30-01-2020 Quinta-feira

Por Mônica Moreira Lima

A maior fraude eleitoral de todos os tempos no Brasil empoderou uma escória nacional, personificada na figura de Bolsonaro, que quer a todo custo, naturalizar a barbárie no país. Sempre houve partidos de direita e esquerda no Brasil, a diferença entre o que os neoliberais tucanos defendiam e o que a extrema-direita defende, quer seja em relação as políticas públicas ou a priorizar as demandas da elite, é basicamente, um certo verniz no discurso.

A retirada dos direitos trabalhistas e o desmonte dos setores da saúde e educação começou no governo do golpista de Temer com aquele grande acordo nacional citado por Jucá.

O bozo só encontrou um vento favorável para um contingente relevante da sociedade que já acenava para onde ir: rumo ao fascismo, endossando graves violações aos direitos humanos protagonizadas pela familícia, seus descendentes e seus fanáticos seguidores.

Quando Bolsonaro diz”que quilombola só serve para procriar e que índio é cada vez mais um ser humano como nós”, eles dizem ok e aprovam o extermínio dos povos tradicionais.

Quando Bolsonaro diz “que vai rever a demarcação de terras indígenas”; eles dizem ok e estimulam grileiros, garimpeiros, madereiros e incendiários a assassinarem cruelmente lideranças de tribos indígenas ou avaliza o comportamento da ministra Damares Alves , da Mulher, da Família e dos “Direitos Humanos” que sequestrou uma criança indígena como se ela fosse um bicho do mato que ela gentilmente se propôs a domesticar.

Quando Bolsonaro elogia ditadores sanguinários como Mohammad bin Salman, da Arábia Saudita; Pinochet no Chile; Hitler na Alemanha; Strossner no Paraguai; ou faz apologia à tortura tecendo loas ao Brilhante Ustra ou tenta suprimir dos livros didáticos as atrocidades praticadas nos porões da Ditadura Militar Brasileira de 1964; eles dizem ok e relativizam direitos humanos para enaltecer o seu “mito”.

Quando Bolsonaro diz que “não vai estuprar a deputada Maria do Rosário porque ela é muito feia”; eles dizem ok e legitimam a misoginia, o machismo e a discriminação da mulher brasileira fomentando o feminicídio, a violência contra a mulher e a impunidade.

Quando Bolsonaro diz que “prefere um filho ladrão a um filho gay”; eles dizem ok e fazem vistas grossas para esquemas de rachadinhas, laranjal, gastos com cartões coorporativos e reforçam a homofobia e a intolerância numa sociedade que já ostenta o vergonhoso título de país que mais mata gays e trans no mundo.

Quando Bolsonaro diz que “um filho dele jamais namoraria uma negra porque ele não é promíscuo”; eles dizem ok e endossam que toda mulher negra é puta e indigna, estigmatizando as afrodescendentes e explicitamente praticando racismo que segundo o Código Penal Brasileiro é um crime inafiançável e imprescritível.

Quando todas as investigações dos assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista Anderson levam à familícia e eles dizem ok; quando 39 kg de cocaína são transportados em avião da comitiva presidencial e eles dizem ok; quando Queiroz deposita cheques regularmente na conta da primeira-dama Michele e eles dizem ok; quando fica comprovado que o presidente fez disparos de fake news com dinheiro de caixa 2 na campanha eleitoral de 2018 e eles dizem ok; quando a farsa-jato comprova que Lula foi preso politicamente para afastá-lo do pleito e favorecer a ascensão dos radicais de direita e eles dizem ok; quando aliados de Bolsonaro queimam a Amazônia e eles dizem ok; eu me pergunto:

O que mais falta acontecer para o gado bolsonarista sair desse transe coletivo onde tudo é permitido ao presidente mais desqualificado técnica e moralmente da história do Brasil?

O Brasil está refém de criminosos da pior estirpe, vassalos dos norte-americanos que só tem interesse em lucrar nos vendendo armamentos, ocupar a Base de Alcântara, deportar brasileiros ilegais transportados algemados como bandidos de alta periculosidade (que segundo o bozo estavam nos EUA para fazer mal aos americanos), explorar a floresta amazônica e expandir o fascismo pela aldeia global.

Bolsonaro é só um exportador de ódio que a todo momento ameaça a democracia brasileira; investe no separatismo dos nordestinos e na polarização política extremista para enfraquecer as demandas populares; criminaliza os movimentos sociais; afasta parceiros comerciais históricos com declarações desastrosas que geram insegurança jurídica no exterior e sonha restaurar a censura e a ditadura militar no país com um novo AI-5.

A única esperança que nos resta é a união dos líderes de esquerda numa ampla Frente Multipartidária em defesa dos valores constitucionais, da soberania nacional e da democracia brasileira. O que menos nos interessa nesse momento é quem será o protagonista da chapa em 2022. Esse foco prematuro tem como única intenção promover cizânia e tentar intrigar aliados que jamais irão cair nessas armadilhas grotescas que esses pseudo-cristãos fascistas tentam plantar na sua mídia chapa branca. Quem viver verá um novo Brasil com mais justiça social e dignidade para todos!