Arquivo mensal: março 2020

Senador Weverton: “O momento é de priorizar vidas, a economia a gente organiza depois”

29-03-2020 Domingo

Ao declarar que a contaminação pelo coronavírus havia se tornado uma pandemia, o presidente da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, afirmou que a crise gerada por esse novo vírus definirá nossa geração. Menos de um mês depois, com um terço da população do planeta confinada para barrar uma propagação ainda mais devastadora, não resta dúvida que ele estava certo. Nosso desafio agora é sermos definidos como aqueles que enfrentaram a crise com disciplina, serenidade e, sobretudo, com humanidade, evitando todas as perdas que puderem ser evitadas.

O caminho para isso, todos nós já ouvimos dos médicos e cientistas: o isolamento social. Não é fácil, principalmente para nós, latinos, acostumados a gestos afetivos e convivência social intensa, imersos numa crise econômica, que já ameaçava empregos e obrigava muitos à informalidade para garantir o sustento.

 Mas a cada geração é pedido um sacrifício. À nossa, é solicitado que fiquemos em casa o máximo possível, deixemos de abraçar nossos pais e avós e aceitemos as orientações dos médicos e dos governantes que mostram estar preocupados com as nossas vidas, mais que com a economia e o lucro.

Este é um momento de priorizar a vida. As finanças a gente organiza depois.

O Congresso Nacional aprovou um decreto de calamidade pública, do qual fui relator no Senado, que autoriza o governo federal a gastar o que for necessário com a saúde e o socorro financeiro. O governo tem todas as condições para priorizar a única coisa que importa neste momento: manter as pessoas salvas.

As ações, para as quais o dinheiro foi autorizado, estão vindo muito lenta e timidamente. Mas estamos lutando para que venham. Nesta segunda-feira, votaremos no Senado a medida provisória, já aprovada na Câmara dos Deputados, que garante um auxílio de R$ 600 para pessoas que atuam na informalidade e micro empreendedores individuais. É pouco? Sim, mas conseguimos ampliar o valor proposto pelo governo, que era de R$ 200, numa construção que reuniu parlamentares de todas as correntes políticas.

Temos uma lista de projetos de lei que priorizam ações de combate ao coronavírus na saúde e ajudam a economia. Vamos votá-los com urgência.

Estou em Brasília direto, há duas semanas. Decidi ficar aqui e ir presencialmente ao Senado, com apenas dois assessores mais jovens. Minha equipe continua trabalhando normalmente, mas de casa. Vou ao gabinete porque considero essencial o trabalho de aprovar as leis, com a maior rapidez possível, para que todos possam ter condições de superar esta terrível pandemia, sem ter que escolher entre o sustento e a vida.

Como disse o nosso inspirador Papa Francisco, estamos todos juntos nesse barco. Se nos mantivermos juntos, embora fisicamente apartados, venceremos a pandemia. Rezemos, cuidemos uns dos outros, e fiquemos o máximo possível em casa, mesmo longe de tantos que amamos. Quanto mais nos distanciarmos agora, mais cedo nos abraçaremos de novo e comemoraremos o fim dessa tormenta.

Weverton, senador e líder do PDT no Senado

Coronavírus: Quase 50% dos casos graves no Brasil estão abaixo dos 60

29-03-2020 Domingo

No momento em que o país registrava 59 óbitos, seis vítimas tinham menos de 60 anos — cerca de 10% do total. Dos 391 casos graves, 188 (ou 48%) eram de jovens e adultos.

A campanha do governo federal chama de “raros” os casos fatais do novo coronavírus. Segundo o último levantamento por faixas etárias da população, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, mortes de menores de 60 anos representam 10% do total no Brasil. Entretanto, quando se trata de casos graves, jovens e adultos representam quase a metade.

De acordo com essa análise oficial por faixas etárias, no momento em que o país registrava 59 óbitos, seis vítimas tinham menos de 60 anos — cerca de 10% do total. Dos 391 casos graves, 188 (ou 48%) eram de jovens e adultos. Na sexta-feira (27), o número de óbitos subiu para 92 (2,7% do total de 3.417 casos), mas a pasta do governo não divulgou a divisão por faixas etárias.

“Não é nada raro. Essa coisa de que jovem não vai ter problema [com o vírus] é uma ilusão, não representa a realidade dos nossos hospitais”, afirma a infectologista Naihma Fontana, que cuida de uma UTI (unidade de tratamento intensivo) em Sorocaba, no interior paulista.

Para ela, ao estimular isolamento só de idosos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) despreza a taxa de mortes e ignora as sequelas deixadas em quem sobrevive a casos graves de coronavírus.

“Nós temos pacientes em estado grave de todas as idades. Tem de 46, 48, 33 anos. Todos entubados, com ventilação mecânica. O vírus não escolhe faixa etária. Claro que morrem mais idosos por causa das complicações, mas os jovens morrem, sim. Ficam em estado grave, sim”, afirma Fontana.

A infectologista entende que o Estado e parte da população têm de parar de tratar o assunto como se fossem números. Diz ainda que não faz sentido o governo desprezar as taxas de mortalidade das vítimas abaixo de 60 anos.

“Falam que 2% é letalidade baixa, mas e se for seu pai, sua mãe, seu filho? Aí não representa 2%, representa 100%! As pessoas têm de ter consciência”, avalia a médica.

A médica sanitarista Sylvana Medeiros também diz não entender o objetivo da campanha. Para ela, focar apenas em idosos não faz sentido, quando se trata de controlar uma epidemia.

“As crianças adoecem menos, mas adoecem também. O que fazer com as crianças que têm problemas crônicos? Isolá-las? E os jovens? Se a gente não quer dispor a nossa população ao risco, tem de pensar em várias frentes, de forma ampla — não falar em isolar só idoso, porque jovem, teoricamente, morre pouco”, afirma Medeiros.

Casos graves podem ter sequelas permanentes

Fontana pontua que, mesmo para jovens que superaram casos graves da covid-19, a experiência é traumática para o corpo e pode trazer sequelas permanentes.

“As pessoas esquecem que, antes de morrer, há uma série de acontecimentos. Elas não fazem ideia do que é ser entubado com ventilação mecânica. Isso pode gerar uma série de complicações”, afirma a infectologista.

Segundo a médica, há riscos de o paciente, jovem ou não, ficar com sequelas irreversíveis, como uma fibrose pulmonar permanente. “O paciente vai ficar com uma disfunção respiratória para o resto da vida. E aí? É só para separar vivos e mortos? Como esses pacientes que sobreviveram estão agora?”, questiona.

“A declaração do presidente mostra o quanto ele desconhece totalmente o que acontece dentro da UTI e dos hospitais. Nós vemos chegar cada vez mais casos de covid-19, diariamente, de todas as idades. Se não estamos confirmando mais é porque não tem teste, mas os casos existem”, declara Fontana.

Desestímulo ao isolamento é um desserviço “perigoso”

Em pronunciamento na última terça (24), em meio a críticas ao isolamento domiciliar, o presidente questionou a razão de fechar escolas, afinal, crianças não estão no grupo de risco. Para Medeiros, com esse tipo de comentário, Jair Bolsonaro aparenta não entender conceitos básicos de como uma sociedade funciona.

“As escolas não funcionam só com alunos. Funcionam com professor, administrativo, merendeiras. Os estudantes são levados por pais, avós, motoristas. A escola cria um ritmo de mobilização de comunidade, traz gente no meio da rua, trânsito”, afirma a médica.

À frente de uma UTI em Sorocaba (SP), Fontana também vê com preocupação esse tipo de campanha, pois o país não tem leitos suficientes para atender à população, se o número de casos graves aumentar exponencialmente. Ela diz que o foco deveria ser mitigar danos, não aumentá-los.

“Fiz alguns cálculos. Sorocaba tem uma população de 670 mil habitantes, com aproximadamente 460 mil adultos, e 166 leitos fixos de UTI. Se seguíssemos todas as recomendações e fizéssemos tudo certo, precisaríamos de 192 ao longo da epidemia. Se não fizermos e chegarmos ao nível da Itália, precisaríamos de 400! Isso só Sorocaba, sem considerar as cidades-satélite. Vai faltar leito. Nós tínhamos que diluir os casos graves, se não vai virar um colapso”, declara a infectologista.

“A questão é uma só: tem de pensar como um todo, no coletivo. O maior desespero para um médico é não poder albergar um paciente com insuficiência respiratória, por falta de estrutura. E isso vai acontecer, seja jovem, velho, o que for. Vai ter gente morrendo no corredor. E o presidente ainda não se deu conta disso”, finaliza Fontana.

Fonte: Vermelho-UOL

Papa Francisco apela por cessar-fogo global em função da Covid-19

29-03-2020 Domingo

“Nos dias passados, o secretário-geral das Nações Unidas lançou um apelo por um “cessar-fogo global e imediato em todos as […]

“Nos dias passados, o secretário-geral das Nações Unidas lançou um apelo por um “cessar-fogo global e imediato em todos as partes do mundo”, recordando a atual emergência do COVID-19, que não conhece fronteiras”, afirmou o Papa Francisco, após rezar o Angelus neste domingo (29). O Pontífice então, lançou um apelo ao diálogo e aos esforços de paz:

Uno-me a todos os que acolheram esse apelo e convido todos a segui-lo, interrompendo todas as formas de hostilidade bélica, favorecendo a criação de corredores para ajuda humanitária, abertura à diplomacia, a atenção àqueles que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. Que o esforço conjunto contra a pandemia possa levar todos a reconhecer nossa necessidade de fortalecer os laços fraternos como membros de uma única família humana. Em particular, desperte nos responsáveis das Nações e nas outras partes envolvidas, um renovado compromisso em superar as rivalidades.  Os conflitos não são resolvidos por meio da guerra! É necessário superar antagonismos e os contrastes, mediante o diálogo e uma construtiva busca da paz“.

Apelo de Guterres pelo fim das guerras

Em 24 de março, o secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, havia lançado um apelo para que fosse colocado um fim às guerras e se combatesse a pandemia que assola o mundo.

As pessoas envolvidas nos conflitos armados no mundo” – disse Guterres – “estão entre as mais vulneráveis” e “correm o risco maior de padecer um devastador sofrimento por causa do Covid-19”.

Após o apelo, foram verificados os primeiros passos em direção a um cessar fogo, com “tréguas humanitárias” em diversos países onde ainda perduram sangrentos conflitos e violências internas, como no Iêmen, nas Filipinas e em Camarões.

Sinais positivos também no nordeste da Síria, onde no sábado, 28, a Comissão de investigação da ONU reiterou o pedido para que se evitasse “piorar a tragédia”, fazendo referência ao Covid-19 como uma “ameaça mortal” para os civis sírios, e em particular para os 6,5 milhões de deslocados dentro do país.

Assista à mensagem de Francisco

Fonte: Vatican News

Fernando Haddad: “Pandemônio”

29-03-2020 Domingo

Incapaz de enfrentar o problema, Bolsonaro lança campanha contra isolamento

Fonte: PT

Bolsonaro promove a discórdia. Em nenhum país do mundo se vê algo semelhante. Com o agravamento da crise, a maioria dos governantes têm se portado como chefe de Estado. Muitos erros foram cometidos diante da pandemia, inclusive pela OMS, mas o esforço agora tem sido enfrentar, com base no melhor que a ciência pode oferecer, o desafio monumental com que nos deparamos.

Em menos de duas semanas, Bolsonaro conseguiu a proeza de: 1) hostilizar dois Poderes da República, convocando e participando de ato pelo fechamento do Congresso e do STF; 2) criar uma crise diplomática com a China, soltando a coleira de seu filho Eduardo; 3) afrontar 25 governadores, muitos dos quais seus aliados, determinando o fim do isolamento social, depois de seu ministro da Saúde tê-los induzido a decretá-lo.

Quando, no domingo passado, Bolsonaro editava a MP da Morte —que permitia às empresas a suspensão de contrato de trabalho por quatro meses sem pagamento do salário—, o primeiro que veio a público defendê-la foi o governador João Doria. No que concerne à economia, direita e extrema-direita sempre estarão de acordo em fazer recair a conta da crise nos ombros do trabalhador.
Diante do desgaste inédito que sofreu ao longo da semana, tendo que revogar a referida MP, Bolsonaro, comportando-se como verdadeiro chefe de facção, resolveu dar um passa-moleque nos governadores.

Havia uma implícita divisão de tarefas a cumprir, respaldada pelas atribuições de cada um no pacto federativo: governadores e prefeitos tratariam de evitar o colapso do sistema de saúde; e o governo federal trataria de evitar o colapso da economia. Vidas e empregos se perderiam, infeliz e inevitavelmente, mas as perdas poderiam ser minoradas.

Estudos sobre a gripe espanhola (1918), por exemplo, mostram evidências robustas de que intervenções não farmacêuticas, como o isolamento social, não apenas diminuíram a mortalidade como mitigaram as consequências econômicas da pandemia comparativamente às regiões que não as adotaram.

Não existe receita simples, mas não estamos diante de um dilema moral entre saúde e economia.
Ciente de sua total incapacidade para enfrentar o problema, Bolsonaro resolveu apostar. Convencido de que os estragos a uma economia já combalida são maiores do que alguns milhares de corpos empilhados —num país pobre que, afinal, pratica genocídio diariamente—, lançou a campanha “o Brasil não pode parar“, que tira as pessoas do isolamento e isola o país do resto do mundo.

Não se pode permitir que Bolsonaro siga transformando o país nesse pandemônio.

Fernando Haddad é professor universitário, ex-ministro da Educação (governos Lula e Dilma) e ex-prefeito de São Paulo.

Escolas da rede estadual serão pontos de vacinação na campanha contra Influenza no Maranhão

29-03-2020 Domingo

Os estabelecimentos de ensino da rede estadual darão suporte, a partir de segunda-feira (30), às autoridades de saúde, sendo pontos de vacinação durante a campanha contra Influenza 2020. As vacinas serão ofertadas aos idosos acima de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos e profissionais de saúde, que são o público-alvo prioritário, neste momento da campanha.

As escolas da rede estadual participantes da campanha são o Colégio Militar Tiradentes, localizado na Rua do Arame, s/n, Vila Palmeira; Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), situado na Rua Oswaldo Cruz, Centro (antigo Colégio Marista); Centro de Ensino Cruzeiro do Sul, na Estrada da Vila Nova, s/n, Vila Nova; CE Júlio de Mesquita Filho, na Avenida 2, s/n, Cohab Anil I e CE José Nascimento de Moraes, na Avenida B, Qd 13, s/n, Vinhais.

“Nossas escolas em São Luís darão suporte às autoridades de saúde, sendo pontos de vacinação durante a campanha contra Influenza 2020. Com essa ação importante, nossas escolas estão ajudando a salvar vidas nesse tempo de crise”, destaca o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.

Outros pontos de vacinação

UEB Anexo do Ronald Carvalho, na Avenida Argentina, nº 19, Planalto Turu II; UEB Rosália Freire, na Avenida dos Portugueses, nº 1000, Anjo da Guarda; UEB Rubem Almeida, na Rua Mangueira, nº 400B, Coroadinho; UEB Laura Rosa, na Rua Marli Sarney, Cidade Operária; UEB Ana Lúcia Chaves Fecury, na Rua Santo Antônio, nº200, São Bernardo; UEB Jornalista Neiva Moreira, na Avenida 01, nº 100, Bequimão e UI Padre Newton Pereira, na Avenida Leste Oeste, nº500, Cohatrac.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) organizou um cronograma para evitar a aglomeração. As pessoas serão imunizadas em ordem alfabética, conforme a letra do primeiro nome. Um esquema de drive thru também será montado para atender exclusivamente idosos, que funcionará na área de prova do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran), localizada na Avenida do Contorno, no Complexo Castelinho.

Veja abaixo o cronograma de vacinação:

Dia 30/03: idosos e crianças cujo nome começa pela letra A 
Dia 31/03: idosos e crianças cujo nome começa pelas letras A e B 
Dia 01/04: idosos e crianças cujo nome começa pelas letras A e B 
Dia 02/04: idosos e crianças cujo nome começa pelas letras C e D 
Dia 03/04: idosos e crianças cujo nome começa pelas letras C e D

O cronograma com as demais letras será informado em breve, mas estão garantidas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), as doses para vacinação de todos. O drive thru, para vacinação exclusivamente de idosos, atenderá das 8h às 16h e o cronograma de vacinação será o mesmo das unidades de ensino, ou seja, seguindo a inicial do nome.

Bolsonaro sai às ruas, incentivando população a correr risco

29-03-2020 Domingo

O presidente da República contrariou seu próprio ministro da Saúde, que pediu no sábado (28) que os brasileiros fiquem em casa.

Fonte: Vermelho

Contrariando as orientações do Ministério da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a dar um show de irresponsabilidade neste domingo (29). Bolsonaro saiu às ruas de Taguatinga, Ceilândia e Sobradinho, regiões administrativas do Distrito Federal, e postou em suas redes sociais vídeos conversando e cercado de pessoas que se aglomeraram em volta dele.

Ontem (28) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu em coletiva de imprensa que as pessoas fiquem em casa. Segundo relato do Estadão, Mandetta fez a recomendação em público após uma reunião com Bolsonaro e outros ministros em que alertou o presidente sobre o risco de não levar a sério a pandemia do novo coronavírus.

“Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pela rua? Com transmissão ao vivo pela internet?”, disse Mandetta no encontro, segundo a publicação. O ministro teria pedido também um “ambiente favorável” à união, com esforços em conjunto com estados e municípios. O ministro da Saúde teria afirmado ainda que, se Bolsonaro saísse na rua, teria de criticá-lo, ao que Bolsonaro teria respondido que, nesse caso, o ministro seria demitido.

Na coletiva que se seguiu ao encontro, embora tenha pregado a necessidade do isolamento, Mandetta criticou a imprensa, chamando-a de “tóxica” e dizendo que as notícias que vêm sendo veiculadas trazem “mais estresse à população”. A atitude do ministro foi interpretada pelos jornalistas como uma forma de agradar Bolsonaro.

Apesar do alerta do ministro quanto ao risco de desrespeitar as recomendações dos órgãos de saúde, Bolsonaro parece determinado a desautorizá-lo e dobrar a aposta.

No post sobre a ida a Sobradinho, o perfil do presidente faz uma provocação à imprensa. “A imprensa diz que está nas ruas porque precisa trabalhar, mas e o povo?”. O presidente não menciona que um decreto assinado por ele próprio definiu o trabalho da imprensa como serviço essencial, assim como atividades na área de alimentação e saúde.

De acordo com o UOL, antes do giro pelos cidades do Distrito Federal, o presidente foi à farmácia e ao Hospital das Forças Armadas (HFA). O Planalto não informou o motivo pelo qual Bolsonaro foi ao hospital. Disse apenas que o presidente da República esteve em “agenda pessoal”.

ABI, CNBB, OAB, SBPC: “Jair Bolsonaro ‘é grave ameaça à saúde pública”

29-03-2020 Domigo

Entidades se unem para pedir à população que siga recomendações dos profissionais de saúde e criticam “campanha de desinformação” do presidente

A “campanha de desinformação” do presidente da República, Jair Bolsonaro, é uma grave ameaça à saúde dos brasileiros, afirmam entidades da sociedade civil, como OAB (advogados), ABI (imprensa), CNBB (igreja) e SBPC (ciência). Eles divulgaram nota Em Defesa da Vida, reforçando o pedido para que a população permaneça em casa durante a crise sanitária.

O momento exige “lucidez, responsabilidade e solidariedade”, afirmam as instituições, que divulgaram nota nesta sexta-feira (27). No documento, pedem que as pessoas respeitem “as recomendações da ciência, dos profissionais de saúde e da experiência internacional”.

Apesar de grave, a situação “pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizando”, acrescentam as entidades.

Confira a íntegra da nota:

EM DEFESA DA VIDA

As entidades que subscrevem esta nota reuniram-se hoje (27/03), de modo virtual, para alertar a população que fique em casa respeitando as recomendações da ciência, dos profissionais de saúde e da experiência internacional.

Estratégias de isolamento social, fundamentais para conter o crescimento acelerado do número de pessoas afetadas pelo coronavírus, visam à organização dos serviços de saúde para lidar com esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizado e bem dimensionado.

A campanha de desinformação desenvolvida pelo Presidente da República, conclamando a população a ir para a rua, é uma grave ameaça à saúde de todos os brasileiros. A hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade. Não deixemos que nos roubem a esperança.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

José Carlos Dias, presidente da Comissão Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns

Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências – ABC

Paulo Jeronimo de Sousa, Associação Brasileira de Imprensa – ABI

Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Fonte: PT Por Rede Brasil Atual

“Capitão Corona”: internautas e oposição criticam atitude de Bolsonaro

29-03-2020 Domingo

Enquanto internautas subiram a hashtag “Capitão Corona”, políticos de oposição referiram-se a Bolsonaro como “criminoso” e “doente”.

Fonte: Vermelho

A irresponsabilidade de Jair Bolsonaro em sair às ruas, incentivando as pessoas a deixar o isolamento, teve repercussão negativa nas redes sociais. O presidente também foi duramente criticado pela oposição.

No Twitter, os internautas chamaram o presidente de “Capitão Corona”. A hashtag com o apelido tinha 18,9 mil menções às 14h40, e chegou a ficar em primeiro lugar nos trending topics, o ranking de assuntos mais comentados da rede social.

Políticos de oposição referiram-se a Bolsonaro como “doente”, “criminoso”, “tonto” e “tosco”. Após a visita a Taguatinga, Ceilândia e Sobradinho, regiões administrativas do Distrito Federal, Bolsonaro reforçou a aposta no caos, dizendo a jornalistas que estuda editar um decreto liberando a volta ao trabalho de todas as profissões. A fala contraria recomendações de autoridades de saúde de todo o mundo.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que o presidente da República tem “pulsão assassina”. “Para fazer politicagem, agradar bilionários e exploradores e sua horda de doentes nas redes sociais, mais uma vez desmoraliza os técnicos e o ministério da Saúde ao sair pelas ruas de Ceilândia tendo contato físico com as pessoas. Doente!”, escreveu.

Também deputada pelo PCdoB, Jandira Feghali (RJ) afirmou que a população deve ignorar as provocações de Jair Bolsonaro. “Uma sugestão a vocês: parem de divulgar o Bolsonaro. Sem propaganda (barrada na Justiça), ele quer é isso: atenção. Continuemos ignorando esse tosco. Ele terá o peso de cada nova morte desta doença ao dar orientações criminosas ao povo brasileiro povo brasileiro em meio a uma crise sanitária!”, postou no Twitter.

“Pessoas morrendo em todo o Brasil e o Capitão Corona indo pras ruas de Brasília dar péssimo exemplo. Um criminoso esse Jair Bolsonaro”, escreveu o deputado Márcio Jerry, presidente do PCdoB no Maranhão.

Os ex-candidatos à presidência da República Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) também se manifestaram.

Haddad disse que Bolsonaro brinca com a vida das pessoas e envia sinais trocados. “Não brinque com a vida das pessoas. Qual a orientação do seu ‘governo’, afinal? Por que a demora em tomar decisões e implementá-las? Por que tantos sinais trocados? Você está tonto e não está à altura do cargo. Que lástima!”.

Guilherme Boulos destacou que Bolsonaro contraria as orientações de seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Ontem, o ministro da Saúde voltou a defender a quarentena e medidas de isolamento. Hoje, seu chefe saiu pela cidade sem máscara e sem mostrar o exame negativo para coronavírus. Bolsonaro é um problema de saúde pública”, afirmou.

Para Boulos, ao desobedecer às recomendações de órgãos competentes, Bolsonaro dá “um tapa na cara” de profissionais de saúde que se arriscam no combate ao vírus.

Artigo do governador Flávio Dino: “Prudência para salvar vidas”

29-03-2020 Domingo

Ao longo de toda a minha trajetória como juiz, professor e político, jamais pensei que precisaria entrar em debates em torno do valor fundamental da vida. Eis que esta é a realidade que se apresenta e a questão é posta pelo presidente da República, que deveria ser o principal defensor da Constituição Federal.

O debate ora posto contrapõe a valorização da vida e a proteção à economia, como se um objetivo anulasse o outro. É claro que se trata de uma estratégia irresponsável de criar o caos, colocando a população e os empresários contra seus governadores, como se a política e as eleições fossem o mais importante em um momento de grave crise sanitária como o que enfrentamos.

Reafirmo que é possível e necessário salvar vidas e proteger a economia, exatamente nessa ordem, colocando-se a vida em primeiro lugar, como está no Livro de João (10,10). Para isso, cabe aos Governos Estaduais em conjunto com os Municípios ocuparem-se em políticas de enfrentamento à pandemia do COVID-19, estruturando as redes de saúde pública, profissionais e equipamentos, enquanto ao Governo Federal cabe sobretudo gerenciar a crise econômica. Lembro que é o Governo Federal que pode emitir moeda e títulos da dívida pública, além de dispor de bancos federais e poderosos fundos públicos, que os Estados não possuem. O Congresso Nacional também tem um enorme papel e por isso cumprimento os deputados federais pela criação da Renda Básica de R$ 600,00, enquanto o governo federal propôs somente R$ 200,00. Tenho a certeza de que os senadores vão aprovar a medida nesta semana e espero que o governo federal tenha velocidade na concretização dessa importante política social.

Aqui no Maranhão, em respeito às vidas dos maranhenses, bem como em sintonia com cientistas e profissionais da saúde, manterei todas as providências preventivas e de cuidado em face do Coronavírus. Como tenho dito, faço uma gestão séria e técnica, não baseada em achismos ou extremismos. Assim, seguiremos as diretrizes científicas, pelo tempo que for necessário. Espero que na próxima semana já seja possível, progressivamente, ir flexibilizando restrições, a fim de que as nossas atividades governamentais e privadas sejam retomadas.

Enquanto isso, prosseguimos firmes na expansão de leitos hospitalares, aquisição de equipamentos de proteção aos profissionais e de kits de testagem do vírus. Aproveito para agradecer a todas as empresas privadas que tem nos ajudado com doações e prestação gratuita de serviços. Ao final dessa terrível crise, irei informar o nome de todos esses valiosos colaboradores.

Estamos avançando na entrega de 200 mil cestas básicas para população em situação de vulnerabilidade. E, para minimizar os efeitos econômicos do Coronavírus, vamos lançar outros editais para apoiar artesãos, hotelaria e profissionais da beleza, além do que já lançamos em favor dos artistas profissionais.

Ressalto que conseguimos autorização judicial para zerar impostos sobre álcool gel e outros produtos de proteção, como máscaras e luvas. Também prorrogamos os prazos para pagamento do IPVA 2020 e isentamos 850 mil maranhenses de baixa renda das taxas de água e esgoto pelos próximos dois meses.

Em contraposição a teorias fantasiosas e anticientíficas, vamos seguir estimulando a conscientização e mobilização cívica em favor da vida. Conto com a compreensão e responsabilidade de todos. A nossa prudência agora significa vidas salvas nas próximas semanas. Essa batalha é de todos nós.

Há três anos, revitalização do Cais de São José de Ribamar dava novo impulso à cidade balneária

29-03-2020 Domingo

Há três anos, o município de São José de Ribamar recebia a obra de revitalização completa do cais da cidade. 

Com 4.600m² de área construída, o cais, que até 2017 não passava por reformar por mais de 10 anos, recebeu novo píer e ponte adequados às embarcações locais. 

O espaço recebeu sistema de iluminação com lâmpadas LED, projetores, pavimentação de ruas e recuperação estrutural de áreas de uso comum da população, além de arborização, área para passeio público com praça, ciclovias, dois gazebos, quiosques, banheiros com acessibilidade e academia ao ar livre.

“Realça a beleza desse espaço e seu potencial de gerar desenvolvimento e promover lazer e cultura”, disse o governador Flávio Dino à época da entrega da obra. 

A cidade de São José de Ribamar é conhecida por atrair milhares de pessoas durante festejos e eventos relacionados ao santo padroeiro do Maranhão. Mas a cidade possui outros atrativos, como praias desertas e uma baía propícia para a prática de esportes náuticos e pesca recreativa. 

Cais de Ribamar (Foto: Divulgação)

O Cais só veio estimular as atividades turísticas na cidade – que agora estão temporariamente suspensas por causa do coronavírus, mas em breve voltarão com tudo. Desde então, o espaço passou atraiu um número maior visitantes, interessados em pescaria recreativa e outros esportes náuticos.

“Vejo pessoas retornando à cidade, felizes e satisfeitas, trazendo consigo outras pessoas”, disse a gestora do Balcão de Informações Turísticas, Shirley Rabelo, após a inauguração do novo Cais.