentos, entre consultas e procedimentos. Em enfermagem, no ano de 2016, os procedimentos eram em torno de 672.800 e no ano de 2020 chegaram a 2.807.410. Os exames de apoio diagnóstico também aumentaram consideravelmente. De 67.624 exames, em 2016, para 629.471 em 2020. Os registros de consultas ambulatoriais triplicaram em cinco anos, passando de 2.940 para 36.364 consultas. 

No ano que foi inaugurado, o hospital realizou 4.107 cirurgias eletivas, chegando a 17.488 no ano passado. E com a chegada do serviço de oncologia os atendimentos subiram de 7.738 para 42.571 registros no ano. Entre as especialidades oferecidas pela unidade estadual estão Clínica Médica, Neurocirurgia, Ortopedia e Traumatologia, Urologia, Mastologista e Ginecologia, Cirurgia Plástica Reparadora, Endocrinologia, entre outros. O hospital conta ainda com serviço de Patologia e Biópsia de Congelação, laboratório de análise clínicas e tomografia. 

Ao longo de cinco anos de atuação, o hospital recebeu pacientes de mais de 90 municípios, porém as cidades que mais demandaram atendimento foram as mais próximas de Caxias, como São João do Sóter, Aldeias Altas, Coelho Neto, Timon, Matões, Parnarama e Codó. 

Layne Brasil Barros Oliveira, de 25 anos, sabe bem a importância de um bom atendimento. A moça, que é do município de Codó, sofreu um acidente de moto há 3 meses e teve fraturas do lado esquerdo do corpo, englobando face, mãos, cotovelo, fêmur e tíbia. Ela buscou o hospital em Caxias para uma consulta e terminou o tratamento na unidade. 

“Meu caso nunca foi fácil, eram fraturas delicadas. Mas desde o primeiro momento que eu vim pra cá, eu tive qualidade no meu tratamento, tive acesso ao melhor e pude até fazer fisioterapia. Eu só tenho a agradecer a todos os profissionais pela dedicação e alegria nos meus momentos de dor, pelo tratamento devido”, comemorou Layne. 

Localizado no município maranhense de Caxias, o hospital foi inaugurado no ano de 2016 pelo Governo do Estado e possui 120 leitos.

Bolsonaro gasta bilhões dos cofres para eleger aliados no Congresso Nacional

31-01-2021 Domingo

O presidente da extrema direita apoia Arthur Lira (PP-AL) para presidir a Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o Senado

Com a popularidade cada vez mais em baixa e no desespero para blindar a si mesmo e seu governo dos crimes de responsabilidade, Bolsonaro está arrombando os cofres públicos e torrando bilhões na tentativa de anexar a Câmara e o Senado, nas eleições das mesas das Casas, que acontecerão nesta segunda-feira (1º de fevereiro).

Bolsonaro apoia Arthur Lira (PP-AL) para presidir a Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o Senado.

O Estadão revelou uma planilha de controle de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, que beneficiou 250 deputados e 35 senadores com R$ 3 bilhões de dinheiro extra, além dos recursos que eles já têm direito a direcionar por meio de emendas.

O dinheiro que deveria ser direcionado para a compra de vacinas, equipamentos e insumos para combater a pandemia está sendo dilapidado para o interesse sórdido de Bolsonaro de submeter o parlamento.

Bolsonaro também alega que o país está quebrado e não tem dinheiro para prorrogar, por poucos meses, o auxílio emergencial e ajudar – durante a pandemia – trabalhadores desempregados e desamparados. Segundo projeção da FGV Social, quase 27 milhões de pessoas estão na extrema pobreza, neste mês de janeiro, com o fim do auxílio emergencial. 

No entanto, está sobrando recursos para a esbórnia bolsonarista, para avacalhar o Congresso e tentar transformá-lo num apêndice do Planalto.

Segundo o jornal, outras fontes apontam que o total de recursos liberados é de cerca de R$ 16,5 bilhões.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou que o governo liberou para este triste fim R$ 20 bilhões.

“Pela conta que eu fiz, e pelo orçamento que nós teremos para 2021, pelo que eu já vi que o governo está prometendo junto com o seu candidato, vai dar pelo menos uns R$ 20 bilhões de emendas extraorçamentárias. Eu quero saber em que orçamento para o ano de 2021, com todo o problema do teto de gastos, (terá espaço). (Como) eles poderão cumprir, se vitoriosos, essa promessa?”, questionou Maia.

“Acho que, a cada dia que passa, as pessoas vão vendo que vão acabar sendo enganadas nesse toma lá, dá cá. Agora, desde o início de janeiro, abriram o cadastro em três ministérios. Dois, é natural: Turismo e Agricultura. Mas MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional)? Nunca abriu cadastro em janeiro. Então, está se abrindo o cadastro para se gerar uma expectativa que, do meu ponto de vista, que conheço o orçamento público, das projeções para este orçamento, vai ser muito difícil de cumprir”, prosseguiu Rodrigo Maia.

“Há diferença. Uma coisa é a formação de uma base que, com ela, você governa com os partidos que fazem parte dessa base. A outra coisa é você ser minoria na Câmara e, no processo eleitoral, tentar construir uma maioria baseado na troca de cargos e emendas. São coisas diferentes”, comentou Maia.

O gabinete do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, é a toca das negociatas das candidaturas que Bolsonaro apoia.

Ainda conforme a reportagem, o candidato governista à presidência da Câmara, deputado Arthur Lira, orienta os deputados a ir ao gabinete do ministro Luiz Ramos e acompanha todas as etapas do processo, negociando conforme seus interesses e envolvendo seus apadrinhados, que já estão em vários postos importantes do Ministério de Desenvolvimento Regional, pasta de onde sai o dinheiro.

Parlamentares dizem que, a portas fechadas, o ministro Ramos sonda a disposição do deputado de votar em Arthur Lira em troca de verbas; se o deputado indica que votará em Lira, seu nome é incluído imediatamente na planilha.

Como em vários momentos em que governos sem escrúpulos e corruptos lançaram mão do asqueroso toma lá, dá cá para sobreviver, a ação de Bolsonaro está fadada ao fracasso e será um tiro no pé.

Fonte: Hora do Povo

Brasil já tem quase 27 milhões de miseráveis após fim do auxílio emergencial

31-01-2021 Domingo

Os dados são preocupantes. Pelo levantamento, o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza é maior que a população da Austrália

Segundo projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV), já são quase 27 milhões de brasileiros que vivem na miséria após o fim do pagamento do auxílio emergencial. Com base nos dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (Pnads), neste janeiro, 12,8% da população passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês (R$ 8,20 ao dia).

“Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, 2021 começou com um salto na taxa de pobreza extrema no Brasil. O país tem hoje mais pessoas na miséria do que antes da pandemia e em relação ao começo da década passada, em 2011”, diz reportagem de Fernando Canzian no jornal Folha de S.Paulo deste domingo (31).

Os dados são preocupantes. Pelo levantamento, o número de brasileiros vivendo na extrema pobreza é maior que a população da Austrália.

“Trata-se de um aumento significativo na comparação com o segundo semestre de 2020, quando o pagamento do auxílio emergencial a cerca de 55 milhões de brasileiros chegou a derrubar a pobreza extrema, em agosto, para 4,5% (9,4 milhões de pessoas) —o menor nível da série histórica”, revela a reportagem.

Segundo o estudo, a taxa neste começo de década é maior que a do início da anterior (12,4%) e que a de 2019 (11%). “O efeito negativo da pandemia sobre a renda dos mais pobres já tenderia a ser prolongado levando-se em conta a recuperação difícil que o Brasil tem à frente (quase sem espaço no Orçamento público para novas rodadas de auxílio emergencial), o aumento das mortes pela Covid-19 e o atraso no planejamento da vacinação”.

Com informações do jornal Folha de S.Paulo

Governo do Maranhão agiliza obras do novo Socorrão de Imperatriz

31-01-2021 Domingo

Os serviços de construção do novo Socorrão de Imperatriz estão a todo vapor. Agora, as obras executadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Infraestrutura (Sinfra), estão na fase da terraplanagem e construção do canteiro de obras. O secretário da Sinfra, Clayton Noleto, esteve no local para acompanhar o andamento dos serviços nessa sexta-feira (29).

Noleto informou que o valor do investimento é de aproximadamente 70 milhões. “Esse é mais um equipamento público que compõe a maior rede de saúde da história do Maranhão, viabilizada pela gestão Flávio Dino. São, aproximadamente, 70 milhões para que uma necessidade histórica da Região Tocantina seja atendida. Vamos ter um hospital moderno, que vai prestar um atendimento com resolutividade”.

O hospital fica localizado ao lado do Macrorregional Drª Ruth Noleto, formando um complexo de saúde. Serão 17 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 62 mil metros quadrados, o que possibilita uma futura expansão, caso haja necessidade. A unidade vai dispor de uma estrutura moderna composta por 131 leitos, sendo 120 de enfermaria e 11 de UTI, que vai proporcionar um atendimento digno de urgência e emergência para a população da cidade.

Além disso, a unidade vai contar com 24 salas de observação, duas de medicação e de coletas – sendo metade para atendimento de crianças e a outra metade para adultos, sala de sutura, de imobilização, sete de cirurgia, duas de raio x, uma de tomografia, colaborando para desafogar o atendimento do Hospital Municipal de Imperatriz.

Governo do Maranhão avança com obras de ampliação no Hospital Aquiles Lisboa e Policlínica de Açailândia

31-01-2021 Domingo

O Governo do Estado segue avançando na ampliação da rede de assistência à saúde da população maranhense e no combate à pandemia no estado. Em fase de finalização, estão as obras do Hospital Aquiles Lisboa, que receberá 50 novos leitos, e da Policlínica de Açailândia, que oferecerá assistência especializada em urologia, dermatologia, cardiologia, pediatria, ultrassonografia, entre outras, para o município e região. 

“Seguimos fortalecendo a estrutura da rede estadual para melhor atender os usuários dos serviços públicos de saúde. Estamos enfrentando uma pandemia, e muitos dos investimentos do poder público estadual estão voltados para que vidas sejam salvas. Esses novos leitos e nova unidade, além de fortalecerem esse combate, ficarão como legado para a Saúde do Maranhão”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. 

Referência para tratamento de pacientes diagnosticados com hanseníase, as obras no Hospital Aquiles Lisboa já estão com toda a rede de gases finalizada, assim como a área onde ficarão as caixas d’água, também já foram concluídas pintura, fiação elétrica, instalação das macas, placas de identificação dos setores e refrigeração. Ainda serão instalados os cilindros de oxigênio, finalização do abrigo do gerador e a sua instalação. 

Na Policlínica de Açailândia, o ritmo também segue acelerado. Já foram concluídos os serviços de pintura, instalação das placas de identificação e montagem das portas. Todos os demais aspectos estruturais como parte elétrica, gás, parte hidráulica e mobília estão finalizados. 

Assim que iniciar os serviços, o espaço irá ofertar especialidades como mastologia com biópsia, urologia com anátomo (diagnóstico via exame macroscópico), dermatologia, otorrinolaringologia, cardiologia e oftalmologia com exames de rotina. Além destes, a unidade vai garantir suporte em proctologia, nefrologia para doentes renais crônicos em estágio 4 e 5, bem como obstetrícia (pré-natal de alto risco) e pediatria (alto risco). 

No quesito apoio ao diagnóstico, a unidade de atendimento ambulatorial disponibilizará ainda exames de radiologia, eletrocardiograma, ecocardiograma, holter, M.A.P.A, incluindo endoscopia, análise clínica, ultrassonografia e mamografia.

Em todo o estado, nove policlínicas já foram entregues. Só na capital, são cinco: Diamante, Vinhais, Vila Luizão, Cidade Operária e Cohatrac. Também contam com policlínicas os municípios de Santa Inês, Presidente Dutra, Matões do Norte e Lago dos Rodrigues.

Manifestações pelo Brasil e pelo mundo pedem impeachment de Bolsonaro

31-01-2021 Domingo

Estão sendo realizadas também manifestações simultâneas em mais de 20 país pelo movimento “Stop Bolsonaro Mundial”. Os protestos foram organizados por meio da hashtag #STOPBOLSONARO

Manifestações tomaram as ruas do país e do mundo neste domingo (31) em atos a favor do impeachment de Bolsonaro. Em Brasília, uma megacarreata, convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ocupou as ruas da capital. Na Esplanada dos Ministérios houve performance para lembrar os mais de 225 mil brasileiros mortos pela Covid-19. Em todas as capitais o movimento é grande

Estão sendo realizadas também manifestações simultâneas em mais de 20 país pelo movimento “Stop Bolsonaro Mundial”. Os protestos foram organizados por meio da hashtag #STOPBOLSONARO.

Flávio Dino diz que confronto é fundamental para identidade de Bolsonaro

31-01-2021 Domingo

O El País entrevistou o governador do Maranhão e diz que ele possui peso político superior ao de seu estado, surgindo como uma das vozes alternativas da esquerda brasileira

Por Naiara Galarraga Gortázar

O governador do Maranhão, Flávio Dino (São Luís, 52 anos), tem uma presença no debate nacional brasileiro muito acima do que o peso real desse pequeno estado litorâneo muito desigual e subdesenvolvido. Juiz e deputado antes de romper a hegemonia da oligarquia local há seis anos, ele combina sua filiação ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) a um esquerdismo pragmático e à fé católica. Dino recebeu este jornal no imponente palácio do governador, em sua cidade natal, momentos após a posse de Joe Biden nos Estados Unidos. Ele falou do Bolsonaro, da pandemia, da Amazônia … Ele só tira a máscara para posar um pouco para fotos.

Como um governador comunista coexiste com um presidente de extrema direita?

É uma relação difícil porque as diferenças ideológicas são compostas por uma singularidade do Bolsonaro. Prioriza o confronto, é fundamental na sua identidade política até para esconder a sua incompetência. A convivência é muito difícil com todos. É o período da nossa história em que há maior distância entre o governo federal e os governos estaduais. Claro, toda regra tem sua exceção.

O senhor afirma que “o fim do governo Trump é (…) um anúncio do amanhecer que o Brasil terá”. Você acha que isso influencia tanto as chances de reeleição do Bolsonaro?

Expande o isolamento de Bolsonaro. E agora ele está totalmente sem suporte em um mundo interdependente. Um governo isolado tem muitas dificuldades em encontrar soluções para problemas que transcendem fronteiras, como o meio ambiente ou a pandemia. Quando você vai com um governo que se orgulha do isolamento, fica difícil conseguir vacinas, como vemos agora.

O fim do pagamento do auxílio emergencial é outro problema sério. Agora toda a pressão vai recair sobre estados e municípios. Como você vai lidar com isso?

É um problema muito profundo. Tem uma dimensão para as famílias beneficiárias, mas os efeitos sociais negativos vão além disso. Eles serão excluídos do mercado de consumo e isso tem um impacto na criação de empregos. É um erro monumental acabar com a ajuda de emergência. Se ele foi criado para mitigar os efeitos da pandemia e ainda está vivo como está, não há razão para extingui-lo. Acredito que a responsabilidade fiscal não pode ser separada da responsabilidade social. O certo é prorrogar até meados deste ano, quando acho que veremos os efeitos da vacinação. Não tenho Banco Central, não emito moeda, nem posso contrair dívidas, procuro adotar medidas de contenção de danos como auxílio a quem coleta resíduos sólidos.

Como presidente do consórcio de governadores da Amazônia legal, o senhor teme que Biden pressione comercialmente o Brasil para mudar sua política ambiental ?

É um risco. Temos uma preocupação global justa, mas também concorrentes (agrícolas) que queiram aproveitar e um país sem alianças. E isso compõe um cenário muito frágil. No plano internacional, mais importante do que punir o Brasil é fortalecer os esforços de quem quer proteger a Amazônia, por exemplo, o consórcio de governadores da Amazônia, que tem uma postura diferente da do governo federal. Todos concordam que a ideia de que não existe lei ou controle na Amazônia é negativa para o Brasil. Os grandes produtores mato-grossenses sabem que o risco de sanções internacionais é grave. Biden falou de um fundo de 20 bilhões de dólares. Acredito que seja possível construir uma grande aliança envolvendo até setores do governo federal. Os Estados Unidos e empresas internacionais poderiam ajudar a viabilizar um fundo de pagamento por serviços ambientais porque isso protege o meio ambiente. Porque a população que mora na Amazônia tem que encontrar uma forma de se sustentar economicamente, e os serviços ambientais estão. Isso possibilitará práticas alternativas que permitam às pessoas viver sem devastar a selva.

Será possível forjar uma ampla frente de oposição contra o Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2022?

Acho que em um primeiro turno teremos dois ou mais candidatos, à esquerda e à centro direita. É interessante a ampla frente que se criou para a presidência da Câmara dos Deputados em torno da Baleia (Rossi), que é de centro-direita, mas que praticamente toda a esquerda apoia. Isso indica que estamos em um momento diferente. Há dois anos, apenas nós de esquerda apoiamos Rodrigo Maia. E fomos muito criticados. A história mostra que tínhamos razão porque Maia foi muito importante na contenção do golpe de Bolsonaro e das intenções ditatoriais. Portanto, mesmo que você não tenha uma ampla junção no primeiro turno, no segundo é possível. É uma mudança qualitativa importante para todos porque o Brasil, a Amazônia, não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro.

O que é um comunista em você?

É claro que o conceito não é o mesmo do XIX. Costumo dizer no PCdoB que o símbolo da foice e do martelo não expressa mais o mundo do trabalho. A chave é como você lida com a desigualdade. Acredito que a desigualdade deve ser compensada, mas sem praticar aquele igualitarismo padronizado que é uma contra utopia. Eu me considero de esquerda porque sou um militante contra as injustiças sociais. Acredito que o papel do Estado e das políticas públicas seja insubstituível para corrigir a tendência do mercado de concentração de riquezas nas mãos de poucos. Não está eliminando o mercado. E essa é outra distinção importante em nosso pensamento a respeito da esquerda clássica.

Fonte: El País

Em Brasília, manifestação pede impeachment já de Bolsonaro

31-01-2021 Domingo

“Tá aí, é o resultado da gestão de Bolsonaro, 224 mil mortos já no Brasil, mais de 10 milhões de infectados”, denunciou a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). “É o mundo todo observando que ninguém aguenta mais um presidente genocida, um presidente que não tem a preocupação com a vida das pessoas”, afirma Enio Verri (PT-PR), líder do Partido na Câmara dos Deputados. E hora de “tirar quem é o epicentro da crise, que é Jair Bolsonaro”, advertiu Gleisi

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara se uniram neste domingo (31), em Brasília, a centenas de pessoas que participaram de atos cênicos performáticos e de carreata na manifestação do 4º Stop Bolsonaro Mundial, que aconteceu em todos o Brasil e em mais de 20 países. Os parlamentares do PT, em sintonia com os manifestantes, pediram o impeachment do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e defenderam a vida, a vacinação em massa contra a Covid-19, a volta do auxílio emergencial e a implementação de uma política econômica geradora de empregos.

Em Brasília, a grande carreata tomou conta do Eixo Monumental e desceu até a Esplanada dos Ministérios, onde aconteciam os atos performáticos com artistas do Distrito Federal denunciando o sufocamento que Bolsonaro está provocando no País, com uma política genocida que já provocou mais de 220 mil mortes por Covid-19 e uma profunda crise na saúde pública. Outras artistas denunciaram os gastos exorbitantes de recursos públicos na compra de produtos supérfluos como leite condensado, que custou R$15 milhões aos cofres públicos.

CONFIRA AS IMAGENS DA CARREATA

Bolsonaro é a crise

Para a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), os crimes cometidos por Bolsonaro estão comprovados. “Tá aí, é o resultado da gestão de Bolsonaro, 224 mil mortos já no Brasil, mais de 10 milhões de infectados. O governo não age de forma coordenada, o governo não tem a vontade de enfrentar e salvar vidas, aliás tudo o que fez foi exatamente para que as pessoas se entregassem ao vírus, e agora nós estamos nesse caos”, denunciou. Ela ainda destacou que para o Brasil melhorar e superar a crise aguda, só há um caminho: “Tirar quem é o epicentro da crise, que é Jair Bolsonaro”.

O líder da Bancada do PT na Câmaradeputado Enio Verri (PR), disse que o efeito do ato simbólico que está acontecendo no Brasil e no mundo é muito maior do que se imagina. “É o mundo todo observando que ninguém aguenta mais um presidente genocida, um presidente que não tem a preocupação com a vida das pessoas”.

Impeachment já

Verri também falou sobre os 62 pedidos de impeachment protocolados na Câmara Federal. “Já são 62 pedidos de impeachment depositados na Câmara. Temos que mobilizar todo Brasil e exigir que seja votado um dos pedidos imediatamente. Só há um grito no Brasil hoje: Impeachment já”.

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), assegurou que as condições políticas estão melhorando para que o impeachment de Bolsonaro aconteça. “As condições políticas estão melhorando, todo mundo está dizendo que esse governo genocida não tem jeito. Nós precisamos estar juntos na mobilização como vocês estão vendo aqui com esses cartazes. A carreta é muito maior do que a da semana passada”, observou Guimarães .

Ele informou que em todas as regiões do País “Fora, Bolsonaro!” toma corpo na pressão sobre o Congresso, porque é ali que deve ser aberto do o processo de impeachment. “Por isso que estamos aqui. Fora Bolsonaro e fora todo esse governo genocida que está pactuando com as mortes em Manaus e não tem sequer cuidado com o povo brasileiro para arrumar a vacina. Impeachment Já”, disse Guimarães.

Governo assassino

O líder da Oposição no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), questionou o que o povo brasileiro pode esperar do governo Bolsonaro, além do desemprego, de miséria e das mortes por falta de um plano mínimo de vacinação, de atendimento e de prevenção à Covid-19.

“Nós já temos mais 220 mil mortes no Brasil e isso vai continuar, porque para Bolsonaro pouco importa que morram as pessoas, pouco importa que famílias fiquem sem seus entes queridos, pouco importa o desemprego. Para ele e Paulo Guedes, nada disso importa. E eles cometem um após outro crime de responsabilidade”.

Zarattini disse ainda que não são só os partidos de esquerda que pedem a saída de Bolsonaro, mas também os religiosos, ex-procuradores da República e juristas. “É dessa forma que nós estamos vendo o Brasil se unir contra Bolsonaro e é por isso que essa mobilização vai engrossar, vai crescer. O Brasil vai se unir de Norte a Sul numa só palavra: Fora, Bolsonaro! Essa é a nossa luta”.

Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou: “Estamos aqui para dizer que a gente resiste. Que a gente vai tirar Jair Bolsonaro, vai tirar a mentira, vai tirar o ódio, vai tirar a morte do Palácio do Planalto”.

Luta democrática

“Fora, Bolsonaro!”, exclamou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) . “O movimento está crescendo em todo mundo, vamos fortalecer, cada vez mais, essa luta. Agora está sendo criado um clima na sociedade e as condições para que a gente possa, cada vez mais, colocar essa pauta com força”, afirmou.

Para o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) é fundamental que o país ocupe as redes e que o Parlamento brasileiro construa as condições do impeachment. “Eu sou defensor do impeachment. É fundamental que o País possa colocar esse homem para fora da Presidência, porque significa a perda de milhares de vidas e também um prejuízo enorme para toda a economia”.

Reginaldo Lopes acursou Bolsonaro de ser “um irresponsável”, pois deixou o País sem funcionar. “São um monte de fanáticos, loucos, racistas, fascistas, preconceituosos. Então chegou a hora, estamos juntos nessa grande manifestação e organizando a luta para colocar Bolsonaro para fora da Presidência da República”.

PT na Câmara

Câmara Municipal de São Luís retorna às atividades legislativas nesta terça-feira, 2

31-01-2021 Domingo

As atividades legislativas na Câmara Municipal de São Luís serão retomadas nesta terça-feira, dia 2. Uma sessão solene que será realizada às 9h, marcará o início dos trabalhos do Legislativo Municipal, no Plenário Simão Estácio da Silveira, na capital maranhense.

Em virtude da pandemia causada pelo novo coronavírus, a sessão desta terça-feira terá restrições. Ela será realizada de forma híbrida, ou seja, parte dos vereadores estarão no plenário, enquanto o restante fará parte do momento solene por meio de videoconferência. Além disso, no plenário, será obrigatório o uso de máscaras e respeitado o distanciamento social, conforme as recomendações das autoridades médicas e sanitárias.

Renovação – A Câmara Municipal de São Luís teve uma renovação parlamentar de 48% após as eleições do ano passado. Nessa perspectiva, são grandes as expectativas para a retomada das atividades nesta nova legislatura que está se iniciando. Além disso, pela primeira vez na história da Casa, haverá um mandato coletivo formado por seis co-vereadores.

A sessão desta terça-feira também marcará o início dos trabalhos da nova Mesa Diretora da Casa, eleita no dia 1º de janeiro deste ano. A mesa é composta pelos seguintes parlamentares: vereador Osmar Filho (PDT), como presidente; vereador Dr. Gutemberg Araújo (PSC), como 1º vice-presidente; vereador Paulo Victor (PCdoB), como 2º vice-presidente; vereador Thyago Freitas (DC), como 3º vice-presidente; vereador Octávio Soeiro (Podemos), como 1º secretário; vereador Aldir Júnior (PL), como 2º secretário; vereador Ribeiro Neto (PMN), como 3º secretário; vereadora Karla Sarney (PSD), como 4º secretária; e vereadora Rosana da Saúde (Republicanos), como a 5º secretária.

O presidente da Casa, vereador Osmar Filho, abrirá a sessão solene com um pronunciamento aos parlamentares e demais presentes. O evento poderá ser acompanhado ao vivo pelo site da Câmara (www.camara.slz.br) e também por meio do seu canal no YouTube.

Foram convidados para o momento solene, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos); o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Othelino Neto (PCdoB); o procurador-geral de justiça do Maranhão, Eduardo Jorge Hiluy Nicolau; o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), desembargador Lourival Serejo; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), desembargador Tyrone José Silva; e o presidente da OAB Maranhão, Thiago Diaz.

As sessões deliberativas da Câmara Municipal continuarão sendo realizadas de forma híbrida, em virtude da pandemia do novo coronavírus. Os setores administrativos continuam operando com quantidade reduzida de servidores, em escala de rodízio.