31-07-2020 Sexta-feira
A bancada do PSOL na Câmara enviou um extenso e detalhado requerimento de informações ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública, chefiado por André Mendonça, para cobrar informações sobre o dossiê realizado pela pasta com informações pessoais de pelo menos 579 agentes de segurança pública e outros quatro professores universitários que são caracterizados como opositores do governo de Jair Bolsonaro e que poderiam integrar o movimento dos Policiais Antifascismo.
A peça protocolada pelo PSOL nesta semana tem 13 páginas de solicitações de informação. “É com extrema preocupação que recebemos a informação de que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública vem conduzindo uma ação sigilosa que mira justamente esse movimento de trabalhadores e trabalhadoras da segurança pública que defendem uma política de segurança democrática e pautada na garantia dos direitos humanos. É grave que o governo utilize o Ministério da Justiça como polícia política para perseguir seus opositores”, diz o requerimento.
O ministério terá 30 dias para responder oficialmente os pedidos de informação, sob pena de cometer o crime de improbidade administrativa.
O dossiê foi elaborado por uma unidade pouco conhecida do ministério, a Seopi (Secretaria de Operações Integradas) e distribuído a diversos órgãos da Esplanada dos Ministérios. Lista todos os subscritores de dois manifestos divulgados pelos policiais em 2016 e 2020.
“Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro tenta interferir nas instituições para perseguir oponentes políticos e aliviar investigações contra familiares e investigados. É importante relembrar que segundo o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente da República tentou ‘colher’ informações dentro da Polícia Federal, como relatórios de inteligência. Sergio Moro afirmou ter dito ao presidente Jair Bolsonaro que tais movimentações em instituições seriam consideradas interferências políticas nas corporações. Ele afirmou que o presidente admitiu isso: ‘Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo’, revelou”, descreveu o requerimento do PSOL.
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